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Sabatina

João Luis dos Santos

Publicado aos sábados

22/02/2020

Biografia, postura, competências e ideias

Abordei aqui nesse espaço, quinze dias atrás, sobre a “fulanização da política”, que seria o processo em que se priorizam os nomes de candidatos do que as suas ideias, seu preparo técnico e capacidade de liderança e gestão administrativa. Há uma parte considerável dos eleitores que não se preocupa com as ideias e as propostas do candidato e do grupo que faz parte.  Hoje temos o exemplo de alguém eleito que não tem capacidade gerencial e muito menos capacidade de se relacionar com pessoas e com conflitos próprios da democracia, que é o presidente Bolsonaro, eleito como se fosse um “mito” que na verdade não é. Um fake que se revela cada vez mais incapaz de ocupar o cargo para o qual foi eleito. As qualidades pessoais de um candidato são importantes e ainda devem prevalecer em relação às habilidades e competências. No entanto, a sociedade deve conhecer e reconhecer também nele, as ideias, as propostas, o tipo de preparação está realizando, seus planos, projetos e programas. Agradeço os diversos e-mails e comentários dos prezados leitores e prezadas leitoras, colaborando com esse importante debate sobre as escolhas que envolvem toda sociedade brasileira de dois em dois anos. Biografia e postura são importantes tanto quanto habilidades, ideias e propostas para a cidade.

 

Papel do Estado

Os Governos foram criações humanas com a finalidade de facilitar o cotidiano de uma sociedade. Inicialmente, o papel principal dos “aparatos estatais” era o atendimento a uma necessidade básica da população nos tempos imemoriais, ou seja a segurança. Com o tempo, os Governos (o Estado), além da segurança, como atuar também na educação, saúde, infraestrutura urbana, regulação do comércio e das relações entre os cidadãos. A figura do Estado cresceu tanto que houve a necessidade de estabelecer regras e princípios para o seu funcionamento. Há muitos agentes políticos – eleitos pelo voto popular – que confundem o exercício do poder e da função estatal, que é agir em prol dos interesses da população, no rigor da lei, com o status do cargo, como se estivessem acima de seus representados, numa inversão total de valores. Embora desgastada como nobre função pública, a política precisa ser entendida como um serviço e não como uma benesse pessoal.

 

Sugestão aos partidos

Os partidos políticos locais precisam preparar melhor os seus quadros para o exercício pleno da cidadania. Não basta convidar lideranças com a finalidade de serem candidatos a vereador, vice-prefeito e prefeito. Há necessidade de capacitá-los para o exercício nobre da função pública. Tem sido comum nos anos eleitorais, o aparecimento de muitos candidatos que prometem muitas coisas que sabem que não poderão cumprir, o que aumenta o desgaste e a falta de crédito cada vez maior em relação à “classe política”. Foi-se o tempo de promessas mirabolantes, como o candidato que prometeu “trazer indústrias para a cidade” e, como seria óbvio, não cumpriu o prometido. Ou aquele que prometeu que todos os doentes da região seriam atendidos na cidade, não precisando se deslocar para outras cidades para tratamento de saúde. O povo está cansado de falácias e aqueles que desejam colocar seus nomes para o julgamento das urnas eleitorais, devem se pautar pela ética e pela honestidade desde as ações em busca de votos.

 

Papa e Lula

O Papa Francisco recebeu o ex-presidente Lula no Vaticano, em Roma, na Itália; o Papa, além da maior liderança religiosa do planeta, também é um Chefe de Estado.  Antes de receber o ex-presidente Lula, grandes conselheiros do Vaticano, em diversas áreas, pesquisaram a situação jurídica e política de Lula, dando aval ao Papa para recebê-lo. Trata-se de mais uma robusta demonstração clara para o mundo e para o Brasil que o processo e a condenação de Lula, articulada pelo hoje Ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi eivada de objetivos políticos e eleitorais. Antes de receber Lula no Vaticano, o Papa já tinha se manifestado temeroso em relação à prisão política do ex-presidente Lula, condenando o que chama de lawfare no Judiciário, descrito por ele como “uma nova forma de intervenção exógena nos cenários políticos dos países através do uso indevido de procedimentos legais e tipificações judiciais”.

 

Miliciano e Bolsonaro

De outro lado, no Brasil, o presidente Bolsonaro sai em defesa de um assassino confesso e um dos bandidos mais perigosos do Rio de Janeiro, o miliciano Adriano da Nóbrega, morto pela polícia do Estado da Bahia em um esconderijo articulado por correligionários de Bolsonaro no nordeste brasileiro. São muito fortes as suspeitas a ligação do presidente Bolsonaro e seus filhos com os piores bandidos do Estado do Rio de Janeiro, que são os milicianos. Piores porque eles utilizam o aparato do Estado, inclusive armas, informações, veículos e prédios públicos, para cometerem crimes hediondos, como homicídios, tráfico de drogas, tráfico de armas e assaltos, além de cobrança de propinas como venda de segurança para comerciantes e industriais, agindo ao velho estilo da máfia italiana. Bolsonaro parece cada vez mais encurralado nesse labirinto que ele mesmo ajudou construir.  Soma-se a isso o conjunto de falas preconceituosas contra cidadãos e cidadãs brasileiras, ferindo de forma brutal o decoro e a ética de um, ocupante do cargo de Presidente da República. Não tem mais condições morais e éticas para continuar nesse cargo tão importante para o Brasil e para o Mundo.  É isso.

santos.joaoluis@yahoo.com.br

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