Decreto do Bispo Diocesano suspende missas e eventos religiosos por tempo indeterminado
Cidade
Determinação passa a valer a partir das 22h desta sexta-feira (20)
Gilson Ramos 20/03/2020Frente a todas as normas de prevenção protocolares das autoridades do Ministério da Saúde e Vigilância Epidemiológica do país, por causa da pandemia no novo coronavírus (Covid-19), o Bispo Diocesano de Lins, Dom Francisco Carlos da Silva, determinou, em decreto, por tempo indeterminado, a suspensão das celebrações das Missas e demais eventos da Igreja Católica no âmbito diocesano. O decreto passa a valer a partir das 22h desta sexta-feira, dia 20. Ontem e hoje, até este horário, as paróquias podem presidir suas celebrações como de costume, mas suspendendo todas as atividades a partir de sábado (21).
Até então a deliberação era para manter as celebrações, respeitando as normas que evitassem contato físico. Para este final de semana, por exemplo, as missas deveriam ocorrer de maneira mais simples e breve possível, abolindo procissões, cantos e a presença de acólitos ou coroinhas junto ao sacerdote no altar. Essa medida deixa de existir com o decreto da suspensão.
Pelo decreto episcopal, estão suspensas as seguintes atividades religiosas e sacramentais: celebrações comunitárias de missas, batizados, crisma, mutirões de confissões, celebrações penitenciais com absolvição geral, celebrações da Palavra, exéquias (velório), bênçãos, procissões, via-sacra, encontros e terços em grupos.
O decreto restringe também celebrações matrimoniais. Quanto a este sacramento, a determinação é para que os párocos de cada Paróquia conversem com os noivos sobre sua viabilidade e, em caso de mantida a realização por conta de outros compromissos assumidos, sejam detalhados pelos padres os critérios para a realização da cerimônia religiosa, segundo as normas de prevenção.
Quanto aos sacramentos do batismo, unção dos enfermos e o viático (sacramento da comunhão ministrado em casa aos enfermos impossibilitados de sair ou aos moribundos) é determinado que se realizem apenas em caso de extrema urgência.
SEMANA SANTA
Também foram suspensas as celebrações tradicionais da Semana Santa, de 5 a 12 de abril, culminando com o tríduo pascal. A determinação do bispo é para que este tempo litúrgico seja vivido em comunhão com o sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Sugere o documento que cada cristão em sua casa, com a família, mantenham espírito de oração, de meditação da Palavra de Deus, recitação da Via-Sacra e do Terço, entre outros.
Para não se distanciar da comunhão entre Igreja Católica e fiéis, o bispo afirma que convém acompanhar as celebrações pelos meios de comunicação católicos. “Importa viver esse momento em espírito de penitência, unidos às vítimas da pandemia e seus familiares, na prática dos exercícios espirituais propostos pela Igreja (oração, jejum e caridade)”.
Encontros de formação, novenas, festas do padroeiro, ou seja, eventos que aglomerem pessoas também foram suspensos.
Quanto ao expediente nas Secretarias das Paróquias, o decreto diz que devem seguir normalmente. O atendimento aos fiéis (confissões, direção espiritual, etc) cada pároco veja o que melhor responde à sua realidade, atento às orientações sanitárias, ressaltando a importância de sua presença junto ao povo de Deus neste momento de extrema dificuldade.
ORIENTAÇÕES
Pelo decreto episcopal, são fornecidas orientações litúrgicas para este período. Todos os fiéis estão dispensados da obrigação de participar de missas dominicais e de preceitos.
Os sacerdotes devem celebrar diária e privadamente a Santa Eucaristia nas intenções do Povo de Deus, inclusive em sufrágio dos falecidos; a transmissão pelos meios de comunicação onde possível ajuda muito.
Conforme o costume local, mantenham-se abertas as igrejas para visitação e orações pessoais, evitando obviamente todo tipo de aglomeração humana.
Conforme as recomendações sanitárias e o bem das pessoas, estão suspensas as visitas de membros de pastorais, inclusive dos sacerdotes, a doentes e idosos durante a pandemia.
Por fim, que sejam observadas, impreterivelmente, com rigor as orientações em nível Federal, Estadual e Municipal das autoridades sanitárias a esse respeito (OMS e Ministério da Saúde).
“Rezemos pelas vítimas dessa pandemia, pelas autoridades, profissionais de saúde e sanitárias e por todos os que mantém o funcionamento da sociedade para superarmos a crise que atinge a todos, indistintamente. Desejamos preservar a vida e a saúde de nosso povo, para que a Páscoa seja, para nós, ocasião de júbilo e celebração da vitória de Cristo e de seu povo sobre todos os tipos de males” – finaliza o decreto, que é assinado pelo bispo Dom Francisco Carlos da Silva, por padre Edenilson Roberto Pinto (Vigário Episcopal para Assuntos Pastorais) e padre Washington Lari Urbano Alves (Chanceler do Bispado de Lins).
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