Policia Militar realiza reintegração de posse em fazenda de Barbosa

Cidade

Lucas Belussi 18/10/2013

A Polícia Militar de Penápolis realizou ontem, 17, a reintegração de posse da Fazenda Corredeira, situada na Estrada Municipal Prefeito Ubirajara Barbosa de Carvalho, no município de Barbosa, que foi invadida pelo MST (Movimento dos Sem Terras) há mais de quatro anos.No local havia cerca de 45 famílias – 170 pessoas – e um total de 40 barracos existentes no acampamento denominado Argentina Maria. Todos foram retirados e levados ao Assentamento Reunidas, na cidade de Promissão.Os trabalhos tiveram início no começo da manhã e grande efetivo policial, reforçado pela Força Tática e Canil de Araçatuba, foi enviado ao local. Como havia a possibilidade de confronto, uma ambulância da PM também fez parte da operação que contou com o apoio de uma viatura do Corpo de Bombeiros de Penápolis.
Ao chegarem na fazenda, os acampados haviam deixado a sede da propriedade e estavam todos na estrada municipal. Além disso, alguns representantes do acampamento Nelson Mandela, localizado em frente à Fazenda São José, em Penápolis, deram apoio para tentar evitar a desocupação.
Mesmo assim, um oficial de justiça entregou a decisão do juiz da 1ª Vara da Comarca de Penápolis, Marcelo Yukio Misaka, determinado a desocupação completa da área.
Apesar de não concordarem com a sentença, os acampados começaram a desmontar os barracos e tirar os móveis de forma pacífica. O trabalho foi acompanhado pela Secretaria de Assistência Social e Conselho Tutelar de Barbosa, principalmente por haver aproximadamente 35 crianças no local.
O proprietário da fazenda providenciou caminhões e funcionários para o transporte dos bens dos integrantes do MST e forneceu diversos ônibus para o translado das famílias.
Além disso, ele disponibilizou lonas, madeiras e cestas básicas aos acampados para conseguirem montar seus barracos no assentamento.
Após a retirada dos móveis, uma máquina foi utilizada para destruir as estruturas que permaneceram no local. Até o fechamento desta edição, os trabalhos ainda era realizados na propriedade.
PROCEDIMENTO
Para fazer a reintegração, a Polícia Militar utilizou um procedimento operacional padrão, que consistiu na realização um estudo sobre a área e o número de pessoas que estavam assentadas.
Os dados do acampamento foram enviados ao batalhão situado em Araçatuba, onde foram desenvolvidas as estratégias dos trabalhos a serem feitos, como o número de policiais empenhados durante a reintegração. Depois disso, o levantamento foi enviado para São Paulo, que deu o aval para o cumprimento da decisão.
Os policiais militares da 2ª Companhia da Polícia Militar de Penápolis estavam desarmados, somente com cassetetes. Porém, em caso de resistência, os integrantes da Força Tática, que ficaram dentro da propriedade, tinham equipamentos para conter o tumulto.
OCUPAÇÃO
Para ocupar o local, o grupo alegou que a propriedade foi vendida e não tem os documentos necessários que comprovam a existência do local. Além disso, revelaram terem sido autorizados pelo antigo proprietário para que ocupassem a fazenda.
A área conta com um plantio de cana-de-açúcar, porém não está produzindo em razão dos integrantes do movimento não permitirem a entrada dos trabalhadores. A atividade pecuária também é feita no local.