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DDM aguarda laudo detalhado para ver se bebê que morreu sofreu abuso sexual

Polícia

Materiais biológicos foram colhidos e enviados para São Paulo; mãe e padrasto estão presos

Equipe da DDM e a delegada Thaísa da Silva Borges que tem se dedicado nas investigações

Equipe da DDM e a delegada Thaísa da Silva Borges que tem se dedicado nas investigações. Foto: Ivan Ambrósio

JOVEM PAN PENÁPOLIS

A DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Penápolis aguarda um laudo mais detalhado para saber se a menina de um ano e três meses, que morreu na última segunda-feira (14), teria sofrido algum abuso sexual.

A delegada titular da unidade e que está à frente das investigações, Thaísa da Silva Borges, detalhou, em entrevista coletiva na tarde de ontem (21), que aguarda o resultado desta análise que é feita em São Paulo pelo IML (Instituto Médico Legal).

“Em decorrência da afirmação da médica que atendeu a criança no pronto-socorro, de que apresentava um alargamento da região anal, foi decidido colher materiais biológicos para procedimento mais detalhado. Não havia sangramento ou qualquer outro elemento que, de fato, indicasse o abuso”, observou.


CAUSAS

Laudo emitido pelo IML de Araçatuba apontou que, dentre as causas da morte da bebê, estão hemorragia interna, trauma abdominal e dilaceração no fígado. As lesões, segundo a delegada, teriam sido provocadas por um “instrumento contundente”, dando-se a entender que houve agressão na vítima.

Isso, ainda conforme detalhou a titular, foi um dos motivos para o pedido de prisão temporária da mãe de 21 anos e do padrasto, de 26, concedidos pela Justiça na sexta (18). Eles se apresentaram espontaneamente, acompanhados por um advogado, na tarde de sábado (19), em Araçatuba.

“Assim que retornei das férias e assumi o caso, junto com minha equipe, dedicamos a todo o momento em buscar elementos que nos dessem provas para prosseguirmos com as próximas etapas”, disse.

Thaísa explicou que, quando o casal foi ouvido pela primeira vez, ainda no dia em que a menina foi encontrada morta, a mãe relatou que a criança tinha sido encontrada no chão, provavelmente após cair de um berço que costumava ficar.

Entretanto, mesmo com a queda, existiu a suspeita de que a criança tenha sofrido algum tipo de agressão. Isso ocasionou na formalização do pedido de prisão temporária dos envolvidos, sob a alegação de que as lesões encontradas na criança não eram compatíveis com a alegação da mãe e do padrasto, que seriam em decorrência de um tratamento médico que realizava.

“Neste primeiro momento, a Justiça negou o pedido quando, na sexta, de posse do laudo e da ficha de atendimento médico, formalizamos novamente, sendo concedido pela 2ª Vara local”, destacou.

Além deste fator, ela completou que outros pontos preponderantes para a prisão temporária do casal foi que nos endereços fornecidos, eles não foram encontrados. “Quando assumi o caso, minha equipe tentou manter contato, porém, por duas vezes, não foram encontrados, o que contribuiu com os motivos”, ressaltou.

Os trabalhos prosseguem. A delegada ouvirá, nos próximos dias, a mãe, o padrasto e familiares, além de pessoas que possam servir de testemunhas, entre elas, a médica fez o atendimento no PS e o legista do IML.

O caso é investigado como homicídio qualificado, feminicídio e violência doméstica, podendo ainda ser acrescentado o crime de estupro de vulnerável, dependendo do resultado do laudo.


CRIME

A menina deu entrada no pronto-socorro já sem vida. Na unidade, a médica que fez o atendimento relatou que a criança estava morta havia, pelo menos, seis horas quando foi levada, bem como apresentava marcas roxas pelo corpo.

A profissional teria dito ainda que haveria sinais de violência sexual no bebê. A mãe da bebê e o padrasto estiveram no PS. A Polícia Militar foi acionada por volta das 13h30 e compareceu à unidade.

A médica ainda informou que a menina, levada pelo Resgate do Corpo de Bombeiros, apresentava rigidez cadavérica e lesões por todo o corpo, sendo algumas mais recentes e outras antigas, bem como ferimentos no ânus, o que aparentava violência sexual.

Os PMs entraram em contato com o Conselho Tutelar, sendo passado que havia diversas denúncias de maus-tratos envolvendo a vítima. A equipe falou com a mãe e o padrasto. Eles alegaram que, por volta das 22h de domingo (13), colocaram a menina para dormir, após darem mamadeira.

Em torno das 11h30 de segunda, eles foram acordar a menina, observando que estava sem vida, acionando os bombeiros. O casal foi levado para prestar esclarecimentos e, num primeiro momento, por não haver indícios suficientes para a formalização do flagrante, liberado.



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