Açougueiro baleado durante cumprimento de mandado teria resistido à abordagem
Polícia
Ele, segundo apurado, permanecia internado sob escolta; arma usada pelo PM foi apreendida
Ivan Ambrósio 05/12/2020O açougueiro de 36 anos, baleado na tarde de quinta-feira (3), em Penápolis, teria reagido à abordagem da Polícia Militar, conforme o boletim de ocorrência registrado durante à noite no plantão policial. Segundo apurado, ele é suspeito de assaltar um colégio particular na região central da cidade no último dia 24.
O caso ocorreu em uma propriedade rural, que pertence aos pais dele e que fica às margens da Estrada do Mineiro, por volta das 16h30. O investigado foi ferido na barriga, tendo o projétil transfixado o corpo, mas sem atingir órgão vital. Por isso, não houve necessidade de cirurgia. Ele permaneceu em observação no pronto-socorro, sob escolta.
FACÃO
O delegado plantonista esteve no local. Dois PMs foram a propriedade para cumprirem mandado de prisão, expedido pela 4ª Vara de Justiça. Um deles contou que, durante a abordagem, o investigado teria resistido, pegando um facão. Ele só deixou o objeto após dois tiros. Mesmo assim, o homem teria corrido próximo de um pasto, sendo perseguido e, perto de uma mata, tentou agarrar o braço de um dos militares.
Neste momento, houve outro disparo, tendo o procurado caído. A mãe do açougueiro foi ouvida. Ela contou que o filho chegou do trabalho e estava sentado na área, quando os PMs chegaram. Ainda segundo ela, quando o açougueiro foi atendê-los, viu que um dos policiais sacou a pistola, apontou na direção dele e disse que iria prendê-lo.
Ao ser informado do mandado, o homem teria saído em direção ao pasto. A mulher relatou ainda que entrou na frente do PM, machucando o braço na cerca de arame. Mesmo assim, ela não conseguiu impedir que os policiais fossem atrás do açougueiro, que correu até uma mata, ouvindo dois disparos e imaginando que o filho tinha sido baleado. A mulher correu para dentro de casa e ficou com o marido, que confirmou a versão.
PS
O local foi periciado. Manchas de sangue foram encontradas, entretanto, não havia as cápsulas ou projéteis. O delegado, acompanhado de investigadores, foram ao PS e, em conversa com o investigado, este confirmou que pegou o facão mas que, ao ser informado da prisão, largou o objeto e correu para evitar a abordagem.
Ele ainda disse que o disparo foi feito quando ele caiu, já no meio da mata, negando ter tentado retirar a arma do PM. Os militares foram ouvidos e liberados. A pistola foi apreendida e o caso - registrado como tentativa de homicídio – será apurado pela Polícia Civil.
Em nota, a assessoria de imprensa da PM relatou que o açougueiro, ao ser visto e reconhecido, teria fugido em uma moto. “Mesmo com apoio de outras equipes, ele só teria sido alcançado na fazenda onde mora e se apossado de um facão, com o qual teria tentando atacar um dos policiais, que atirou duas vezes contra o chão, fazendo com que largasse a ferramenta e corresse para a mata”.
Ainda conforme a corporação, o investigado segurou o braço de um dos militares, na tentativa de tomar a arma e, por isso, houve o disparo. “A equipe imediatamente acionou o Resgate do Corpo de Bombeiros, sendo o homem levado ao hospital”, destacou. Após receber alta médica ontem (4), o açougueiro foi levado a cadeia local, estando à disposição da Justiça.
O oficial de plantão da PJM (Polícia Judiciária Militar) foi ao local, ouviu os PMs envolvidos, familiares do investigado e instaurou um inquérito para apurar os fatos. “A Polícia Militar reafirma seu compromisso com a defesa da vida, integridade física e dignidade da pessoa humana, por meio de treinamentos e aprimoramentos, sempre objetivando garantir os direitos humanos fundamentais de todas as pessoas, indistintamente”, finalizou a nota. O caso segue em investigação.
Comentários
Atenção: Os comentários feitos pelos leitores não representam a opinião do jornal ou do autor do artigo.