AHBB recorrerá da decisão e tomará medidas cabíveis
Saúde
Eles classificaram a medida adotada pela Prefeitura como injusta
Ivan Ambrósio 17/04/2021A OSS (Organização Social de Saúde) AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil) informou que recorrerá da decisão da Prefeitura, que decretou a intervenção na Santa Casa, bem como tomará as medidas cabíveis. O advogado Eduardo Alonso classificou a decisão como injusta, pois sempre houve a prestação de contas dos serviços efetuados na unidade.
“Desde quando assumimos, respeitamos os prazos e enviamos, constantemente, as informações para a Prefeitura e, quando havia algum questionamento acerca dos resultados, respondíamos prontamente. Mesmo assim, eles desconsideravam os esclarecimentos”, disse.
Ele ainda explicou que as alegações feitas pelo Executivo para decretar a intervenção não correspondem com a realidade. “O ofício da Polícia Civil é para pedido de informações. Não existe qualquer intimação ou investigação contra a AHBB ou algum de seus membros. Não temos dúvida de que a justiça será feita e esse decreto seja revogado”, destacou.
O advogado frisou que a OSS sempre prestou serviços de qualidade, baseados na lei 8080/90 do SUS (Sistema Único de Saúde). “Para haver a intervenção, é preciso que haja falha na prestação do atendimento e até um estudo prévio, o que não houve. Além disso, a Irmandade sempre aprovou as nossas contas e gestão”, ressaltou.
O superintendente Roberto Torsiano, acompanhado do relações institucionais, Rogério Miotello e do gerente operacional Plínio Hernandes, lamentou a decisão do Executivo, que acontece no momento em que o hospital começa a se recuperar, depois de cinco anos de intervenção que, em sua visão, afetaram negativamente a qualidade de assistência em saúde.
“Esperávamos que houvesse uma justificativa técnica e jurídica para essa atitude, porém, o decreto não traz nada disso. Tínhamos conhecimento, desde o começo da semana, de que haveria a intervenção, mas não esperávamos que fosse dessa maneira”, comentou.
ASSEMBLEIA
Ele complementou que, na última segunda-feira (12), houve uma assembleia entre os membros da Irmandade, no entanto, o encontro ocorreu sem aviso prévio da pauta a ser discutida. “Entre os itens, estava a rescisão contratual, cuja medida foi contestada pela maioria dos ‘irmãos remidos’ e, em virtude disso, não teria sido votada a proposta, o que causou frustração na administração municipal”, reforçou.
Torsiano lembrou que, em julho de 2019, quando assumiram a gestão do hospital, o déficit mensal era de R$ 400 mil. “Houve um período em que a dívida anual fechou em R$ 5 milhões, como foi em 2017. Assim que assumimos, iniciamos nosso plano de trabalho e, no balanço de 2019, conseguimos reduzir para R$ 128 mil”, ressaltou. Além disso, ele citou que outros gastos, considerados altos, foram diminuídos.
“Para se ter uma ideia, antes pagava-se R$ 6,49 no metro cúbico de oxigênio e, hoje, é de R$ 2,50. O serviço de TI (Tecnologia da Informação) custava para o hospital R$ 23 mil por mês. Procuramos uma forma de diminuir e, atualmente, não chega a R$ 3 mil”, frisou. O superintendente da AHBB espera que, diante dessa atitude da Prefeitura, ninguém fique sem atendimento.
Ainda de acordo com ele, já foi feito contato com a Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo), que se colocou contrária à intervenção. “A história mostra, infelizmente, que nos lugares em que houve essa medida, o desfecho não acabou bem. Que a população penapolense e das demais cidades onde a Santa Casa é referência não fiquem desassistidas”, finalizou.
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