Com pandemia, arrecadação cai em municípios e pacote do governo vira salvação
Economia
Em Penápolis, queda no FPM foi de 34% e do ICMS de abril deste ano em 29%
Ivan Ambrósio 17/05/2020As medidas de distanciamento social que ocasionaram na paralisação de diversas atividades econômicas impactaram negativamente no fechamento das contas públicas no primeiro quadrimestre deste ano. Nas maiores cidades da região, o prejuízo foi unânime. Diante disso, o pacote de auxílio emergencial a estados e municípios tornou-se fundamental para equilibrar as contas públicas. Em Penápolis, a situação não é diferente.
Levantamento feito pelo Observatório de Economia Regional da FAC-FEA (Faculdade da Fundação Educacional de Araçatuba) a pedido do INTERIOR indica que os repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) fecharam em baixa.
No caso do fundo, de janeiro a abril do ano passado, o município recebeu R$ 9.550.497,89. No mesmo período de 2020, o montante fechou em R$ 6.247.881,25, uma queda de 34,58% que, que em valores nominais, representa R$ 3.302.616,64.
O ICMS, por sua vez, a redução foi em comparação com abril de 2019 e 2020, quando a baixa foi de R$ 2.772.244,62 para R$ 1.962.435,33 (29,21%). Já analisando o quadrimestre do ano passado com esse, houve uma alta de 0,03%, passando de R$ 9.905.476,26 para R$ 9.908.315,69.
Os resultados evidenciam uma perda de receitas para Penápolis de R$ 3.299.777,21 apenas avaliando o FPM e o ICMS, importantes fontes de receitas para o tesouro municipal. Há também que se analisar o impacto da crise nas receitas tributárias exclusivas do município como taxas, contribuições e outros, com destaque para o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
ANÁLISE
Para o professor e economista Marco Aurélio Barbosa de Souza, com a entrada em vigor das medidas de distanciamento social determinadas pelo governo estadual em 24 de março, houve a paralisação de várias atividades econômicas, em especial, dos setores do comércio e serviço.
“Os industriais também foram fortemente atingidos pelo decreto estadual, tendo em vista que o fechamento do comércio inviabiliza a produção pela ausência de demanda, forçando a interrupção nas atividades produtivas de importantes cadeias produtivas”, explicou.
Dessa forma, de acordo com o economista, a paralisação dos segmentos econômicos impactou abruptamente nas engrenagens que moviam a economia, desencadeando efeitos negativos adversos nos municípios, entre os quais a redução na arrecadação de tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria), que são essenciais para a implementação de políticas públicas.
“Diante do cenário, a aprovação do pacote de medidas compensatórias pelo Congresso Nacional foi extremamente importante para os municípios na compensação da queda de arrecadação que estão enfrentando, para que as administrações tenham recursos e condições de desenvolverem políticas públicas de desenvolvimento local”, finalizou. Os 43 municípios, por exemplo, receberão R$ 136.090.191,03 em um pacote de R$ 125 bilhões do governo federal.
REGIÃO
Na região, em Araçatuba e Birigui, a arrecadação despencou no quadrimestre. No caso da cidade-sede, a perda de receitas chegou a R$ 8.312.243,78 em comparação a igual período do ano passado, apenas numa avaliação do FPM e do ICMS. Os dados mostram que a queda no repasse do fundo foi de 34,61%, sendo o volume financeiro recebido de R$ 19.719.324,48 o ano passado, enquanto em 2020 de R$ 12.894.600,48, ou seja, uma diminuição de R$ 6.824.724,00.
Já no ICMS, no primeiro quadrimestre de 2019, a arrecadação de Araçatuba ficou em R$ 31.618.555,17. Neste ano, R$ 30.131.035,39: redução de 4,7%. No quarto mês do ano, em 2019, o volume arrecadado foi de R$ 8.853.955,40; em 2020, ficou em R$ 6.002.667,54, queda de 32,20%.
Em Birigui, o ICMS recuou de R$ 5,1 milhões em abril 2019 para R$ 3,3 milhões no mesmo mês de 2020, redução de 33%. Em abril do ano passado o repasse chegou a R$ 5,1 milhões, valor que, sem recessão, deveria ter se repetido agora.
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