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Após 41 anos, INTERIOR encerra o impresso com a missão cumprida

Cidade

Jornal estará potencializando informações no portal de notícias e plataformas digitais

Capa da última edição impressa, com destaque para a 1ª publicada em 1º de maio de 1982

Capa da última edição impressa, com destaque para a 1ª publicada em 1º de maio de 1982. Foto: Reprodução

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O INTERIOR, após 41 anos de circulação ininterrupta, chega ao fim nesta edição histórica, deixando de ser impresso. O jornal, agora, seguindo tendência mundial, estará potencializando as informações apenas pelas redes digitais através do seu portal de notícias e nas plataformas do Facebook, Instagram e também Youtube.

No dia 1º de maio de 1982, o Interior começava a chegar às casas dos seus leitores com a missão de ser o moderador entre a sociedade e os poderes na busca de soluções para o desenvolvimento regional, ao mesmo tempo em que passou a ser o principal diário do cotidiano do nosso povo.

Nas páginas deste jornal, foram registradas as maiores conquistas e também as dores que marcaram a história do povo penapolense e das seis cidades que integram a comarca local.

A migração vinha sendo estudada havia tempos, devido aos custos de produção, queda no número de assinantes e consequentemente de clientes anunciantes e a possibilidade de explorar um segmento maior através das redes digitais, uma vez que se mudou a forma de consumir informação.

Jornais e revistas, folhetins e panfletos estão deixando de circular. O advento da revolução tecnológica foi potencializado com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Desde o início deste ano, o comando administrativo da empresa vinha estudando parar com o impresso.

Em junho de 2022, após completar 40 anos, o jornal já deixou de ser diário, passando a circular três vezes por semana, sendo as terças, quintas e sábados. Em janeiro deste ano, houve a última renovação semestral das assinaturas, com vencimento final para julho.

A partir de então, as demais assinaturas vincendas foram renovadas proporcionalmente ao tempo que circulação do jornal. A mesma sistemática administrativa foi adotada para os valores cobrados pela assinatura. As últimas renovações, para um mês, ocorreram entre o final de junho e até os primeiros 10 dias de julho.


PERDAS

Jornais, revistas, panfletos, folhetins e livros estão perdendo público no impresso nos últimos anos. No caso do jornal Interior, segundo a direção, a perda de 40% de seus assinantes nos últimos oito anos.

A situação se agradou durante os dois anos da pandemia da Covid-19. O faturamento a partir de 2020 representou uma queda também na margem de 40%, o que tornou o impresso inviável, uma recuperação que não deve ocorrer mais, por conta da opção preferencial pelo o que a internet oferece gratuitamente.

Em diversos países, a diminuição no consumo de conteúdos jornalísticos impressos é uma realidade que assombra veículos de comunicação. O movimento teve início há cerca de duas décadas, com a popularização da internet, e tem se intensificado nos últimos anos.

Na média do ano, um veículo de comunicação foi descontinuado por mês no Brasil. Ao todo, pelo menos 12 títulos encerraram as suas histórias na imprensa do país no decorrer de 2021, conforme levantamento realizado pela reportagem do Portal Comunique-se.

Os fechamentos atingiram todo o tipo de meio midiático, do impresso (jornais e revistas) ao online, passando também por emissora de rádio e canal de televisão. O encolhimento do público no impresso em Penápolis, por exemplo, é representativo do que está ocorrendo nas demais cidades do país.

A forma de outros conteúdos mais ágeis, com imagens e interatividade no bate papo ao vivo, além de ser um acesso gratuito, inviabiliza os veículos tradicionais do jornalismo que tem seu faturamento baseado no sistema de cobrança de assinaturas e anúncios que não cobrem os custos, além de ficar refém de parcos recursos do poder público, que também está impedido de gastar com publicidades.

Portanto, a produção dos jornais e revistas está cada vez mais cara, está se esgotando, e precisa ser repensada. Com esse encolhimento, torna-se mais difícil o equilíbrio financeiro a partir da receita com assinantes.

Para equilibrar, tem que aumentar o valor das assinaturas; o aumento torna o jornal um meio excludente em termos do número pessoas com acesso ao mesmo, uma vez que quanto mais caro o valor da assinatura, menos assinantes se tem.


MISSÃO

Esta edição histórica encerra um ciclo com o sentimento de Missão Cumprida. Isso porque o jornal deixa de ser impresso em um momento oportuno para se investir nas novas mídias digitais.

Outro fator preponderante é estar no auge de seu fortalecimento enquanto marca empresarial, com o nome Interior ainda muito forte e enraizado no jornalismo penapolenses.

Ao longo desta semana, foram apresentados comentários em colunas e em editoriais falando da importância do Interior para a garantia da democracia com a pluralidade de opiniões e informações.

Sua linha editorial é incomparável, pois não se rendeu ao poder político e econômico. Por fim, a empresa assegura que todos os compromissos contraídos com funcionários, fornecedores e credores em geral serão honrados.



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