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AHBB reserva prédio do antigo Hospital de Campanha para projeto à mulher

Saúde

No entanto, caso haja necessidade, espaço pode ser cedido sem custo à Prefeitura

Hospital de Campanha funcionou por quase nove meses no prédio

Hospital de Campanha funcionou por quase nove meses no prédio. Foto: Arquivo/JI

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Causou um certo alvoroço publicação nas redes sociais, em que os proprietários do prédio onde funcionou, por quase nove meses, o Hospital de Campanha para atender pessoas suspeitas ou positivadas com a Covid-19, o novo coronavírus, em ceder o espaço, sem a cobrança de aluguel, para a Prefeitura usá-lo na implantação de mais leitos, seja de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ou enfermaria para atendimento.

No entanto, segundo apurado pela reportagem, a situação não seria bem assim. Antes mesmo da implantação do hospital, a OS (Organização Social) AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil), que hoje administra a Santa Casa, alugou o espaço para a implantação de um Centro de Referência da Mulher, cujo projeto está em andamento, mas que não foi concretizado em virtude da pandemia.

O diretor da associação, o médico Antônio Pinotti, esclareceu que, desde a implantação do Hospital de Campanha no prédio, nunca cobrou aluguel da Prefeitura, seja durante a gestão anterior e a atual. “A própria AHBB já ‘presenteava’ os cidadãos e o Executivo com a gratuidade, sempre prestando excelência de atendimento e salvando vidas”, disse.

Ele acrescentou que, caso a Prefeitura opte, em caso de necessidade, retomar o atendimento no prédio aos casos de coronavírus, a associação, assim como ocorreu anteriormente, não cobrará que a administração municipal pague o aluguel.

“Nós cedemos, também, desde que esteja tudo contratualizado e os proprietários façam sua benemerência. Durante o período de atendimento do Centro de Referência, eles receberam os valores, que pagos pela sede da AHBB”, destacou. Ainda segundo o diretor, de maio de 2020 até fevereiro deste ano, foram repassados à família detentora do espaço R$ 452 mil, valor esse pago integral e exclusivamente pela sede da instituição, não sendo cobrado, em nenhuma hipótese, dos cofres públicos ou pelo município.


REFERÊNCIA

O Hospital de Campanha entrou em funcionamento em 22 de maio do ano passado e foi implantado em uma parceria entre Prefeitura, AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil) e governo estadual. Ela contava com dez leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), equipados com cama, respirador e demais aparelhos e 20 de enfermaria.

A unidade deixou de funcionar desde o dia 5 de fevereiro. Desde então, a Santa Casa se tornou o local para receber pessoas que apresentem sintomas da doença. Desde a sua abertura, atendeu 496 pacientes. Do total, 263 foram de Penápolis.

O hospital foi referência para outros municípios da região às pessoas que apresentavam algum sintoma ou suspeita da Covid-19. Além da cidade, passaram ainda pela unidade 58 pacientes de Birigui, 26 de Avanhandava, 25 de Luiziânia, 20 de Glicério, 14 de Alto Alegre, 14 de Braúna, 13 de Andradina, 12 de Buritama e dez de Barbosa.

A lista ainda fecha com Araçatuba (1); Barretos (1) – a 198 km; Bilac (8); Brejo Alegre (3); Brotas (1); Castilho (2); Clementina (2); Coroados (4); Gabriel Monteiro (4); Guaraçaí (1); Manduri (1) – a 253 km; Olímpia (1); Ourinhos (1); Piacatu (1); Presidente Alves (1); Promissão (2); Santópolis do Aguapeí (2); Sud Mennucci (1); Turiúba (1) e Valparaiso (3). Desta totalidade, 383 se recuperaram e 113 não resistiram às complicações da doença.

A unidade foi implantada para atender Penápolis e a Região dos Consórcios, que engloba Birigui e municípios vizinhos, como Brejo Alegre, Buritama, Lourdes, entre outros, totalizando 17 cidades. No entanto, pela ocupação ter sido será regulada por meio da Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), pacientes de outras cidades mais distantes foram levados para o Centro de Referência durante o período em que esteve funcionando.


PROJETO

Mesmo com o fechamento do Hospital de Campanha, o aluguel do prédio continua sendo custeado pela AHBB, já que o contrato teria sido feito antes mesmo da implantação da unidade para ser um Centro Integrado de Saúde da Mulher.

O projeto, que está paralisado em virtude da pandemia, seria num espaço para atender toda a região, em parceria com o governo estadual e municípios, contemplando todas as mulheres e prestando serviços dentro da integralidade do SUS (Sistema Único de Saúde). “Esse é o nosso objetivo ainda”, finalizou Pinotti.



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