BIG MART INSTITUCIONAL Horizontal Topo

Colunistas

home

Sabatina

João Luis dos Santos

Publicado aos sábados

11/07/2020

Novos políticos para novos fazeres políticos

Tenho defendido de forma até exaustiva a necessidade de formação política para aqueles e aquelas que desejam colocar seus nomes para julgamento do voto popular. Infelizmente, ainda nutre no seio da política (local, estadual e nacional) a velha perspectiva do “tapinha nas costas” e dos conchavos partidários, sempre com foco em interesses de grupos. Clientelismo, proselitismo partidário e um personalismo exacerbado ainda dominam na maior parte dos agrupamentos partidários da cena local, transformando as disputas eleitorais em certames egocêntricos, como se o Poder Público estivesse a serviço dos políticos e não o contrário, ou seja, aquele que se dispõe ao exercício de cargo eletivo deve colocar-se a serviço da população e não se servir da posição conquistada ou almejada.  Seria trágico se não fosse cômico, políticos e aspirantes a políticos se colocarem como salvadores da pátria e detentores da “receita mágica”. A sociedade não pode nem deve mais tolerar improvisos e negociatas nas atividades públicas.           

 

Imaturidades

Informações diversas que nos chegam sobre os bastidores da política local, revelam ainda total imaturidade entre boa parte dos postulantes, preparando-se uma disputa em que se pretende pontuar não as qualidades de seu pretenso candidato a prefeito (ou vice ou vereador), mas se pautarem na difusão dos aspectos negativos dos candidatos adversários ou inimigos políticos. Até se convencionou a expressão “há adversários e há inimigos na política” ou, ainda, a mesquinharia de dizer “se está do meu lado é bom, se está contra mim, é mau”. Gente do bem contra gente do mal. Só que o mal e os maus são os outros. O problema é que não se trata de um filme de “bang bang” em que estão definidos claramente quem são os “mocinhos” e quem são os “bandidos” nessa disputa que já re revela imatura, mas a falta de respeito mútuo que leva à descrença de parte considerável da população à política.

 

Defesa da política

Temos que fazer entender que fora da política não existe salvação para a sociedade. Somente por meio do debate democrático, diálogo permanente, transparente e propositivo que uma cidade, o Estado e o País podem crescer e se desenvolver, realizando a inclusão social e cultural de todos e de todas. Nas disputas em que se baseiam o ódio e os xingamentos todos perdem e mais perdem são aqueles que mais precisam das políticas públicas, ou seja, os mais vulneráveis social e economicamente. Os grandes avanços em uma sociedade (local, estadual e nacional) foram precedidos de amplo diálogo, transparência, ética e, especialmente, quando as pessoas ficam despidas de preconceito, exclusivismo, personalismos e interesses particulares. A política, em sua essência, deve revelar a nobreza de caráter das pessoas e o vínculo intrínseco ao querer e ao fazer coletivo. Fora disso, as relações de bastidores se transformam em meras relações de um micropoder muito propício para “maus feitos”.  

 

Novos políticos

Quando se fala em novos políticos e novas formas de se fazer política, não se trata evidentemente de apenas “trocar nomes”. Tirar o “sicrano” e coloca o “fulano”. Mas, essencialmente, fala-se e propõe-se um pensamento e realizações mais generosas e altruístas.  Um “velho” político (e aqui velho não na idade, mas velhaco no agir), com vícios nocivos à ética, pode e deve se transformar em um “novo político” (e aqui novo não na idade, mas ético no agir), arrependendo-se da roupagem antiga e se colocando de forma mais generosa e altruísta diante da população. Os eleitores em geral, muitos também viciados em suas relações políticas, também podem ser mais generosos e altruístas, deixando de lado as trocas de favores pelo voto, exigindo dos candidatos e das candidatas a apresentação de propostas efetivas, concretas e confiáveis de governo para beneficio coletivo.  Um compromisso sério, centrado e concreto com a municipalidade.

 

Processo Pedagógico

Os agentes políticos precisam acabar com a velhaca história de que “um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos”. A política é inevitável e assim que seja sempre. A inevitabilidade da democracia. Sem ela, certamente irá reinar o ódio, a violência, a corrupção sem investigação e o autoritarismo. Assim, há a necessidade de fortalecer a democracia (representativa e participativa), com ética e efetiva participação e na defesa  dos valores relacionados aos direitos humanos em geral. De um lado, os partidos e os candidatos. De outro lado, a população. Trata-se de uma via de mão dupla, em que ambos os lados devem e podem ser protagonistas. E ambos os lados atuarem como ensinantes e aprendentes. Os partidos e os políticos agindo com transparência, ética, honestidade, sem proselitismo e sem personalismos, apresentando propostas para a cidade e não se utilizando das velhas  e falidas técnicas de menosprezar, mentir e difundir falácias e mentiras sobre seus  adversários.  A população, respeitando os candidatos e as candidatas, sendo generosos com eles e elas, cobrando propostas para a cidade, cobrando soluções para os problemas locais, sugerindo ações em prol da municipalidade. A população rejeitando a compra de votos e evitando a adesão cega e irracional aos candidatos, agindo com racionalidade e senso de justiça. Creio que assim estaremos construindo uma sociedade menos arrogante, mais serena, mais respeitosa, mais participativa e focada na coletividade. É isso.

 

Recado de Winston Churchill

“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes”.

santos.joaoluis@yahoo.com.br

Comentários

Atenção: Os comentários feitos pelos leitores não representam a opinião do jornal ou do autor do artigo.

Outras publicações