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Após quatro anos, prefeito Célio de Oliveira sai com missão cumprida, mas ´injustiçado´

Cidade

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Há quatros anos, o sonho de um radialista e político obstinado estava prestes a tornar-se realidade. Célio de Oliveira na época eleito com 35% dos votos válidos iria assumir a Prefeitura de Penápolis. Quatro anos depois, sai pela porta da frente com o sentimento de injustiça, pois, 24 dias antes do término de seu primeiro mandato, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), cassou por unanimidade sua vitoriosa candidatura à reeleição com quase 60% dos votos da população penapolense – o que fez dele o candidato com maior número de votos nominais da história da cidade.
Contudo, diz sair com o dever cumprido, mas, com a vontade de fazer muito mais pelo município que tanto lhe acolheu com enorme carinho. O futuro? Pelo menos pelos próximos 30 dias, vai tirar férias e refletir sobre os futuros projetos, que dentre eles, está a vitória de seu sucessor nas eleições suplementares que se avizinha, entretanto, sem data para acontecer.
Sem dúvida, o prefeito Célio de Oliveira deixa um legado, principalmente, nas áreas de desenvolvimento, saúde e educação. Transformou o sucateado Centro de Aprendizagem e Treinamento (CAT) no moderno Instituto Municipal de Profissões (IMP), que em quatro anos formou milhares de cidadãos em mais de 30 profissões e recolocou centenas de pessoas no mercado de trabalho.
Além disso, suporte para empresas como Clealco, Midori e agora recentemente para a vinda da Bonolat e a instalação de tantas outras, geraram e gerarão novas receitas ao município. Já na área da saúde, a implantação do terceiro médico do Pronto Socorro Municipal, a reforma e adequações dos prédios que abrigam os postos e as macros de saúde e a intervenção na Santa Casa em 2015, foram um dos marcos lembrados por ele.
E na educação, a implantação do Sistema Sesi de Ensino proporcionou não só ao aluno, mas, à rede uma padronização de conteúdo e que gerou aumento nos números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
Confira a entrevista que o INTERIOR PENÁPOLIS realizou na manhã de ontem (29), com o prefeito Célio de Oliveira (PSDB).
INTERIOR PENÁPOLIS: Prefeito Célio de Oliveira qual a avaliação que você faz do seu governo nestes quatros anos? Quais são as principais marcas?
CÉLIO DE OLIVEIRA: Nós trabalhamos durante quatro anos, apesar da experiência que tive de 16 anos de vereador, 2013 foi um ano de adaptação e acho que administração veio num crescente, tanto é verdade que isso de configurou com a reeleição. A reeleição foi o ápice, na minha opinião, do trabalho que realizamos. Então começamos o trabalho sendo avaliado de uma forma e terminamos com uma grande avaliação. Tanto é que no voto e na urna tivemos a quantidade de votos que tivemos.
INTERIOR: Quais são as principais marcas?
CÉLIO: Eu entendo que nós tivemos alguns eixos na administração, que se transformaram em marcas importantes e que um governo deve ter, pois, quando alguém passa pela prefeitura ele deve deixar marcas e eu acho que a gente deixou algumas marcas importantes, dentro os quais eu destaco o fechamento da Campestre e nós nos envolvemos na vinda da Clealco pra cá. A Funepe tinha problemas, nós equacionamos para resolver a situação. A Santa Casa teve problemas e nós fomos lá e tivemos a atitude de fazer a intervenção. Tanto é que eu penso que isso foi importante, pois, mostra a marca de um governo que não abandonou as coisas que em Penápolis corriam o risco nestes quatro anos. E teve trabalho em todas as áreas – na saúde por exemplo, a implantação do terceiro médico no Pronto Socorro, ampliamos e reformamos Unidades Básicas de Saúde do bairro Sílvia Covas, Cidade Jardim, além de entregar o Del Rey e a Macro IV do Jardim Planalto, dentista no Silvia Covas e Cidade Jardim. Na área da Educação, a implantação do Sistema Sesi de Ensino, a criação de mais de 450 novas vagas em creche, reforma, ampliação e construção de novas unidades, onde pegamos a prefeitura com mais de 500 crianças fora da creche e estamos entregando com praticamente a demanda reprimida zerada, mas sem dúvida nenhuma, além de desenvolver diversos projetos nas áreas da cultura, do esporte, do saneamento, na habitação, foi no setor do desenvolvimento que deixamos um legado importante. Nós conseguimos manter o nível de emprego da cidade e atraiu pra cá investimentos como a vinda da Clealco, a implantação de um novo shopping na cidade e que veio com importantes empresas, o apoio no crescimento da Midori que saltou de 600 para 1600 funcionários e como último ato na área industrial, foi a desapropriação do terreno que abrigará a Bonolat. Isso foi importante, pois, com esses investimentos a cidade ganhou fortalecimento. A cidade também ganhou o Poupatempo que dentro do shopping fortalecem também os comerciantes, rotatórias e a construção da marginal que deixaremos um convênio assinado de R$ 3 milhões.
INTERIOR: E na gestão da prefeitura?
CÉLIO: Na prefeitura em si, nós tivemos imensas dificuldades, mas veja, estamos conseguindo terminar o ano de uma forma equilibrada, temos restos a pagar, mas temos provimento de receita para poder pagar esses restos a pagar. Conseguimos em 47 meses antecipar o salário dos servidores, pagamento de 13º salário, cesta básica, alimentação. Tivemos por duas oportunidade a impossibilidade de dar o repasse inflacionário, mas, concedemos o vale alimentação. Mas conseguimos em dois anos dar o repasse, além do comprometimento com a folha de pagamento de 54% é um desafio que tem que continuar trabalhando.
INTERIOR: Mesmo tendo tantas conquistas, deixou alguma coisa por fazer? O que faltou?
CÉLIO: Faltou sim. Eu gostaria em cada uma das áreas ter feito um pouco mais. Avançamos na educação, eu queria ter avançado um pouco mais, Avançamos na saúde e eu queria ter avançado muito mais. Na questão do funcionalista fiquei frustrado em não ter dado o repasse. Na área do desenvolvimento não conseguimos criar o novo parque industrial, que era um objetivo meu e que eu iria perseguir neste novo mandato.
INTERIOR: Seu governo ficou marcado por algumas brigas. Antes mesmo da posse o rompimento com o vice-prefeito Ricardo Castilho e agora recentemente com o vereador Caíque Rossi, por causa do troca do PSD para o PSDB. Você acha que isso de ser forma atrapalhou o andamento do governo?
CÉLIO: Não, isso é questão de uma opção. O rompimento com o vice foi uma questão política com quem depois acabou também rompendo comigo. Todo mundo sabe o porquê e quais foram as razões desse rompimento com o vice prefeito. Não tive uma parceria como eu queria, mas isso aí faz parte. Já com o episódio envolvendo o Caíque foi uma opção política que ele fez. Ele queria participar da campanha que eu iria participar. Isso não interferiu no governo.
INTERIOR: Você guarda magoa do vereador e do vice?
CÉLIO: Não, não. Não tenho mágoa de ninguém não. Essas questões são políticas, eles pra lá e eu pra cá, mas, não guardo mágoa de ninguém não. Eu sou uma pessoa que não tem isso dentro de mim não.
INTERIOR: E a mudança para o PSDB foi acertada?
CÉLIO: Pra cidade com toda certeza foi. Já pra mim, criei mais dor de cabeça. Nesta mudança me aproximei mais do PSDB e do governador Geraldo Alckmin. Eu não me arrependo de ter ido pro PSDB. Foi importante. O governador deu casas, Poupatempo e agora o AME para a cidade.
INTERIOR: Durante a campanha seus opositores, usavam que você tinham 30 ações e processos na justiça, o que você tem pra dizer sobre isso?
CÉLIO: Qualquer um que sentar na cadeira de prefeito, a população precisa saber disso, pois, a cidade é dividida politicamente e vai questionamentos. Eu não respondo a trinta processo, pode ter tido trinta denúncias, mas eu não tenho 30 processos, várias ações foram arquivadas. Creio que uma das ações eu figuro como réu, mas, de um pra trinta é uma coisa muito exagerada, mas, faz parte negativa da política. Se a população tivesse comprado essa ideia eu não teria a votação que tive nas urnas. Eu tive quatro anos na prefeitura e duas contas aprovadas e 2015 já está apontada pela aprovação das contas e acredito que 2016 também não.
INTERIOR: Esses processos de preocupa de alguma forma no futuro, mesmo estando fora da prefeitura?
CÉLIO: Não, isso vai acontecer. Todo mundo que cair nestes cargo tem que saber que a vida não acaba quando termina o mandato. Isso não me tira o sono, porque eu tenho consciência que não fiz nada de errado.
INTERIOR: Hoje, quase dois anos depois, foi importante a intervenção na Santa Casa?
CÉLIO: Hoje não toca a Santa Casa sem a prefeitura. Qualquer prefeito que entrar aqui é besteira achar que não tem de colocar R$ 4,5 milhões dentro da Santa Casa. Então sem a prefeitura a Santa Casa fecha. Foram em quatro anos R$ 16 milhões de repasse. Eu teria a opção de não pegar a administração da Santa Casa, mas, ela estaria fechada até hoje. Não tem como toca se não há uma atualização nos repasses do governo federal há 18 anos.
INTERIOR: O que você sente após 20 dias com relação a decisão do TSE?
CÉLIO: Fica o sentimento de injustiça ficou. Ainda mais quando você ver outros casos escabrosos. Não consigo entender, pois, aqui tivemos vitória, tivemos no TER uma decisão que não entendemos até agora e lá no TSE, o relator e o plenário nenhum julgou meu caso. Eu fui apeno na justiça de multa e não dos direitos políticos, estamos questionando e vamos ao STF para questionar a dosimetria do julgamento foi desproporcionou.
INTERIOR: Qual é o futuro do Célio, já não como mais prefeito?
CÉLIO: Dia 1º volto a ser um cidadão comum.
INTERIOR: Volta pro rádio?
CÉLIO: Não, ainda não decidi isso ainda. Foi ficar trinta dias de janeiro, pensando naquilo que vou fazer. Eu tenho várias propostas, inclusive para deixar a cidade. Graças a Deus pelo trabalho que eu fiz inclusive no poder público. A minha tendência é ficar na cidade, porque eu tenho minha vida política aqui, minha história tá aqui, minha família tá aqui e meus filhos estão aqui. A tendência é ficar na cidade, mas, não descarto qualquer proposta. E eu já me coloquei a disposição de quem for governar a cidade, até de uma forma voluntária de colaborar.
INTERIOR: E o futuro político do Célio?
CÉLIO: Eu tenho agora uma briga em nível de Supremo com a questão da ilegibilidade, pois, os nossos advogados tem uma grande chance de reverter a situação e eu estou aí. Acho que quem tem um capital político como nós saímos dessa eleição, penso que temos muita lenha para queimar. 



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