Covid-19: casos passam de 117,9 mil para 237,4 mil em três semanas
Saúde
Crescimentos das curvas foram diferentes entre regiões do país
Da Redação/Agência Brasil 04/12/2020O Ministério da Saúde apresentou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (3) os dados mais recentes sobre a pandemia de covid-19 e confirmou o crescimento de casos e mortes da doença no país nas últimas semanas. Na semana epidemiológica 45 a quantidade de casos foi de 117,9 mil. Já na semana epidemiológica 48, entre os dias 22 e 28 de novembro, foram registrados 237,4 mil, um acréscimo de pouco mais de 100%. Na comparação com a semana anterior (47), o incremento foi de 17%.
A semana epidemiológica é um indicador usado para medir a evolução de uma pandemia. A semana analisada neste boletim abarcou os dias 22 a 28 de novembro. O Ministério não divulgou o monitoramento em novembro e gestores da pasta atribuíram a ausência do documento a uma tentativa de ataque sofrida no início do mês passado.
A curva de casos vinha apresentando uma tendência de queda desde a semana epidemiológica 30, no fim de julho, com alguns aumentos, como em agosto e outubro. Mas a partir da semana 45, no início de novembro, a curva passou a ter uma nova subida dos casos.
Em entrevista coletiva, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Arnaldo de Medeiros, disse que ocorreu “recrudescimento de casos”. Ele apontou que a forte alta a partir da semana epidemiológica 45 pode estar relacionada à instabilidade dos dados.
“Por isso que muitas vezes a queda da semana epidemiológica 44 para a 45 e a subida desta para a 45 talvez reflita a demora na estabilização para a notificação dos casos devido à instabilidade do sistema. Mas nos últimos 14 dias tivemos aumento de 21%”, declarou.
Quando consideradas as mortes, o movimento é semelhante. Na semana 45, no início de novembro, foram contabilizados 2,3 mil óbitos. Já na última semana epidemiológica foram 3,5 mil, um aumento de mais de 50%. Em relação à semana anterior (47), o acréscimo foi de 7%.
A curva de mortes em função da pandemia teve um platô maior de maio ao fim de julho, quando começou uma trajetória de queda, agora revertida pelo movimento de ascensão registrado a partir da semana epidemiológica 45.
O secretário de Vigilância em Saúde destacou o movimento de ampliação menor no caso dos óbitos. “Esses dados nos mostram que a evolução dos óbitos das duas últimas semanas é um pouco deslocada da notificação de casos novos para covid-19”, disse.
REGIÕES
Os crescimentos das curvas foram diferentes entre regiões do país. Quando considerada a evolução dos casos, as variações positivas da última semana epidemiológica em relação à anterior foram de 38% no Nordeste, 23% no Centro-Oeste, 17% no Sul e 16% no Norte e negativa no Sudeste, após uma ampliação grande na semana 45.
Na análise das mortes por covid-19, os maiores acréscimos entre as semanas 47 e 48 se deram no Sul (36%), Centro-Oeste e Norte (17%) e Nordeste (10%), com o Sudeste mantendo praticamente uma estabilidade (-1%).
MORTES
Das mais de 175 mil mortes para covid-19 até agora, 73,8% foram de idosos, pessoas de 60 anos ou mais. A faixa com mais fatalidades é a de 70 a 79 anos, onde ocorreram mais de 25% dos falecimentos.
Quanto ao gênero, permanece a proporção de boletins epidemiológicos anteriores, com 42% das vítimas fatais mulheres e 58% homens. No quesito raça e cor, 36,9% eram pardos, 34,9% eram brancos, 5,5% eram pretos, 1,1% eram amarelos, 0,4% eram indígenas e 21,2% não se identificaram.
VACINAS
O secretário de Vigilância em Saúde abordou o plano de imunização. Ele destacou que a vacina precisa ter elevada eficácia, segurança, possibilidade de uso em todas as faixas etárias e ter tecnologia de baixo custo para permitir vacinar a população.
Medeiros voltou a apresentar os critérios das quatro fases do plano de imunização contra a covid-19 anunciado nesta semana pelo ministério. Ele recomendou às pessoas que procurem os postos de saúde para se cadastrar ou atualizar os registros feitos no passado.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Francieli Fantinato, disse que a escolha dos públicos foi feita em cima do risco de agravamento da doença e da exposição ao vírus.
“A partir do momento que se tem mais vacinas licenciadas e mais quantitativos disponíveis, há que se pensar e planejar a inserção de novos grupos, principalmente no que diz respeito à manutenção dos serviços essenciais no país”, afirmou. (*) Por Jonas Valente – Repórter da Agência Brasil - Brasília
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