De olho no sucesso recente, Espanha e Uruguai deixam renovação de lado
Esportes
16/06/2013Adversários de hoje, 19h, Espanha e Uruguai têm mais em comum do que vistas estonteantes de seus hotéis no Recife. Desde quarta-feira, poucos quilômetros separam as duas seleções em suas luxuosas hospedagens perto da praia de Boa Viagem, mas é a quase nula rotatividade de seus elencos o que chama a atenção para a Copa das Confederações.Cada um tem a sua justificativa. Técnico do Uruguai desde 2006, Óscar Tabárez vem mantendo uma base de jogadores nas competições mais importantes dos últimos anos. A delegação que desembarcou em Recife na noite de quarta-feira, por exemplo, é praticamente a mesma que conquistou a Copa América há dois anos.Desde o torneio na Argentina, foram apenas duas modificações: o zagueiro Victorino, do Cruzeiro, e o ex-atacante do Botafogo, Loco Abreu, atualmente no Nacional, deixaram a lista para as entradas do lateral-direito Matías Aguirregaray, do Peñarol, e do meia Gastón Ramírez, do Southampton, da Inglaterra.
O grupo também é muito parecido com o que alcançou o quarto lugar na última Copa do Mundo. Ao todo, são 18 remanescentes. O zagueiro reserva Andrés Scotti, por exemplo, é o mais velho de toda a Copa das Confederações: completará 38 anos em dezembro. Ele influenciou diretamente para que a Celeste alcançasse o posto de seleção mais velha do torneio, com média de idade de 28,2 anos.
Campeã mundial e europeia, a Espanha está longe de viver do mesmo problema. A população ultrapassa as 47 milhões de pessoas - ainda muito aquém de um Brasil, com 193 milhões. E a fábrica de craques anda em todo o vapor, capitaneada pelas divisões de base do Barcelona, clube de maior sucesso no mundo nos últimos tempos.
Foi de La Masia que surgiu Thiago Alcântara. O meio-campista brasileiro naturalizado espanhol esteve cotado para receber uma chance na seleção principal, mas o técnico Vicente del Bosque optou por um elenco de veteranos, embora todos ainda com o rendimento esperado. E nem mesmo a lesão do volante Xabi Alonso o fez mudar de ideia.
Thiago é apenas um exemplo. No gol, Pepe Reina, de 30 anos, impediu que De Gea, titular do Manchester United aos 22 anos, também estivesse no elenco. Sem contar com Francisco Román Alarcón Suárez, o Isco, meia de 21 anos e de excelentes atuações com o Málaga ao longo da temporada - que o colocaram na rota de clubes como Manchester City e Real Madrid. Os três estão vestindo a camisa da Espanha, mas na Eurocopa sub-21, disputada em Israel, enquanto poderiam ganhar experiência para 2014 no Brasil.
Sem espaço para jovens no grupo, nada mais natural de que a média de idade dos espanhóis fosse elevada. É de 27,5 anos, abaixo apenas do próprio Uruguai e empatada com a Itália. O mais velho é o meio-campista Xavi Hernández, com 33 anos, mas poderia ser o zagueiro Carles Puyol (35) se não estivesse, como de costume, lesionado.
O zagueiro e capitão do Barcelona já havia sido ausência na conquista da Eurocopa de 2012. E dificilmente emplacará no próximo ano. Desta forma, são 18 remanescentes desde o título na África do Sul, e outros dois nomes que integraram o elenco na Polônia e Ucrânia (Cazorla e Jordi Alba), deixando em apenas três as novidades da Fúria: o lateral-direito Azpilicueta, do Chelsea, o lateral-esquerdo Nacho Monreal, do Arsenal, e o centroavante Soldado, do Valencia.
Uruguai e Espanha se enfrentam hoje, às 19h (de Brasília), na Arena Pernambuco, em partida válida pela primeira rodada do Grupo B da Copa das Confederações.
Em treino fechado no Engenhão, Balotelli sente dores e vira dúvida
A Itália pode ficar sem seu principal jogador na estreia na Copa das Confederações. O atacante Mario Balotelli sentiu dores na coxa direita durante o treino de sexta-feira, no campo anexo do Engenhão, e passou a ser dúvida para enfrentar o México, hoje, às 16h, no Maracanã.
O técnico Cesare Prandelli comandava um treino tático sem a presença da imprensa quando o jogador comunicou o desconforto muscular ao departamento médico. Ele será avaliado para saber se tem condições de ir a campo contra a seleção mexicana.
Curiosamente, o centroavante já havia demonstrado sentir dores musculares durante os primeiros treinos no Brasil, principalmente em finalizações. O jogador mancou diversas vezes após finalizar contra o gol, mas seguiu trabalhando normalmente.
Caso ele não possa atuar, Prandelli não tem muitas opções para a vaga. Como montou o time no esquema 4-2-3-1, o único integrante do grupo que pode fazer a função de referência na área é o veterano Gilardino.
O Faraó participou normalmente dos exercícios com o grupo e está liberado para enfrentar o México, no Maracanã. O jogador foi poupado da atividade de quinta em virtude de dores musculares. Segundo o médico da Azzurra, ele tem condições de atuar no fim de semana.
El Shaarawy, porém, deve começar a competição como reserva. Titular nos últimos jogos, o atacante do Milan perdeu a posição para Giaccherini. Prandelli pretende assim dar mais força ao meio de campo, setor que ele não gostou do rendimento no empate por 2 a 2 contra o Haiti, quarta, em São Januário.
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