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Sabatina

João Luis dos Santos

Publicado aos sábados

29/02/2020

Qual é o maior problema da cidade de Penápolis?

Fiz essa pergunta para trinta pessoas amigas, usando uma mídia social para levantar diferentes informações em pontos da cidade e de diferentes formações. Tinham que responder em duas linhas. Pedi que não pensasse somente no problema que estivesse próximo de si mesmo, do bairro onde mora ou da família. Não foi surpresa que a maioria tenha apontado como a “falta de empregos” na cidade. Alguns jovens, ex-alunas, responderam que faltam empregos para os mais jovens na cidade, são poucas vagas e as empresas exigem experiência de trabalho e o jovem não tem essa experiência exigida, perdendo as raras oportunidades. Já pessoas com mais de cinquenta anos de idade reclamam que não existem empregos para pessoas mais velhas. Dedicaram a juventude em empresas (comércio, indústria e prestação de serviços), quando passaram dos quarenta anos foram dispensadas, não conseguindo empregos mais regulares e quando conseguem, com menor remuneração e em atividades bem diferentes àquelas em que se especializaram em décadas.

 

Experiências

Nesses casos, citados acima, perguntei se era algo comum com as pessoas que conheciam na mesma faixa etária. Responderam que sim. Evidente de que se trata de apenas uma amostra, mas algo preocupante não somente em nossa cidade e em nosso país. Pessoas com mais de 40 ou 50 anos, com experiência prática no comércio, em atividades industriais e em prestação de serviços, não sendo contratadas tão e somente pelo fator idade. E jovens com mais de 18 e menos de 22 anos não sendo contratados pela falta de experiência.   

 

Empregabilidade

Nos altos e baixos do sistema capitalista, da economia de mercado, os municípios podem fazer pouco para colaborar com o desenvolvimento local. As demandas pelo comércio, indústria, agroindústria, agropecuária e serviços em geral são ditadas pela economia de mercado e que são, em tese, organizadas pelos interesses conjunturais. Mas esse pouco precisa ser feito de forma consolidada e permanente. Quanto mais qualificado e mais jovem, as chances de emprego aumentam na cidade e no país. As ações da municipalidade passam pela qualificação e capacitação da mão de obra, nos mais diversos setores. Também necessária a ação em prol de oportunidades para expansão e instalação de empresas na cidade, bem como o apoio aos microempreendedores, por meio do Projeto Incubadora.

 

Educação e Saúde

Aparecem na amostra a preocupação dos penapolenses com a Educação e com a Saúde em nossa cidade. Como estão sendo formadas as nossas crianças nas Escolas Públicas (municipais e estaduais)? Pergunta de uma jovem senhora, já pensando na educação de seu neto de 5 anos. Já outros preocupados com a sustentabilidade do sistema de saúde local, especialmente em relação à Santa Casa, ainda muito dependente da municipalidade para manter suas portas abertas para atendimento à população. Uma pergunta seria inevitável: Penápolis estaria preparada para acolher e tratar pessoas contaminadas pelo Corona vírus? Certamente não, caso não haja uma motivação de verdade na sociedade. De toda forma, caberá ao poder Público Local o planejamento, o treinamento e a elaboração de um protocolo que possa fazer frente a essa nova demanda que assusta a todos e todas. E a dengue já batendo às portas das casas de diversos bairros da cidade. 

 

Melhor colocação. Uma interessante colocação de quatro pesquisados na amostragem que realizei. Estão bem empregados, pessoas já com casa própria, famílias constituídas. Já com certa estabilidade econômica, com filhos ainda pequenos. Uma preocupação em comum: até quando ficarão no emprego atual. O temor das empresas entrarem em uma crise e perderem seus postos de trabalhos. Almejam, assim, trabalharem em uma empresa maior, com melhores garantias relacionadas à estabilidade. Buscam melhores colocações no mercado de trabalho embora estejam hoje em situação de aparente tranquilidade. Uma das pesquisadas está estudando nas horas vagas para concursos públicos e também está temerosa, pois percebe que não há oferta de concursos públicos no presente como já houve no passado recente.  Iremos abordar novamente esse tema aqui no jornal na próxima semana.

 

Seletividade federal

Cada mais evidente, em nível federal, o conluio seletivo da dupla Bolsonaro-Moro. Utilizam o aparato do Estado e da Justiça com pretensões muito particulares e de grupo. Cada vez mais enrolado com as evidências de suas ligações com o crime organizado do Rio de Janeiro, Bolsonaro e Filhos contam a proteção do aparato comandado pelo ex-Juiz hoje ministro Sérgio Moro que age nos bastidores para proteger milicianos e impede as investigações necessárias para apuração verdadeira de crimes contra a população (homicídios, extorsão, sequestros, roubos) e contra o Estado (fachadinhas, uso de recursos da Justiça Eleitoral, negociatas para privatização, etc).  O) jornalista Leonardo Sakamoto foi contundente em sua análise dessa parceria obscura entre Bolsonaro e Moro: “antes que Moro Bolsonaro comecem a anunciar que são “o caminho, a verdade e a vida” (João 14.6), as instituições precisam dar um toque que isso não pega bem. Republicano é saber que, quanto maior o cargo, maior deve ser a aceitação à crítica e que é possível separar ameaçar reais das imaginárias. Talvez lembrando a eles que, como diz Eclesiastes 1:2, a vaidade pode ser um pecado terrível”. É isso.

 

santos.joaoluis@yahoo.com.br

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