Defesa Civil mantém interdição do Penápolis Shopping Center

Polícia

Medida foi tomada em reunião ocorrida na manhã de hoje (26); não há previsão de conclusão

Ivan Ambrósio 26/11/2019

A coordenadoria municipal de Defesa Civil de Penápolis decidiu, em reunião ocorrida na manhã de hoje (26) que o Penápolis Shopping Center permanecerá interditado até que haja a apresentação de um laudo técnico que ateste a segurança do prédio.

No entanto, a direção do empreendimento informou em nota que, em análise pelos engenheiros e peritos técnicos, “não há qualquer comprometimento na estrutura do prédio, ficando confirmada a liberação para reabertura das lojas”.

A medida foi tomada pelo órgão após a queda de uma marquise, no sábado (23), que matou a jovem Késia Aquilino Cândido, de 18 anos, e feriu uma fisioterapeuta, de 38, que permanece internada em um hospital particular de Araçatuba após passar por cirurgia na coluna.

De acordo com a nota enviada pela assessoria de imprensa da Prefeitura, assim que o documento for enviado, a Defesa Civil fará a análise para autorizar ou não a liberação do local ao público. “Para que eventualmente as atividades sejam novamente autorizadas, será necessário que os bombeiros façam a atualização do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), tendo em vista que as portas de evacuação foram reduzidas”, destacou o órgão.


ISOLAMENTO

Com isso, a porta de acesso onde a estrutura cedeu, localizada na avenida Bento da Cruz, ficará isolada. A Defesa Civil já solicitou a corporação o redimensionamento das medidas de segurança e prevenção de incêndio com o objetivo desta atualização do documento.

“Portanto, a liberação depende das duas demandas: a apresentação de laudo técnico que ateste a segurança e a atualização do AVCB com novo redimensionamento dos pontos de saída do prédio. Os processos caminham juntos e não há previsão de conclusão no momento”, finalizou a nota.


DIRETORIA

A diretoria do Penápolis Shopping Center informou que está com as obrigações (documentos) em dia e que, “em face da queda da marquise, já foram tomadas todas as ações necessárias”. A nota reforça que, neste momento, os trabalhos estão no apoio às vítimas e familiares.


CASO

A queda da marquise ocorreu no final da manhã e início da tarde de sábado. Comerciantes relataram que ouviram um barulho assustador e correram para a frente do shopping, quando viram a marquise caída. Houve choro, pânico e pedidos de socorro.

Equipes dos bombeiros de Penápolis, Araçatuba e Birigui rapidamente chegaram ao local. Policiais militares e civis, alguns até de folga, ajudaram nos trabalhos. Populares também auxiliaram. Dois caminhões-munck foram usados no resgate e retirada dos escombros.

O pai dela, o pastor Ezequias Cândido, contou que a vítima - que era a caçula -, estava esperando o marido, quando a estrutura cedeu. “Ela foi a região central comprar uma peça de roupa, quando meu genro saiu com o carro para ir até um lava jato”, contou.

Ele disse ainda que a jovem, que completaria 19 anos o mês que vem, foi até o shopping para usar o celular da irmã, que trabalha em uma das lojas. “Como o aparelho dela ficou em casa carregando a bateria, ela caminhou até lá para ligar para o meu genro ir buscá-la. Após fazer isso, ficou esperando ele embaixo da marquise”, relatou emocionado.

O filho de sete meses estava com o pai dentro do carro no momento da queda da estrutura. O corpo da jovem foi velado no Bom Pastor Memorial. Diversos familiares e amigos compareceram para dar o último adeus a Késia, que foi sepultada no domingo (24), às 10h, sob forte comoção.


PERÍCIA

Equipe do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo) ontem (25) analisando a estrutura do empreendimento. Dois representantes do órgão foram ao local colher documentações e imagens. A previsão é que esta análise fique pronta em dez dias, mas o prazo pode ser prorrogado.

Além do Crea, peritos do IC (Instituto de Criminalística) também estiveram no shopping. Na oportunidade, eles fizeram uma nova perícia, desta vez, apoiados por uma equipe de Araçatuba especializada em edificações. O trabalho deverá apontar as causas do desabamento da marquise que ficava na porta de entrada da avenida Bento da Cruz. Os laudos devem sair em até 30 dias.

O delegado que apura o caso e titular do 1º DP (Distrito Policial), Guilherme Brandão de Souza, informou que, preliminarmente, os trabalhos estão na coleta de dados e documentos, além de ouvir testemunhas. “No decorrer da investigações é que tomaremos outras decisões sobre esse grave acidente registrado como homicídio culposo”, relatou.