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Decisão fair play: finalistas estão entre três times com menor média de faltas

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O carrinho de Mascherano em Robben, aos 45 minutos do segundo tempo, surpreendeu não apenas pela dor do volante argentino e a revelação após a partida (o jogador rompeu o ânus no lance). Surpreendeu pela precisão. Um dos maiores símbolos da raça na atual equipe argentina passou todo o jogo diante dos holandeses sem cometer uma falta sequer. Mas tal dado revela não apenas uma característica de Mascherano, mas de todo o time argentino, que é o segundo com menor média de faltas por jogo da Copa. O terceiro é justamente a Alemanha, que só não fará a final dos “reis do fair play” com os comandados de Alejandro Sabella porque a Espanha lidera o quesito. 
Os espanhóis se despediram do Mundial com a decepcionante eliminação na primeira fase, mas campeões na disciplina. Foram 28 faltas cometidas em três jogos, média de 9,3 por partida. Eles são seguidos pela Argentina, que fez 64 faltas em seis partidas, ou 10,6 por confronto. Os germânicos têm média de 11,8 faltas por jogo, com 71 infrações em toda a Copa. O Brasil aparece como o quarto time mais faltoso: 17,8 por partida.
Com tais números, não é surpresa que os dois finalistas também se destaquem nos números de cartões. Ambos não tiveram jogadores expulsos.
Os alemães foram amarelados apenas quatro vezes – tem a menor média ao lado de Portugal –, e os argentinos seis – terceira menor média, ao lado de Espanha, Bósnia, Itália, Estados Unidos, Colômbia e França.
Os números não são coincidência. São reflexos da postura adotada pelos dois treinadores. Os hermanos terminaram a primeira fase como líderes no fair play. Na ocasião, Alejandro Sabella enalteceu a sua busca para manter tais números. 
"Sempre falamos para termos cuidados nas faltas por conta dos cartões amarelos", declarou o treinador, na véspera do confronto contra a Suíça. 
Joachim Löw vai além. A tentativa de ter uma equipe com jogo mais limpo é também uma busca por partidas mais abertas e menos jogadas violentas. De olho no adversário da semifinal, o técnico alemão analisou o jogo entre Brasil e Colômbia, que terminou como o mais faltoso da Copa do Mundo. Foram 54, número que assustado Löw.
"Vimos que a Copa é baseada em grande dinamismo, poder, energia física, nos grandes duelos e nos jogadores que estão dispostos a seguir em frente. Eles partem para o combate e mostram que estão dispostos a bloquear os adversários. (...) Vi nos últimos jogos, como no último da Colômbia,  que essa energia física foi além dos limites que temos na Europa. Se isso acontecesse lá, os 22 jogadores não teriam acabado esse jogo. Foram faltas brutais. Esse tipo de combate físico, bloquear o adversário com toda a energia, acho que foi um pouco exagerado", comentou o técnico alemão, na véspera do jogo contra o Brasil.
Os jogadores de marcação de ambas as equipes ajudam a manter os bons números. Hummels, Boateng, Mertesacker e Howedes fizeram, juntos, 19 faltas em toda a Copa. É o mesmo número do belga Fellaini, jogador que mais faltoso do Mundial até agora. Zabaleta, Fernández, Garay e Rojo foram mais duros, com 25 faltas. Dentre os brasileiros, Luiz Gustavo, com 13 faltas, e David Luiz e Fernandinho, ambos com 12, são os que cometeram mais infrações. Com tais estatísticas, as duas seleções esperam dar um exemplo para o futuro do futebol.
"Acredito que temos que parar com essas jogadas violentas. Pois, caso contrário, nós não vamos ter mais "Neymarzes", "Messis" e etc. Vamos ter outros tipos de jogadores que vão entrar em campo para destruir. E esta é uma Copa do Mundo que está com o título do dinamismo e força física. Vi jogos em que os limites foram ultrapassados", opinou Joachim Löw.
Argentina e Alemanha fazem hoje, ás 17h, a final da Copa do Mundo 2014, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.



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