Apeoesp lança movimento contra escola sem partido

Cidade & Região

Carlos Netto 04/12/2018

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) lança na próxima sexta-feira, dia 7, em sua sede, na Capital, o movimento contra a escola sem partido, proposta que a entidade considera uma fraude contra a escola pública.


O objetivo, segundo a diretora da subsede em Penápolis, professora Tereza Cristina Moreira da Silva, é desenvolver uma ação mais incisiva para combater o assédio moral contra os professores, incentivado por este movimento.


“Na última reunião de REs (representantes de escolas) esse assunto esteve em pauta.


Agora, a intenção é promover uma grande mobilização para discutir, com a comunidade, essa proposta que querem implantar no ensino público do país”, explicou a diretora


Ela disse que material alusivo à campanha, contra a implantação de uma escola sem partido, está sendo preparado para distribuição nas escolas, através das subsedes espalhadas por todas as regiões do Estado. “O tema é Cala Boca Não”, informou.

A ideia da Apeoesp, segundo a Tereza Cristina, é promover audiências públicas em defesa das escolas, para que elas não sofram qualquer tipo de interferência que tente amordaçar os professores em sala de aula.


“Sabemos que existe movimento para que isso (escola sem partido) esteja em pauta de discussão na Câmara no próximo ano. Acreditamos que a mobilização de professores, e da própria comunidade, poderá evitar isso”, explicou.

SUBSEDE


Durante a reunião de representantes (REs), na última sexta-feira, na Subsede da Apeoesp, o assunto esteve em pauta, com debates bastantes produtivos, quando foram tirados alguns pontos, que serão levados na reunião de Conselheiros, em São Paulo.


Para a professora Cleide Maria de Jesus, em pauta ficou decidido também que a entidade deve promover audiências públicas em Penápolis e na região, buscando apoio para a causa.

“No dia 13, em São Paulo, vamos levar o que ficou decidido em Penápolis e uma das propostas seria promover audiências nas câmaras municipais das cidades da região, abrangida pela subsede”, garantiu.


ALERTA

A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, tem alertado que os movimentos sociais avançaram bastante na construção de uma consciência crítica e na promoção da justiça social no nosso País.


Segundo ela, esses avanços são intoleráveis para os ultraconservadores, e a direita estaria apostando na interferência direta na escola, para amordaçar os professores em sala de aula e tratar o aluno como um incapaz vulnerável.


“Eles entenderam que não bastou dar o golpe, é preciso mudar a cultura, anular consciências.


E é contra isso que os movimentos sociais, os sindicatos e todos os setores verdadeiramente democráticos da nossa sociedade devem atuar, decisivamente, até que se coloque uma pá de cal nessa aberração autoritária”, explicou a presidente.