Colapso nas internações: Prefeito e vice pedem verdade e apoio e não “política do caos” na Santa Casa de Penápolis
Política
Caíque classificou de “grave e irresponsável” a fala do presidente da Irmandade sobre colapso
Gilson Ramos 10/03/2021O prefeito de Penápolis, Caíque Rossi (PSD) e a vice, Mirela Fink (Podemos), fizeram no início da noite de terça-feira (9), um pronunciamento ao vivo pelas páginas da Prefeitura nas redes sociais, acerca da situação de internações de pacientes com a Covid-19 na Santa Casa. Participou também do pronunciamento o secretário de Planejamento e chefe de gabinete, coronel Daniel Rodrigueiro.
Além de clamar o apoio das autoridades e principalmente da população, Caíque mandou um recado para os atuais gestores do hospital. Ele disse que, se não estivessem contentes com a nova forma de se governar Penápolis, que deixassem a cidade e chegou, até mesmo, a ameaçar tirá-los da gestão, em recado direto à Irmandade e a OS (Organização Social) que faz administra o hospital.
O chefe do Executivo fez o pronunciamento público para rebater um vídeo do presidente do conselho da Irmandade, pastor Francisco Firmino, postado durante à tarde e falando do colapso nas internações. Na sua mensagem à população, ele disse que não havia mais condições de internações pela superlotação, principalmente dos leitos de UTI Covid.
São 10, mas, segundo Firmino, precisou internar três pacientes a mais e até passar a utilizar outros leitos da UTI Geral para salvar vidas. O presidente da Irmandade ainda fez cobrança pública do prefeito para o repasse de recursos, visando o pagamento dos trabalhadores do hospital. Ainda que uma constatação geral do quadro caótico que todos os Estados e municípios brasileiros estão vivendo, o assunto acabou causando pânico na sociedade.
Durante a fala e de forma contunde, o prefeito pediu para que os atuais gestores da Santa Casa deixem o hospital. Ela é gerida por uma Irmandade, que contratou a AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil) para a cogestão. Essa mesma OS também administra o pronto-socorro e foi a responsável pela gestão do Hospital de Campanha para atendimento regional da Covid, desabilitado no final do mês passado.
Hoje, os atendimentos aos pacientes com o coronavírus são feitos dentro da Santa Casa, que disponibilizou 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 41 de enfermaria. Caíque iniciou dizendo que era preciso reestabelecer a verdade dos fatos e classificou de “grave e irresponsável” a fala do presidente da Irmandade.
“Com tristeza e indignação, acompanhamos agora a pouco o presidente da Irmandade que, de uma forma bastante irresponsável, soltou um vídeo aterrorizando. Aquilo que não é verdade e precisa ser reestabelecida”, disse. O prefeito explicou a relação entre administração, Irmandade e AHBB.
Ele ainda recordou seu papel e de alguns outros quando vereador (2013 a 2016), que acompanharam e incentivaram uma solução para acabar com a má relação que existia, conforme ele, naquele momento, entre a então Irmandade da época e a Prefeitura. “Com a junção de forças, buscamos sustentação para um processo de intervenção municipal para reestabelecer o bom atendimento à população penapolense”, destacou.
Caíque disse que hoje a situação é parecida, o que poderia ensejar uma nova intervenção por parte da Prefeitura, porém, tem um agravante: a pandemia do novo coronavírus. Como gestor público, procurou tranquilizar a população, dizendo que sua mensagem seria de paz e segurança. “Estamos aqui para garantir que o atendimento continua na nossa Santa Casa e que a Prefeitura tem se esforçado muito para melhorar o atendimento dentro da saúde pública”, relatando as recentes conquistas para custeios e credenciamentos dos leitos para a Covid-19.
ESTRUTURA
De acordo com o prefeito, a estrutura de atendimento permanece intacta desde março, quando houve o aluguel de espaço particular para o Hospital de Campanha. Hoje, a quantidade de leitos é a mesma: 10 UTI Covid-19, oito de UTI Geral e três leitos ventilatórios que permanecem dentro da Santa Casa.
“Vivemos um momento em que o mundo chora. A pandemia e a nova cepa causou um colapso no Brasil inteiro. Penápolis não chegou nessas condições, mas a situação é séria e preocupante. Não é de colapso. Temos leitos de UTI se precisar de algo a mais, além de respiradores e centro cirúrgico, que possuem capacidade para atender. A realidade na vizinhança é muito pior que a nossa”, observou.
A vice-prefeita, Mirela Fink, que é médica, esclareceu que esteve a tarde na Santa Casa, constatando que, dos 41 leitos de enfermaria, estavam ocupados 16 com pacientes, não havendo, portanto, colapso. Ela relatou ainda que, na UTI Covid, a ocupação era de 90%, com nove pacientes internados e um no pronto-socorro aguardando vaga.
“Já providenciamos cinco leitos na UTI Geral para atender mais Covid se for preciso. A fala do pastor é para a cidade entrar em pânico. Estamos todos com receio e não é preciso disso. Estamos aqui para cuidar da saúde dos penapolenses”, ressaltou.
O prefeito Caíque anunciou que, por meio de oferta do DRS-2 (Departamento Regional de Saúde de Araçatuba), a cidade poderá credenciar mais 10 leitos de UTI para atendimento da Covid. “Precisamos de união neste momento. Se a pessoa não pode fazer nada, não atrapalhe”, pediu. Finalizando, ele mandou seu recado frente a toda essa discussão envolvendo Irmandade e a Prefeitura. “Não é um jogo, pastor, é responsabilidade. Se o senhor não se sente capacitado, se retire. Se a Irmandade não é capaz, se retire. Disse hoje ainda para o representante da empresa: se não há relação saudável, se retire. Do contrário, não restará outro caminho a não ser retirar vocês”, concluiu.
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