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Carlos Pereira da Silva, conhecido como ‘Carlão Pipoqueiro’, morre aos 75 anos

Cidade

Velório acontecerá a partir das 6h desta quarta-feira (12), no Bom Pastor Memorial

Carlão comercializou, por muitos anos, suas deliciosas pipocas na frente da praça Dr. Carlos Sampaio Filho

Carlão comercializou, por muitos anos, suas deliciosas pipocas na frente da praça Dr. Carlos Sampaio Filho. Foto: Arquivo/JI

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Penápolis perdeu, na madrugada desta terça-feira (11), Carlos Pereira da Silva, conhecido como “Carlão Pipoqueiro”.

A notícia da morte dele pelas redes sociais, aos 75 anos, causou comoção e entristeceu toda uma cidade que, em alguma oportunidade, experimentou as deliciosas pipocas feitas na manteiga e com bacon na frente da praça Dr. Carlos Sampaio Filho, na região central da cidade.

Ele estava internado há 20 dias na Santa Casa de Araçatuba. Segundo relatou a filha, Rosa Angélica Silva Tesoni, o pai tinha feito uma cirurgia por conta de uma hemorragia crônica, porém, apareceram novas, sendo submetido a um novo procedimento, ficando na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Durante este período, um novo surgimento de hemorragia ocorreu, sendo que a equipe médica faria outra cirurgia, no entanto, Carlão não resistiu e veio a óbito. Nascido no bairro rural Scardovelli, em Glicério, ele, por anos, conquistou o carinho e o “estômago” dos moradores da cidade e região.

O gosto por estourar o milho sempre ocorreu desde a infância. “Quando era criança e minha mãe queria comer pipoca, pedia para eu fazer. Sempre gostei muito e, por isso, sempre as fiz saborosas e com muito carinho”, contou, em entrevista.

Ele ainda lembrou que as vendas de pipoca começaram quando adquiriu seu primeiro carrinho onde, na época, trabalhava de mecânico no Curtume Atlântica. “No início, comercializava apenas no domingo e feriados, defronte o antigo Corinthians, quando decidi pedir demissão do emprego e me dedicar à venda do produto”, recordou.

Durante muito tempo, para conseguir sustentar a família, Carlão trabalhou todos os dias, das 18h às 23h, na praça defronte o antigo Cine Lúmine. “A única folga que tenho é quando chove, pois estou sempre no mesmo lugar”, disse, na época.

Toda a preparação do carrinho era feita com muita dedicação e companheirismo pela esposa – já falecida – Laura Angelina Stella da Silva. Ela, que saía de casa a pé, em direção à praça, ainda o ajudou por anos, todos os dias, nos horários em que havia maior demanda de pedidos dos clientes.


APOSENTADORIA

Mesmo abandonando a profissão de mecânico e se dedicando a venda de pipocas, ele também exerceu a função de cobrador na Livraria Católica durante o dia, mas permaneceu por pouco tempo.

Quando se aposentou, engana-se quem achou que ele iria parar com as vendas. Pelo contrário, continuou no mesmo local, conquistando mais clientes, novas amizades e muitas alegrias, principalmente, por causa do contato com as pessoas ao longo do tempo.

“É claro que não é possível memorizar nomes de todos, afinal, foram muitos em todo este tempo, mas as amizades foram geradas na base do respeito. Acho que isso foi fundamental para que continuasse na função por tanto tempo”, comentou. Por conta da dedicação que possuía com seus produtos, Carlão recordou de histórias de pessoas que praticamente cresceram comendo sua pipoca na praça.

“Tem a de uma menina que me marcou muito. Ela sempre vinha com os pais na praça e comia minha pipoca. Um dia, eles se mudaram para o Mato Grosso e ficaram alguns anos sem retornar. Quando vieram para Penápolis, a menina, já mais crescida, fez questão de vir me cumprimentar e experimentar novamente”, lembrou emocionado.


SEGREDOS

Dentre os segredos que fazia sua pipoca, em especial, a com bacon ser um sucesso na cidade e região, tendo clientes de fora que vinham aos finais de semana adquirir o produto, Carlão mencionou, durante a entrevista, que a preparação certa era muito importante e que realçava o paladar dos degustadores.

“O bacon deve ser frito da maneira adequada, para complementar e dar melhor sabor”, disse. Além da pipoca, ele vendia doces, balas, chicletes e pequenos brinquedos em geral. Com o dinheiro que ganhava, admitiu que dava para custear suas despesas, inclusive, formando sua filha em Serviço Social. Ele também era pai de um garoto, já falecido.


VELÓRIO

O velório acontece nesta quarta (12), a partir das 6h. O sepultamento será no mesmo dia, às 17h, na Necrópole Santa Cruz.



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