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Advogada rasga o próprio vestido e o sutiã para poder ter acesso ao CR de Araçatuba

Justiça

Para poder ter acesso e numa atitude desesperada, a advogada rasgou o vestido e o bojo do sutiã

Para poder ter acesso e numa atitude desesperada, a advogada rasgou o vestido e o bojo do sutiã. Foto: Divulgação

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Uma advogada de 41 anos, residente em Penápolis, teve de rasgar o sutiã e o vestido que usava para entrar no CR (Centro de Ressocialização) de Araçatuba. O caso ocorreu na tarde de terça-feira (23), por volta das 15h30.

Ela registrou um boletim de ocorrência no plantão policial em virtude do constrangimento que teve, prejuízo material e alegou que os advogados são isentos de revista mecânica e detectores de metais. O sistema, segundo o BO, acionou quando a profissional passou.

A defensora foi ao CR atender um cliente. Chegando à unidade, a defensora contou que aguardou do lado de fora desocuparem o parlatório. Após 40 minutos, ela foi autorizada a entrar, sendo solicitada pelos funcionários do local que deixasse o celular, colares e pulseiras em seu veículo.

Após atender a orientação, a advogada passou pelo detector de metais, acionando o alarme sonoro. Duas agentes penitenciárias disseram que poderia ser algo relacionado ao calçado ou na região do tórax. A profissional relatou que tinha vindo de Penápolis para atender um cliente, entretanto, as funcionárias falaram que não podiam autorizá-la entrar, em virtude de o detector ter acionado o alarme.


RESOLUÇÃO

Ainda segundo o boletim, a advogada pediu para falar com o diretor da unidade. Ela a levou até o parlatório com um agente e alertou que não poderia deixa-la entrar enquanto não parasse o alarme. O funcionário orientou-a para retornar outro dia com uma “roupa adequada”.

A defensora questionou-o, falando que não estava com vestimentas impróprias, sendo rebatida pelo diretor que ela “teria entendido muito bem o que havia sido falado”. Diante da situação, a advogada deixou o local e acionou a subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Araçatuba, que enviou uma representante de prerrogativas.

O diretor foi chamado novamente e as atendeu em uma sala, na presença de mais três agentes. O funcionário expôs o problema, quando foi rebatido pela representante do órgão, que informou a ele sobre a violação da prerrogativa profissional do advogado.

Este, por sua vez, admitiu que apenas seguia uma resolução da SSP (Secretaria de Segurança Pública), no qual diz que “todos passarão por revista mecânica e pelo detector de metais”. No entanto, conforme relatado no boletim de ocorrência, o advogado é isento deste procedimento, com base na lei 8.906/94, artigo 7º.

Mesmo assim, a advogada autorizou que uma agente a revistasse, além de se comprometer em fazer uma declaração de próprio punho isentando à direção do CR do ato. A proposta foi rejeitada pelo diretor. Outro representante da OAB e presidente do conselho de prerrogativas chegou ao local, onde a alegação da direção foi à mesma.


RASGOU

Numa atitude desesperada, a profissional rasgou seu vestido para tirar os ornamentos metálicos e ainda rasgou o bojo do sutiã, para retirar a alça metálica de sustentação que fica no interior da peça íntima. Em seguida, passou novamente pelo detector de metais, que não acionou o alarme sonoro, sendo permitida sua entrada na unidade. A reportagem tentou contato com a advogada para comentar o assunto, mas não obteve retorno.



JOVEM PAN PENÁPOLIS

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