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Condenados à morte: Cães sofrem na pele a falta de pesquisa da leishmaniose

Cidade

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Mitto, um Beagle
de pouco mais de um ano de vida, começou a mancar e com ele surgiram as unhas
grandes e remelas nos olhos - por fim a constatação - Leishmaniose. Centenas de cães
estão condenados à morte todos os anos aqui em Penápolis. E o pior sem uma
perspectiva de tratamento ou cura. Isso porque o governo brasileira, através de
uma portaria interministerial proíbe qualquer tipo de tratamento de
leishmaniose visceral canina no país. A Leishmaniose é
uma doença infectocontagiosa causada por um protozoário, conhecido como
Leishmania spp., que é transmitido pela picada do mosquito flebótomo infectado,
também conhecido como “mosquito palha” ou “birigui”. É considerada uma zoonose
e pode acometer homens e cães. Nos caninos de estimação, ela é conhecida como
Leishmaniose Visceral Canina. De acordo com o
chefe da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Penápolis, Vlademir
Marangoni Filho, a Leishmaniose teve sua entrada na região no fim de 1990.

"A
Leishmaniose era uma doença do mato e quanto mais o ser humano foi destruindo a
mata, o mosquito migrou para os centro urbanos, porque encontrou abrigo. Ela
veio do Mato Grosso no eixo da Rondon com o primeiro caso em Araçatuba e hoje
já está em São Paulo, mas, o Rio Tietê faz um bloqueio para os lados de
Votuporanga tem poucos casos da doença", comenta.

As informações da
própria Vigilância Epidemiológica, mostra que em 1997, quando foi introduzida a
doença na região, foi registrado 10 eutanásia em cães no município. "Entre
1997 e 2001, nós estávamos conhecendo a doença". Entretanto, em 2004,
passou de 474 casos do ano anterior para 1327 mortes de cães por leishmaniose
na cidade. Somente até maio desse ano já foram sacrificados 123 cachorros.

De acordo com
Marangoni, a constatação de Leishmaniose em cães, precede a descoberta da
doença em seres humanos. "Quando registramos casos de Leishmaniose em
humanos, sempre é precedido por doença em cães. Quando constatamos fazemos um
manejo ambiental num raio de 400 metros do foco da doença, como também, a borrifação
do inseticida do mosquito, num raio de 100 metros, podendo aumentar se
necessário, para bloqueio de novos casos humanos".

Desde 2010, já
foram registrados 35 casos da doença, sendo que 2013 foi o maior número de
casos - 9 pessoas. Somente esse ano já foram três casos.

Para a
proprietária de uma loja de roupas usadas, Joana Maria Soares de Faria Silva, é
um martírio que o Mitto [o cachorro do inicio da matéria] possa ser
sacrificado. "Eu conversei com o meu filho que trouxe o cachorro de São Paulo
e ele não quer entregá-lo para o sacrifício, pretendendo levá-lo para a capital
e lá buscar tratamentos que amenize o sofrimento do Mitto. Chega ser injusto o
Mitto vir de São Paulo para ficar conosco e morrer drasticamente",
comenta.


SOFRIMENTO

Já a Psicóloga
Joana Paro, que só tem cachorros retirados da rua ou dados por alguém, passou
por diversas vezes pela mesma situação. Ela conta que a primeira cachorra,
Nina, uma linda labradora, contraiu a doença ainda na cidade. "Eu levei
ela pra chácara, mas acho que ela já tinha ido contaminada. Nós chegamos tratar
por seis meses, mas como ela devia ter alguma deficiência hepática porque tomou
muita Ivermectina na infância teve de sacrificar.

Depois da Nina,
Joana teve a Pinguelinha, a Lindona e o viralata Xico, que também morreram de
Leishmaniose. "Depois de um tempo sem cachorros, tivemos o Lesto, mas
diferentemente do que achávamos, pois, acreditei que os mosquitinhos
contaminados já estivessem acabados, tivemos que sacrificá-lo. Para mim, cada
cachorro morto foi uma dor muito grande, você não imagina quanta falta
faz", lembra.

Hoje Joana tem a
Tequila e a Negona, que fazem parte de uma ninhada que ela encontrou num bueiro
perto de sua casa; "Num dia que armou uma tempestade busquei eles todos e
trouxe os seis filhotes para casa, a mãe não estava na hora, mas encontrou-os
aqui e veio morar também. E recentemente fizemos exames na Tequila e não tem
Leishmaniose. Agora aqui em casa temos algumas moitas enormes de citronela e as
cachorras adoram passar por entre as folhas e deitar debaixo, uma proteção a
mais", salienta.

Mas ainda
persiste uma dúvida, de vez tratar o vetor porque mata o depositário? No caso o
cachorro!



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