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Contratos longos e típico camisa 10 fazem o sucesso do Penapolense

Esportes

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O Penapolense novamente é uma das sensações do Campeonato Paulista e avançou entre os quatro melhores para a próxima fase do Estadual – desta vez, porém, beneficiado pela fórmula de disputa do torneio, já que foi o 13º na classificação geral. Os “segredos” do clube vão desde a manutenção do elenco com um planejamento financeiro até o “acolhimento” da população de Penápolis.Em 2013, o desempenho do então novato clube na primeira divisão do Paulista acabou a primeira fase com uma oitava colocação, após ter um aproveitamento de 49% em 19 jogos (8 vitórias, 4 empates e 7 derrotas) – a equipe foi eliminada nas quartas pelo São Paulo no Morumbi. Neste ano, o percentual de pontos ganhos caiu para 42% (6 vitórias, 1 empate e 8 derrotas), mas a equipe venceu o mesmo confronto com o São Paulo.
Da base que deu certo em 2013 para a atual temporada, muitos jogadores do Penapolense foram remanescentes – entre eles Rodrigo Biro e Guaru, dois dos principais nomes da equipe. A manutenção do elenco, fato raro nos tempos modernos entre equipes do interior, é resultado de contratos a longo prazo feitos pelo clube, que utiliza os jogadores no Paulista e empresta os atletas durante a segunda parte do ano para times da Séria A e Série B, em sua maioria.
“A preparação já começou no ano passado, quando fizemos alguns contratos longos com vários jogadores. Esses jogadores no segundo semestre saíram por empréstimo e voltaram neste ano, tanto que nossa base é 70% do ano passado. e nosso time saiu na frente na parte física porque começamos a treinar dia 5 de outubro”, afirmou Paulo de Carvalho, gerente de futebol da equipe.
A equipe ainda contou com a oportunidade de observar jogadores que se destacaram pelo time na fraca campanha na Série D e que ficaram no clube – “três titulares”, de acordo com Paulo de Carvalho. A folha mensal do Penapolense gira em torno de R$ 350 mil, sem contar a comissão técnica. Segundo Carvalho, a maioria dos jogadores tem contratos de “três a quatro anos” com o clube.
MEIA
Muito do futebol apresentado pelo Penapolense nos últimos anos passa pelos pés do meio-campista Guaru, que está desde 2012 na equipe do interior paulista. Veterano e aos 33 anos, o jogador apresenta o estilo clássico de meia-armador e faz o time andar dentro de campo. É importante ainda pela cobrança de bola parada precisa.
“É um meia que acho que o futebol brasileiro está com poucos jogadores desse perfil. É aquele camisa 10, antigamente o camisa 10 organizava o time, trazia bolas, cobrava falta. Hoje tem poucos como ele. Além do Guaru, tem o Ganso, o Douglas que estava no Corinthians e agora foi para o Vasco. São poucos”, exaltou Paulo de Carvalho.
PERFIL
O sucesso do Penapolense não foi fruto de uma campanha de sucesso isolada de um treinador. Pelo contrário: a equipe foi às quartas de final do Campeonato Paulista de 2013 com um comandante, teve outro técnico durante a disputa da Série D do mesmo ano e, em 2014, já conseguiu chegar às quartas de final com um novo treinador. Em comum entre todos, está o mesmo perfil, postura seguida pela diretoria da equipe.
“O ano passado era o Pintado. Ele saiu e entrou o Luciano. Este ano saiu o Luciano e entrou o Narciso. Os três técnicos têm um perfil semelhante, são jovens. Têm um futuro promissor muito grande no cenário nacional e o Penapolense sempre visa buscar esses treinadores com perfil mais moderno, mais novo do futebol. A gente tenta sair  um pouco daqueles da velha guarda”, comentou o gerente de futebol do clube.
FINANÇAS
“A gente não pode gastar mais do que nossa renda”. Com esse lema, o gerente de futebol Paulo de Carvalho disse que o Penapolense terminou o ano de 2013 fora do vermelho, apesar de ter apresentado grande perda com a disputa da pouco rentável Série D do Campeonato Brasileiro. As principais fontes de renda do clube vêm, obviamente, do Estadual nos primeiros meses do ano.
A equipe conta com a cota da Federação Paulista de Futebol (FPF), além da verba de TV. Outro fator que ajuda – e muito – o Penapolense é o apoio de empresas da cidade, que investem em patrocínio no clube – atualmente o time de Penápolis conta com o patrocínio das companhias Oregon, Grupo MC Fernandes, Asperbras, Leite Bonolat, Bioleve, Frum, Kanxa e Nimix.
Destes, alguns são naturais ou têm sedes na cidade, como Oregon e a Asperbras. O gerente de futebol Paulo de Carvalho alega que “mais de 70%” dos recursos financeiros da equipe oriundos de patrocínios são de empresas da cidade.
PARCERIA
Além de seguir a filosofia de manter a base, o Penapolense também contou com a parceria com a Elenko Sports, empresa que conta com representantes do futebol que fazia parte da DIS. Através dela, trouxe nomes de jovens jogadores com passagens por equipes grandes, mas que não engrenaram nos principais clubes do País e ainda buscam um lugar ao sol – Douglas Tanque, revelado pelo Corinthians, e o zagueiro Gualberto, ex-Palmeiras, são dois deles.
O acordo varia de jogador para jogador, mas em sua maioria o Penapolense paga os salários dos atletas cedidos pelos empresários e fica com parte dos lucros em uma futura negociação – para alguns dos atletas, a divisão é até meio a meio entre a empresa o clube.
CT
As boas campanhas do Penapolense passam também por uma estrutura decente cedida aos atletas. Ainda antes de estrear na Série A1, o presidente da equipe, junto de um grupo de moradores da cidade, comprou um Centro de Treinamento que pertencia a um ex-conselheiro do Corinthians utilizado pela equipe alvinegra para revelação de jovens– atualmente, a estrutura é cedida aos jogadores do Penapolense, de acordo com Paulo Carvalho, gerente da equipe que tem passagens pelo Santos.
“O Centro de Treinamento nosso é muito bom, tem alojamentos, piscinas, academia, três campos para treino”, contou o dirigente. De acordo com o site da equipe, há a previsão de inauguração de um CT próprio do clube em breve. “O pontapé inicial foi dado dia 03 de Setembro de 2013 com o lançamento da pedra fundamental do novo Centro de Treinamento. A área que abrigará o espaço deverá ser nas proximidades do Lar Vicente de Paula (no Residencial das Flores)”, diz texto no site do clube.
PENÁPOLIS
Gerente de futebol da equipe “forasteiro” na cidade de Penápolis, Paulo Carvalho ainda aponta outro fator para o sucesso da equipe: a fácil adaptação dos jogadores que chegam ao time. Segundo o gerente, a população do município acolhe muito bem os atletas que vão para a equipe e deixam a vida dos atletas mais tranquila.
“O que é muito bom da cidade de Penápolis é o acolhimento dos cidadãos do município. O jogador que chega aqui se adapta muito fácil, até por causa do calor humano que os moradores dão aos jogadores. Então dificilmente você vê um atleta insatisfeito aqui”, opinou o gerente. 



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