Sob protestos, acusado de matar ex-namorada e filha é julgado
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Lucas Belussi 12/03/2013O auxiliar de enfermagem Dirso Belarmino da Silva está sendo julgado pelo Tribunal do Júri de Penápolis por duplo homicídio e tentativa de homicídio. Ele é acusado de ter matado sua ex-namorada a comerciante Eunice Berto Toldato, 32 anos - e sua filha Pâmela Flaviane Berto Toldato da Silva, 7, além de ter atirado em sua enteada Carla Nathani Lopes Toldato, 12 anos. Os trabalhos foram conduzidos pelo juiz da 1ª vara do Fórum da Comarca de Penápolis, Marcelo Yukio Misaka, e teve como promotor de acusação Dório Sampaio Dias. Os advogados de defesa foram Luiz Gustavo Fornazari e Alexandre Maciel Antônio.
O Tribunal do Júri foi formado por cinco mulheres e dois homens que foram escolhidos através de sorteio, porém dependiam de aprovação da acusação e também da defesa. Além do auxiliar de enfermagem, está sendo julgado também seu amigo Pablo Martins Alves que é acusado de participação no crime, sendo suspeito de ter fornecido a arma e também instigado Dirso a cometer o crime, porém essas ações não foram comprovadas.
O Ministério Público abriu mão de depoimento das testemunhas, inclusive da enteada que sobreviveu ao tiro disparado pelo acusado. O trabalho foi baseado na declaração dos acusados e nos laudos e testemunhos contidos no processo.
A defesa de Dirso baseou-se nas dificuldades enfrentadas pelo réu, alegando que ele era muito trabalhador e o crime teria ocorrido em um momento de insanidade. Pablo negou que tinha fornecido a armado e que teria incentivado o acusado a cometer o crime. Até o fechamento desta edição o julgamento não havia terminado.
Antes do início da sessão, familiares das vítimas fizeram um protesto em frente o Fórum da Comarca de Penápolis. Eles levaram diversos cartazes pedindo justiça e durante a chegada do réu ao local, foram ouvidos diversos gritos de assassino.
DENÚNCIA
Segundo a denúncia, o crime o ocorreu na madrugada do dia 6 de dezembro de 2009. O acusado, acompanhado de seu amigo, estavam em um carro Kadett de cor prata, pertencente ao irmão do acusado.
Eles foram até Alto Alegre, local em que Dirso esperou as vítimas retornarem de uma festa de casamento para surpreendê-las dentro de casa. Ele teria chegado a arrombar a porta da cozinha, passando a seguir a comerciante com a arma em punho, momento em que se iniciou uma discussão.
Com isso, sua enteada acordou após ouvir o grito de sua mãe, se dirigindo até a porta do quarto quando viu o auxiliar apontando um revólver em direção à cabeça da mulher que estava sentada no sofá da sala.
Ao perceber que a filha tinha acordado, Eunice saiu correndo e foi até o quarto onde estava a menina na tentativa de proteger sua filha. O auxiliar entrou no quarto e atirou na ex-namorada. Ele foi em direção à garota que estava sentada na cama e, ao se aproximar, efetuou os dois disparos, acertando o peito e o ombro esquerdo da menina.
Logo depois, Dirso deu mais um tiro em Eunice, que já estava caída no chão. Carla contou em depoimento que viu o auxiliar indo até o quarto dos fundos, onde estava dormindo a sua irmã Pâmela. Depois disso, a garota não viu mais nada, perdendo os sentidos e só acordando mais tarde.
Ela ainda caminhou até o banheiro e conseguiu tomar banho, indo depois até a geladeira, bebendo um copo de água e voltando para a cama, quando perdeu os sentidos novamente, acordando somente por volta do meio-dia, quando ouviu os gritos de sua tia que a socorreu.
No domingo, após matar Eunice e sua filha, o auxiliar agiu como se nada tivesse acontecido, indo trabalhar na Santa Casa de Penápolis, no setor de ortopedia. Ao notar a grande movimentação que estava no Pronto-Socorro e nos corredores do hospital, Dirso acabou descobrindo que uma das vítimas havia sobrevivido ao crime e estava internada no local.
A tia das meninas viu o acusado e acionou a polícia, mas o auxiliar conseguiu fugir, indo até Marília e posteriormente embarcando em um ônibus com destino ao Paraná.
Dirso foi preso na madrugada seguinte em um ônibus em Ponta Grossa (PR). Ele pretendia chegar até a cidade de Joinville (SC), onde reside um dos seus irmãos.
Ele confessou o crime e afirmou ter jogado a arma fora. A suspeita é que o crime tenha sido motivado devido a processos por pensão alimentícia que resultaram no bloqueio judicial do veículo do acusado devido aos atrasos de pagamento.
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