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Aquisição de armas de fogo na região aumenta em mais de 150%

Região

Número é o mais alto desde 2012, quando foram 63 solicitações do tipo à Polícia Federal

Procura pelos cursos de tiros aumentou em 73%, assim como a aquisição de armas na região

Procura pelos cursos de tiros aumentou em 73%, assim como a aquisição de armas na região. Foto: Divulgação

JOVEM PAN PENÁPOLIS

A aquisição de armas de fogo entre 2018 e 2019 na região de Araçatuba – incluindo Penápolis – registrou um aumento de 151,7%. Os dados, disponibilizados pelo Sinarm (Sistema Nacional de Armas), da Polícia Federal, é o mais alto desde 2012.

A ascensão seria após a flexibilização do atual governo do presidente Jair Bolsonaro, que já instituiu oito decretos a respeito do tema. A PF de Araçatuba, responsável por atender os municípios da região, registrou 428 pedidos de aquisição de armas de fogo somente em 2019.

O número é 151,7% maior do que em 2018, quando foram contabilizados 170 solicitações do tipo. Se comparado com os anos anteriores, este é o maior dado estatístico regional desde 2012 quando, na época, houve 63 pedidos. Os números acompanham o cenário nacional.

Em 2019, houve crescimento de 48% em relação a 2018 no Brasil. Para o instrutor de tiro Maurício Pavan, a tendência é que cada vez mais aumente a adesão de pessoas solicitando a aquisição de uma arma de fogo ou faça um curso de tiro.

“Quando comecei a ministrar as capacitações, a primeira turma teve 23 participantes. Hoje, aproximadamente 40 inscritos fazem o curso, ou seja, tivemos um aumento de 73%”, disse. Ele acrescentou que a maioria das pessoas, antes de darem entrada para terem uma arma, primeiro passam pelas aulas.

“São duas modalidades: a básica, que dura seis horas e a avançada, de oito a dez”, acrescentou. Quem deseja fazer o curso, o investimento gira em torno de R$ 280 a R$ 400.

Neste caso, Pavan explica que, diferente da papelada necessária para obter o porte, posse ou transporte de uma arma, o candidato necessita apenas dos antecedentes criminais, ser maior de 18 anos e buscar um instrutor credenciado nos órgãos competentes.

“Na capacitação, eles aprendem todas as noções, fundamentos, regras, manuseios, entre outros pontos nas aulas teóricas”, explicou. Após isso, os participantes vão à campo se familiarizar com as armas sem munições. “Assim que já estão aptos sobre os procedimentos, cada um efetua de 40 a 60 disparos, onde corrigimos os pontos”, observou.


BUROCRACIA

A posse de arma é para que o objeto fique somente dentro de casa para segurança pessoal. Neste caso, o gasto que a pessoa terá, apenas com a apresentação dos documentos necessários é em torno de R$ 700.

Caso queira andar com algum tipo nas ruas, é preciso fazer todo o processo para ganhar a autorização para o porte, o que demanda mais tempo e recursos de aproximadamente R$ 2,8 mil. Em ambos os casos é a Polícia Federal que emite a autorização.

Já o transporte, que é outra modalidade, o custo é próximo de R$ 1,8 mil. Para isso, a pessoa precisa se filiar em um clube de tiro e ter a autorização emitida pelo Exército Brasileiro. “Vale lembrar que estes valores não estão inclusos a compra da arma ou revólver”, ressaltou o instrutor.

Outra flexibilização feita pelo governo foi em relação aos calibres permitidos. Atualmente, pistolas de nove milímetros até 45 são liberadas para compra. Quem dá entrada enfrenta um longo processo até conseguir. Em alguns casos, o prazo pode levar até um ano e meio.

Primeiramente, o interessado tem que levar todos os documentos pessoais, comprovante de endereço fixo e carteira de trabalho. Depois, o processo é formalizado junto à PF. A partir daí, existem oito certidões a serem tiradas, principalmente a análise se a pessoa responde a algum tipo de processo, minucioso exame psicológico e um laudo de 20 tiros para comprovar se ele está apto para atirar.

No final, a pessoa deverá responder ainda um questionário de 20 perguntas sobre segurança pública. “Tanto no laudo de tiros, quanto na prova, o candidato precisa ter 70% de aprovação. Se for reprovado em alguma das duas, ele fica impossibilitado, por 30 dias, de refazê-la”, finalizou.


Confira a quantidade de pedidos para aquisição de armas na região:


2012 – 63

2013 – 81

2014 – 92

2015 – 55

2016 – 128

2017 – 202

2018 – 170

2019 – 428


Fonte: Polícia Federal



JOVEM PAN PENÁPOLIS

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