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Penapolense escreve livro de ficção baseado na história de Penápolis

Cidade

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O jornalista multimídia
penapolense, Frederico Di Giacomo, o Fred, radicado em São Paulo há 11 anos, está
se dedicando a escrever um romance ficcional que tem como pano de fundo a
história de Penápolis. De acordo com
Fred, a ideia inicial era escrever sobre os Bandeirantes – que no século XVI –
escravizaram os indígenas e exterminaram parte dos quilombolas – Mas, em uma de
suas viagens à Penápolis, ele pegou um livro empestado de seu pai – o professor
de história Jader Paes – sobre a história da cidade. “A história
dos Bandeirantes muitos já haviam escrito sobre ela. Mas, quando peguei
emprestado o livro e logo uma tia me deu o livro do Fausto Ribeiro de Barros,
vi que as primeiras família que aqui chegaram era os Bandeirantes do século XX
e isso me fascinou demais”, explica.

Tanto é que a
história que Fred pretende contar no livro, provisoriamente intitulado: “Minha cidade era pequena para minhas
ambições”
, é datada entre os anos de 1820 a 1929, data esta que confunde
com a chegada dos primeiros habitantes e a morte trágica de Manoel Bento da
Cruz, fundador de Penápolis.

“O que me
interessa para este livro é o desenrolar da história desde a chegada aqui dos
primeiros moradores, seus confrontos com os índios Caingangues, até 21 anos
após a fundação do município. Minha ideia não é me ater aos seus nomes ou aos locais
dos fatos, mas, a suas histórias”, comenta.

Não à toa é
que Fred aproveitando a comemoração do Dia dos Pais, esteve em Penápolis e
aproveitou para pesquisar mais sobre os detalhes históricos da cidade. Na
oportunidade, visitou lugares como a 1ª Casa de Penápolis e o Museu Histórico e
Pedagógico “Glaucia Maria de Castilho Muçouçah Brandão”.

“Consegui
pequenos detalhes que podem ajudar na narrativa da história. Por exemplo,
existem relatos que os padres com medo dos índios atacarem, fizeram pequenos
buracos na madeira da casa para observarem a chegada dos indígenas”, diz.

Fred salienta
ainda que todos os personagens históricos, inclusive, os índios serão
referenciados na construção de seus personagens na trama. Entre eles, Maria
Chica, Eduardo de Castilho, Bento da Cruz e Luís Osório.

Sua ideia inicial
é de se dedicar a escrever o livro até dezembro desse ano. Para procurar uma
editora no início do ano que vem. “A ideia já tenho escrito. Por exemplo, já
sei o início, meio e fim desse livro e isso já está me facilitando demais”.


Caipira

Fred que é
autor de quatros livros, lembra que quando jovem o desejo era sair de Penápolis
para construir outras referências, mas, com a chega em São Paulo percebeu que
era cidadão do interior.

“Somente na
capital pude descobrir que de fato eu era caipira. Lembro-me que o primeiro
choque foi o transporte público, lá tinha que utilizar metrô ou ônibus para me
locomover. Aqui eu ia a pé ou de bicicleta para os lugares”, comenta.

Esses
detalhes e histórias marcaram profundamente o Fred e ele traduz perfeitamente
em seus escritos. Penápolis é para Fred seu ponto de referência.

“Foi aqui que
vivi minha infância, adolescência e juventude. E tudo que vivo hoje sempre
possui algo que me remete a Penápolis. Desde algo simples, até comparar a
calmaria de Berlim com aqui”, lembra.

Tanto é que
em seu primeiro livro de contos ‘Canções para ninar adultos’ e o livro de
poemas ‘Guia poético e prático para sobreviver ao século XXI, possuem referências
e histórias de Penápolis.

Em um dos
trechos do poema “Um rolê pelo bairro”,
Fred lembra da sua vida de estudante: “As
freiras organizaram uma excursão pros meus amigos/ olharem a pobreza em olhos
desmilinguidos/ a ideia era um rolê num bairro em crise/ filho preso, filha
aidética, tragédia em reprise/ Achei aquilo comovente e também muito didático/
Iria me lembrar, durante meu sabático. / Quando a kombi que nos levava a este
mundo sofrido/ Tomou o rumo de casa, eu fiquei constrangido/ “Hey, motorista,
onde vocês estão me levando?” / Era a casa do meu vizinho o tal zoológico
humano/ Fiquei com vergonha por morar no safári da fome/ E por colar com os
boys e gente de sobrenome”
.


Carreira

Recentemente
Fred fez parte da equipe de redatores do programa Conversa com Bial, do também
jornalista Pedro Bial, na Rede Globo de Televisão. Para Fred foi uma
experiência bacana, dando-lhe a oportunidade de construir diversas pautas com
que se identificou.

Antes, porém,
Fred construiu sua carreira na Editora Abril. Logo após de terminar o curso na
Unesp (Universidade Estadual Paulista) mudou-se para a capital paulista para
participar do Curso Abril de jornalismo.

Na Abril,
Fred fez parte de diversos projetos editoriais, até se tornar o editor-chefe
digital de todas as marcas do Núcleo Infanto-Juvenil, cuidando de revistas como
Superinteressante, Guia do Estudante, Mundo Estranho, Recreio, Vida Simples e
Aventuras na História.

Fred foi um
dos pioneiros no desenvolvimento de newsgames (jogos jornalísticos), gerenciado
uma equipe criativa de 14 pessoas (entre programadores, designers, jornalistas
e analistas de redes sociais) responsável pelo desenvolvimento de jogos,
infográficos, vídeos e sites.

Seu trabalho
com newsgames (jogos jornalísticos) foi destaque no "Niemans Lab" da
prestigiada universidade de Harvard e no "Knight Center for
Journalism" da Universidade do Texas, além de sites ingleses, alemães e
franceses.

O jornalista
saiu da Editora Abril, em 2013, para tirar um sabático, morar um ano em Berlim
e empreender com seu próprio site, o Glück Project - uma investigação sobre a
felicidade. Logo que lançado rapidamente ganhou milhares de fãs no Facebook e
destaques na mídia nacional.

Para
finalizar o projeto, nos próximos meses, Fred e Karin estão preparando uma
longa matéria, de 12 páginas, para a Revista Superinteressante, onde farão um
relato de como foi a investigação.

Fred é,
também autor de quatro livros de ficção ‘Canções para ninar adultos (2012);
‘Haicais Animais’ (infantil, 2013); ‘Felicidade tem cor’ (infantil em parceria
com sua esposa Karin Hueck, 2016) e; Guia poético e prático para sobreviver ao
século XXI (livro de poemas, 2016). Além deles co-escreveu e co-editou mais
dois livros de jornalismo gastronômico. Em 2014, já na Alemanha escreveu “Guten
Appetit: a nova cozinha alem㔠e recentemente “Prato Firmeza: guia gastronômico
das quebradas de SP”.



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