Butantan faz novo mapeamento da Covid-19 em Penápolis e mais 13 cidades da região
Saúde
Objetivo é acelerar o processo de testagem dos casos suspeitos e identificar variantes
Ivan Ambrósio 17/10/2021O Laboratório Móvel do Instituto Butantan começou, essa semana, a fazer um mapeamento e sequenciamento da Covid-19, o novo coronavírus, em 14 cidades da região, incluindo Penápolis. O objetivo é acelerar o processo de testagem dos casos suspeitos e identificar as variantes que circulam nos municípios. A unidade está instalada em Araçatuba.
Além dela e de Penápolis, participam da pesquisa Avanhandava, Barbosa, Glicério, Andradina, Birigui, Buritama, Guararapes, Ilha Solteira, Mirandópolis, Pereira Barreto, Suzanápolis e Valparaíso. De acordo com o instituto, as amostras dos moradores serão coletadas nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e encaminhadas ao laboratório itinerante.
Ainda conforme explicou o Butantan, com as análises realizadas, será possível obter o resultado em até 24 horas. Em seguida, começa-se o sequenciamento, processo que pode durar de três a seis dias. Fora do contêiner, o procedimento entre a testagem de amostras e a continuidade de variantes pode durar de dez a 12 dias.
“Nosso objetivo é analisar as amostras com mais agilidade e assertividade para entender quais regiões do estado precisam de mais atenção”, afirmou Sandra Coccuzzo, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan. Os moradores das cidades que receberão o laboratório móvel poderão acompanhar os trabalhos dos pesquisadores de perto.
Isso porque a estrutura do veículo conta com uma parte de vidro que permite a observação dos procedimentos realizados pelos cientistas. “A iniciativa vai permitir que as pessoas vejam os equipamentos e cientistas do Instituto em ação, aproximando ainda mais a ciência da população brasileira”, explicou Eduardo Araújo, CEO da Loccus, parceira do Butantan no projeto.
EQUIPAMENTOS
O veículo, equipado com alta tecnologia, possui três sequenciadores genéticos, extrator de DNA, centrífuga, seladora, geladeira e freezer para armazenamento de amostras, entre outros. O investimento total foi de R$ 3 milhões. Esta será a quarta parada do laboratório itinerante, que começou a operar em Aparecida, região do Vale do Paraíba.
Os municípios que recebem o laboratório se responsabilizam por realizar as coletas de amostras e encaminhá-las ao contêiner. Especialistas recebem o material genético, realizam o diagnóstico e separam as amostras positivas para iniciar o sequenciamento e identificar as variantes.
O sequenciamento é necessário porque os vírus sofrem mutações em seus códigos genéticos, gerando variantes. Para realizar o mapeamento das variantes, é necessário, em primeiro lugar, extrair o RNA da amostra coletada. Em um segundo momento, essas moléculas passam por um processo de conversão para DNA que, posteriormente, é multiplicado em diversas cópias que são inseridas no sequenciador. Um computador libera os resultados e a análise é realizada por especialistas, conhecidos como bioinformatas.
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