Tribunal do Júri condena capataz acusado de assassinar advogado
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Da Redao 21/03/2015Pena de 28 anos e três de meses de prisão foi aplicada pelo Tribunal do Júri de Penápolis ao capataz Geraldo César da Silva Rocha. Ele é acusado de matar o advogado João Torres, que estava desaparecido desde 2004 e teve sua ossada encontrada 8 anos depois do crime, em junho de 2012. Os restos mortais estavam em um poço na chácara que pertencia à vítima, localizada às margens da rodovia Marechal Rondon (SP-300), em Penápolis. O julgamento ocorreu na última quarta-feira (18).
Além de homicídio triplamente qualificado, o réu foi acusado ainda de fraude processual e ocultação de cadáver. Na época do crime, Rocha era capataz de uma fazenda de Torres e, após o fato, manteve relacionamento com a ex-mulher da vítima, que faleceu há pouco tempo.
O Tribunal do Júri foi presidido pelo juiz da 1ª Vara do Fórum de Penápolis, Marcelo Yukio Misaka, tendo como promotores Rodrigo de Moraes Moralo e Gabriel Marson Junqueira. Os advogados defesa de Rocha foram Diego Ortiz Oliveira e André Bazan Tarabini.
Laudos dos exames técnicos feitos na ossada após ser encontrada revelaram que Torres teria sido morto por espaçamento. A vítima sofreu fraturas na base do crânio, além de apresentar vértebras quebradas e fraturas nos arcos costais.
Os investigadores encontraram no poço, além dos ossos humanos, alguns documentos pessoais do advogado, entre os quais o RG e a carteira da OAB, bem como roupas e um par de chinelos. A arcada dentária da ossada encontrada possuía uma falha, que já havia sido informada pela família que o advogado possuía.
Torres possuía um escritório de advocacia em São Paulo e propriedades rurais em Penápolis.
CASO
O advogado João Torres desapareceu em 2004. Por vários anos buscas foram realizadas na tentativa de sua localização. Os suspeitos de sua morte eram a sua ex-esposa e o administrador do sítio, Geraldo César da Silva Rocha.
Na época do crime, a acusada teria dado queixa no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) de São Paulo sobre o desaparecimento da vítima. As investigações tiveram início na capital, entretanto foram transferidas em janeiro de 2005 para Penápolis.
A partir daí, a polícia trabalhou com várias hipóteses, inclusive homicídio. Já a possibilidade de sequestro foi descartada, em razão de que não foi feito nenhum contato com a família de Torres depois de seu desaparecimento. As investigações prosseguiram e foi descoberto que a mulher do advogado estava tendo um caso amoroso com o administrador do sítio. Ela teve um filho com o suspeito tempos depois. Eles ainda passaram a administrar todos os bens do advogado. Logo depois, os suspeitos assumiram o relacionamento.
A polícia na época chegou a procurar pelo corpo da vítima no sítio da família. Com o auxílio de uma máquina retroescavadeira, vários pontos da propriedade foram vasculhados, mas nada foi encontrado.
João Torres teria uma passagem de avião marcada para o dia seguinte ao seu desaparecimento, porém o bilhete não chegou a ser utilizado. A polícia então, após várias investigações, enviou o inquérito ao MP (Ministério Público) que foi arquivado.
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