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Aluno do Colégio Futuro, de Penápolis, vence o Concurso de Redação da “Science Days”

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Como prêmio, Miguel F. Minotti dos Santos viajará para os EUA e conhecerá a NASA

Miguel quer ser físico e sonha um dia trabalhar na NASA

Miguel quer ser físico e sonha um dia trabalhar na NASA. Foto: Reprodução

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A Comissão Organizadora da “Science Days” e a Diretoria de Ensino de Araçatuba divulgaram, na tarde desta terça-feira, o texto vencedor do “Concurso de Redação”. O responsável pela redação campeã é o aluno Miguel F. Minotti dos Santos, do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Futuro, de Penápolis.

Como prêmio, Miguel irá conhecer a Agência Nacional Americana, no complexo Kennedy Space Center, na Flórida (EUA). Terá direito ainda ao transporte, alimentação e hospedagem.

“Estou muito feliz e gosto muito dessa área. Quero ser físico e meu sonho é grande. Um dia quero trabalhar na NASA. Acredito que venci o concurso porque gosto muito de escrever e sempre estudo e leio a respeito”, disse o estudante.

O pai do aluno campeão, Gilberto de Assis Barbosa dos Santos, não se cabe de orgulho. “Essa conquista vem coroar todo o trabalho que o Miguel vem fazendo e a escola vem preparando ele para isso, despertando a curiosidade pela ciência. Acompanhamos sua evolução desde pequeno”, contou o pai.

Por sua vez, o coordenador do Colégio Futuro, Caio Sampaio, disse que o aluno é destaque desde o 6º ano do Ensino Fundamental II e o Colégio Futuro sempre o incentiva a participar de competições. “Miguel está na final da segunda fase da Obmep (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) ”, lembrou.

De acordo com a professora coordenadora do Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino de Araçatuba, Edilene Bachega Rodrigues de Viveiros, foram avaliadas aproximadamente 50 redações das escolas participantes. “Vieram duas redações selecionadas por cada escola, sendo uma do Ensino Fundamental II e outra do Ensino Médio. Participaram escolas das Diretorias de Ensino de Araçatuba, Birigui, Penápolis e Andradina”, explicou.

Seguindo os critérios do regulamento, a comissão julgadora, composta de profissionais renomados na área da língua portuguesa, avaliou os textos conforme a originalidade, tema e o gênero. “Depois, apuramos a concordância, regência, pontuação e a coesão”, disse.

Com o tema “Uma aventura no espaço”, inspirada no filme de ficção científica “Perdidos em Marte”, o concurso teve por objetivo incentivar crianças e adolescentes a expressarem a criatividade, melhorar os conhecimentos linguísticos por meio da escrita da narrativa de aventura e refletir sobre a ciência e a tecnologia na sociedade.

Além de Miguel, foram classificados na categoria Ensino Médio os alunos: Victor Henrique Salesse de Oliveira, do 2º ano do Colégio Lumen, de Guararapes (2º lugar) e Bruno Dornelas Bertolino, do 3º ano da Escola Estadual “Antônio Kassawara Katutok, de Gabriel Monteiro (3º lugar).

Já na categoria Ensino Fundamental II, foram classificados os estudantes: Felipe Amaral Dias Pereira, do 6º ano da Escola Estadual “João Arruda Brasil”, de Guararapes (1º lugar); Júlia Pederiva Andreussa, do 9º ano do Colégio Lumen, de Guararapes (2º lugar) e Sofia de Almeida Rodrigues, do 8º ano do Colégio Futuro, de Penápolis.

A premiação será realizada na noite desta quarta-feira, às 20h30, no Centro de Convivência do UniSALESIANO. Os três primeiros colocados do Ensino Fundamental II ganharão certificados e óculos de realidade virtual. O prêmio será o mesmo para o segundo e terceiro colocados do Ensino Médio. Já o vencedor do Ensino Médio ganhará um certificado e a viagem para a NASA. (*) por Monique Bueno

Confira na íntegra a redação de Miguel:

Viajantes do futuro

Após acordar, com uma forte dor de cabeça, o primeiro viajante do tempo percebe que há algo de errado. Comunica-se com seu único companheiro à vista, um robô criado para acompanhar a viagem e registrar dados, nomeado em homenagem à última espécie extinta na Terra: Baleia.

– Acredito que não estamos onde deveríamos estar, Baleia. Comunique a central que há algo de errado, precisamos voltar.

– As tentativas de conexão com a central falharam, senhor. – Respondeu o robô que, observando o olhar horrorizado de seu companheiro continuou. – Com base nas estatísticas estamos em um planeta com o que parecem ser os restos da Terra e do nosso sistema solar. Se as análises estiverem corretas, a julgar pela distância das galáxias, estamos próximos do colapso universal, um período de tempo inestimável à frente do que estávamos.

A feição devastada do cientista apenas piorava enquanto acompanhava o relatório de Baleia, o que rendeu certo silêncio durante algum tempo logo após o término da fala do mesmo, que foi quebrado por chiados em um comunicador que o viajante trouxera consigo. Em um ato desesperado, ele começa a gritar, porém apenas chiados continuam saindo do aparelho, o que o faz desistir após alguns minutos. Ele então senta-se, olha em direção ao horizonte e torna a conversar com o robô:

– Estamos no futuro. Eu os alertei dessa possibilidade. A aceleração do buraco negro nos garantiria a energia, mas os cálculos eram imprecisos. Apenas não imaginei que avançaríamos tanto. – Neste momento, um olhar de confusão surge em sua expressão, e franzindo o cenho, o cientista se levanta e caminha alguns passos, coloca o polegar sob o queixo e então continua. – Baleia, a qual temperatura estamos sujeitos? Pressão e radiação?

– Estamos próximos ao zero absoluto senhor. Não consigo analisar os dados acerca da pressão. Estamos expostos à altos índices de radiação gama. Parece que a viagem ao futuro mudou totalmente a forma como o universo funciona. – Respondeu Baleia com certas pausas enquanto efetuava os cálculos.

– Tornamo-nos ultra resistentes? – Torna a perguntar o cientista.

– Ao que parece, nós não existimos aqui, não materialmente, e o tempo está passando muito devagar. – Explicou o robô, mostrando graficamente a quantidade de massa dos dois em sua tela, que estava zerada.

O viajante põe-se a pensar, após alguns segundos demonstra expressão de esclarecimento e então profere:

– Baleia, acelere o áudio que saiu do meu comunicador.

A pequena máquina obedece ao comando de seu parceiro, e como resultado ouve-se uma mensagem: “Parem agora… Agora mesmo… Vocês estão saindo da nossa dimensão… Há algo de errado com a posição… Vocês desaparecerão… Estão nos ouvindo? Repito…”.

– Algo mais? – Disse o cientista em resposta ao que acabara de ouvir, intrigado e assustado.

– Não, senhor, foi o máximo que pude decodificar. – Responde o robô.

Mais alguns minutos de silêncios instalam-se, os companheiros de viagem caminham alguns metros e com o polegar no queixo, o cientista diz:

– Nós não estamos no futuro, Baleia. – Vendo que seu parceiro não conseguia compreender a nova teoria, continuou. – Estamos momentos antes do Big Bang, em um universo anterior ao nosso… é por isso que não “existimos” ainda. A viagem deu certo. Certo demais. Mas parece-me que existem muitas variáveis que não conhecíamos acerca dela.

– Qual a procedência, senhor? – Pergunta o robô, que já compreendera a ideia.

– Disse que estamos em fragmentos da Terra? Vamos atrás de algo que conhecemos. Vida.

Após andarem por bastante tempo, o cientista já estava perdendo as esperanças. Os sinais de que o Big Bang estava próximo apenas aumentavam. Foi então, que uma ideia funcional surgiu: como toda matéria ali iria formar o universo novamente, eles deveriam deixar uma mensagem, para que não fosse realizado o experimento no futuro. Seguindo a ideia, Baleia codificou o máximo de partículas que pôde com o aviso, então o universo colapsou.



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