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Cúpula do PSDB cancela novamente convenção e causa racha

Política

Ponto alto do processo marcaria filiação do vice-prefeito Feltrin; comando regional quer Caíque Rossi

Encontro marcaria filiação do vice Feltrin; comando regional quer Caíque Rossi

Encontro marcaria filiação do vice Feltrin; comando regional quer Caíque Rossi. Foto: Arquivo/JI

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Suposta intervenção regional nas decisões e preferências locais teria sido a causa de novo cancelamento da Convenção Municipal que elegeria, neste domingo (10), o diretório do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) de Penápolis. A ordem da suspensão do ato veio de São Paulo na tarde da última sexta-feira (8).

O ponto alto do processo, além de eleger presidente a cirurgiã-dentista Alessandra Macedo, marcaria a filiação do vice Carlos Alberto Feltrin, pré-candidato à sucessão apoiado pelo prefeito Célio de Oliveira (sem partido). Feltrin deixaria o MDB para ser o candidato a majoritário do PSDB. A convenção foi marcada para ocorrer no período da manhã no espaço da Pizzaria do Batata, ex-presidente da legenda, e que faria parte do novo diretório.

Esta teria sido a causa da decisão do comando estadual tucano, conforme acusam os atuais partidários. Conforme eles, em detrimento à vontade da direção penapolense, haveria uma imposição pessoal do prefeito de Araçatuba, Dilador Borges, que é o vice-presidente estadual do PSDB. Consta que ele deseja a filiação e candidatura do empresário e ex-vereador Caíque Rossi (PSD).

Porém, a migração de Feltrin teve aval do presidente estadual, Marco Vinholi, secretário de Estado de Desenvolvimento Regional. A chancelaria se deu na noite de quinta-feira (7) no gabinete do secretário, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Em audiência para tratar de assuntos administrativos, Vinholi recebeu o prefeito Célio, acompanhado do vice Feltrin e do ex-presidente do diretório municipal, Benoninho. Participou também da audiência o ex-deputado estadual Gilmar Gimenes.

Vinholi teria dito que é momento de pacificar Doria, Célio e Dilador, pondo fim ao desgaste que ainda resta por conta da posição do prefeito de Penápolis em apoiar, na eleição para o governo estadual, o candidato Márcio França (PSB), que acabou derrotado por João Doria.

Os tucanos ainda alegam que Dilador estaria agindo de forma pessoal, colocando acima dos interesses do partido uma provável desavença política. Isso teria ficado claro em conversas que teriam sido travadas com partidário de Penápolis.


DIVERGENTES

O prefeito Célio garantiu que o convite para filiar Feltrin no PSDB partiu de São Paulo, restando a ele convencer o vice e o seu partido, o MDB.  Ele lembrou a história de 30 anos de filiados que está sendo desrespeitada, com ingerência externa. O papel de Célio foi de compor e fortalecer o grupo, atendendo a pedidos, inclusive do governo.

Para o prefeito, o que está em jogo é uma questão de “vingança” por ter tomado partido, no caso, assumido uma posição em relação à candidatura ao governo. De acordo com o prefeito, está claro por esse comportamento, quem tirou o AME Cirúrgico de Penápolis. O ambulatório foi autorizado pelo ex-governador França, e suspenso com a chegada de Doria.

Parte envolvida neste imbróglio, Caique Rossi assegura que não é o causador de nenhuma divergência interna no PSDB. Acredita que sua lealdade ao projeto de eleição do governador Doria, sua projeção como alternativa e aproximação da gestão tucana o levaram naturalmente a esta condição.

O pré-candidato afirma que recebeu com surpresa essa decisão (do cancelamento da convenção), confirmando que tem convites tanto da direção regional quanto estadual para ingressar no PSDB. Caíque diz que discute com seu grupo tal possiblidade de migrar para outro partido, mas acima de tudo, o que estará em jogo, na visão dele, é a possibilidade de representar a boa política que se implanta no Estado e no país.


NEGOCIAÇÃO

A troca de partido por Feltrin vinha sendo tratada havia dias. Na semana anterior, por exemplo, Alessandra e Benoninho falaram com Vinholi sobre essa possibilidade, quando da visita do secretário à região de Araçatuba. Em São Paulo, nesta nova oportunidade foi para sacramentar a filiação.

Mas Dilador, ainda segundo comentam os partidários, ficou sabendo da movimentação e interveio. Outro político que é acusado de “boicotar” a ida de Feltrin, é o coordenador regional do PSDB, Laerte Aparecido Rocha, prefeito de Nova Luzitânia, aliado do amigo e partidário de Araçatuba. Ambos não foram localizados pela reportagem para falar sobre o assunto.

Esta foi a segunda vez, em um ano, que houve interferência Estadual no processo da formação do diretório municipal do PSDB em Penápolis. Em fevereiro, também na antevéspera do processo que tinha Edson “Batata” Girotto candidato a reeleição, a convenção foi cancelada.


RENDIÇÃO

A composição do novo diretório custou para acontecer, pois foi necessário compor com alguns nomes para que o comando estadual pudesse dar aval. O nome preferencial para presidir a legenda foi de Alessandra Macedo, cacifado por Dilador.

Ao longo do processo, ela foi convencida da necessidade do partido continuar unido, e aceitou lançar Feltrin. Na tarde de sexta-feira (8), estando no gabinete do prefeito Célio, ao lado de Benoninho e do vice, Alessandra contrariou a decisão da regional, que era suspender a convenção. Mais tarde recebeu oficialmente a confirmação de que a provisória, da qual havia sido indicada presidente teria sua validade expirada naquele mesmo dia.

O grupo sentiu que a imposição foi uma afronta à liberdade dos interesses locais, e ameaça debandada para outros partidos, esvaziando o PSDB. Permanecem se voltarem atrás da decisão e respeitar o que está sendo conduzido.



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