Comércio sofre queda de 70% nas vendas durante semana do Dia das Mães
Cidade
Construção e elétrica tiveram redução de 30%, enquanto bares e restaurantes sofreram com 90%
Carlos Netto 12/05/2020O presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista) de Penápolis, Júlio Cesar Galinari, confirmou ao INTERIOR o que já era esperado com relação às vendas na semana do ‘Dia das Mães’. Por conta da Covid-19, o novo coronavírus, que impôs ao comércio uma quarentena que foi estendida pelo governo estadual até 31 de maio, as vendas caíram cerca de 70% na cidade.
Para ele, essa avaliação considera um ano normal de vendas e, esse patamar, visto como terrível para o comércio, isso reflete mesmo a situação da pandemia. “Quando a gente fala em ser terrível é por considerarmos essa data como a mais forte do ano em vendas, depois do Natal”, disse.
O setor avalia que essa semana de maio tem um apelo muito grande, sendo uma oportunidade para os comerciantes recuperarem o período de janeiro a abril, quando as vendas ficam estáveis ou abaixo da expectativa. Sobre os setores da construção e elétrico, que estão dentro dos serviços considerados essenciais, a queda chegou aos 30%, enquanto os bares e restaurantes tiveram redução de 90%.
“No geral, considerando o mês de abril, para aqueles comércios que ficaram fechados, o movimento caiu 80% e, agora, com esse prolongamento da quarentena, a situação ficou bastante delicada. Quem ainda não fechou, provavelmente encerrará suas atividades”, lamentou Galinari.
Ele argumentou que o governador João Doria (PSDB) poderia liberar a abertura do comércio para os municípios que têm situação da Covid-19 controlada e estrutura de saúde para atender as demandas. “Acho que faltou um pouco de sensibilidade nesse sentido”, ressaltou.
ABERTURA
O presidente do sindicato disse que a entidade, juntamente com a ACE (Associação Comercial e Empresarial) e a Prefeitura estão buscando formas jurídicas para a reabertura do comércio, em sua plenitude. Galinari frisou que o prefeito Célio de Oliveira (sem partido) faria isso por meio de um mandado de segurança.
“Isso dentro do que ele tiver, no embasamento jurídico, para conseguir essa flexibilização. Vamos aguardar”, resumiu. A quarentena foi prorrogada até o dia 31 deste mês com uma série de serviços autorizados a manter as atividades, mas não o comércio e é esse setor que o Sincomércio representa e quer ver aberto.
Podem funcionar estabelecimentos das áreas de saúde, segurança pública, transportes e logística, abastecimento, alimentação (delivery e drive-thru), serviços domésticos, comunicação social e conteúdo, construção civil, hotéis, manutenção e oficinas, petróleo e gás, produção agropecuária, indústria e setor de energia.
FECOMERCIO
A Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), em decorrência da pandemia da Covid-19 e o isolamento social também avaliou a situação como crítica. Com grande parte dos estabelecimentos comerciais de portas fechadas a federação prevê, só na semana do Dia das Mães, prejuízos na ordem de R$ 3,7 bilhões, e no mês a baixa pode atingir R$ 19,3 bilhões.
Para a entidade, esse período de crise terá reflexos econômicos profundos, que vão dificultar a retomada das atividades em padrões adequados em médio prazo. Por outro lado, o nível de consumo da população reflete não apenas o lucro das empresas, mas também mede a qualidade de vida e bem-estar dos consumidores.
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