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Observatório da Cidade

Gilson Ramos

Publicado às terças e quintas-feiras e sábados

29/07/2023

CICLO

Hoje fechamos um ciclo no jornalismo impresso, e abrimos uma nova fase, um novo tempo com o jornal Interior. Após 41 anos de circulação ininterrupta, com o coração apertado, é verdade, mas com sentimento de gratidão e acima de tudo do dever cumprido, colocamos um ponto final no jornal impresso. O Interior, agora, só estará nas plataformas digitais.

 

DIGITAL

Os jornais e revistas sofrem com o advento da internet. Algo muito bom, uma ferramenta útil se bem utilizada, porque muitos preferem por mela dela desinformar e atacar. Mas em avaliação geral, a revolução digital é uma das mais ágeis e democráticas formas de comunicação; uma realidade que veio para ficar. E como aconteceu com as antigas máquinas fotográficas e suas empresas, agora afeta também os jornais e revistas – e pasmem, até as emissoras de rádio e televisão aberta que se adequam à nova realidade de consumo de informações; a tecnologia reduz o quadro de funcionários.

 

PÚBLICO

O aumento do público que faz uso da internet para se informar e entreter, se comunicar e se relacionar é algo impressionante. O celular é objeto de consumo – e desejo - que toda criança tem ou quer ter um, e preferencialmente os mais modernos e caros. Até os idosos tiveram que se adaptar a essa tendência, ainda que não dominando todos os aplicativos. Mas WhatsApp e Facebook, ao menos, eles utilizam. O público migrou do impresso (jornais e revistas) para o online. E a tendência ecologicamente correta é 100% sem papel, conforme já ocorre em empresas públicas e em atividades do Poder Público.

 

RESULTADOS

A pior sensação é você lutar, se empenhar, dar o sangue, e não ter resultados; enquanto outros segmentos, inclusive do nosso setor de comunicação estão prosperando mesmo diante de um cenário de crise econômica. Se você planta e não colhe, então algo está errado. Portanto, é preciso ir na causa do problema e cortar na raiz. Em síntese é isso, e acho que todos já entenderam a mensagem que queremos passar, sem ter que ficar justificando o óbvio.

 

METAMORFOSE

Esse momento de despedida com a última edição física, mais do que luto e dor, é um olhar para trás onde se pode reconhecer e se orgulhar do legado deixado. Porque não é o fim, mas a certeza de saber que algo melhor nos aguarda a partir de amanhã. O Interior está se modernizando, se adaptando ao novo meio, ocupando um enorme espaço nas redes sociais, sempre com a mesma tradição e responsabilidade. A história de Penápolis e região continuarão a serem registradas para as futuras gerações.

 

GRANDEZA

Nestes 41 anos de existência o jornal errou algumas vezes, e foi preciso ter a humildade de quem esteve à frente da empresa nos comandos passados por quatro gerações distintas (de 1982 a 1998; de 1998 a 2000; de 2000 a 2002; de 2002 até 2023) para reconhecer que cometeu equívocos. Mas sempre houve a grandeza de se retratar, sem que houvesse ações judiciais, por exemplo, com pedidos de reparações por crimes típicos de quem lida com a notícia, a informação. O Interior jamais perdeu a credibilidade, e isso é um patrimônio a ser preservado.

 

GRATIDÃO

Um grande contingenciamento de profissionais passou pelo jornal desde a sua fundação, em 1982. O Interior teve sede e gráfica próprias; editores, redatores, jornalistas, colunistas, secretárias, linotipistas, estagiários, cobradores, digitadores, impressores, vendedores, auxiliares de serviços, entregadores e tantos colaboradores sem vínculos empregatícios. Esse legado que tornou grandioso o nome Interior gravado em papel, seja nos primórdios com o tipográfico até a edição em offset teve a participação de cada um. Nossa gratidão aos assinantes e leitores, razão de ser do jornal; gratidão pela preferência; aos clientes anunciantes muito obrigado pela parceria e confiança no Interior possibilitando a geração de muitos empregos em quatro décadas do jornal.

 

MENSAGEM

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Ouçam com atenção: se um grão de trigo lançado à terra não morrer, não dá fruto. Mas se morrer dá muito fruto. Quem se preocupa demais consigo mesmo, perde-se. Mas quem se despreza a si mesmo neste mundo, ganha a vida eterna. Se alguém quer servir-me, tem que seguir o meu caminho. Onde eu estiver, também ele estará. E o Pai há de honrar todo aquele que me servir." (João 12, 24-26).  Muito obrigado Deus, meus pais, minha família e a cada um de vocês que gostam, torcem e rezam por mim. Muita Luz! Paz e Bem.

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