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Delegada Maria Salete Cavestré Tondatto se aposenta após 29 anos de serviço

Polícia

Maior parte do tempo atuou como titular da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Penápolis

Salete ingressou na Polícia Civil em 1991; no ano seguinte, foi designada para assumir a DDM de Penápolis

Salete ingressou na Polícia Civil em 1991; no ano seguinte, foi designada para assumir a DDM de Penápolis. Foto: Ivan Ambrósio

JOVEM PAN PENÁPOLIS

A quinta-feira (15) foi o último dia de trabalho para a delegada titular da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) em Penápolis, Maria Salete Cavestré Tondatto. Com 29 anos dedicados à Polícia Civil e à sociedade penapolense com bravura e sensibilidade, ela está se aposentando.

Após ingressar no cargo, em 1991, Salete concluiu sua missão com uma bagagem repleta de experiências, histórias, amigos e, principalmente, a certeza do dever cumprido. Salete nasceu em 10 de janeiro de 1965 em Bauru (a 152 km).

Possui descendência de espanhóis e italianos, sendo filha de Zenaide Camoleis Cavestré e de Jesus Cavestré. É a segunda, numa família de três irmãs: Regina, Maria Salete e Rose. Nos estudos, ainda criança, já demonstrava dedicação com o alcance de ótimas notas.

Em 1985, formou-se no curso de Direito pela Instituição Toledo de Ensino de Bauru. Antes de ser empossada na carreira policial e decidida em prestar concursos públicos, obteve aprovação para escrevente do Fórum da cidade, trabalho que desenvolveu por aproximadamente sete anos.

“Como era eu quem recebia os inquéritos policiais e com o início das instalações das DDMs, foi aí que despertou a vontade de se tornar delegada”, recordou. Em 1991, conquistou a aprovação e, como delegada, iniciou a função por alguns meses em Presidente Venceslau.


DDM

Em 18 de março de 1992, foi designada para assumir a DDM de Penápolis, iniciando sua atuação que, até os dias atuais, respaldou de forma especial nos cuidados para mulheres e crianças. “Em algumas situações, o delegado é a primeira pessoa que a população busca ajuda e, diante disso, precisamos estar sempre prontos para orientar ou aplicar a lei”, destacou.

Salete dedicou-se intensamente à sua função, sabendo que, por trás dos inquéritos, havia famílias inteiras, vítimas de violência e criminalidade, à espera de respostas. E, na luta intensa contra a impunidade, sempre tratou a todos de forma respeitosa.

“Jamais deixei de atender uma pessoa que me procurasse para denunciar violência. Se ela não faz isso, a polícia não toma conhecimento, nem o Ministério Público e, muito menos, a Justiça”, ressaltou. Ela fez ainda especialização por meio de curso em Violência Doméstica pela USP (Universidade de São Paulo), em 1998.

No ano seguinte, casou-se com o escrivão de polícia, Nivaldo Tondatto, tendo dois filhos: Bruno e Felipe. Entre novembro de 2004 e junho de 2007, respondeu ainda pelo 1º DP (Distrito Policial) e pela Delegacia de Luiziânia, se tornando a única mulher na função que ocupou a direção de uma cadeia pública.

Nestes 29 anos de dedicação à segurança pública, Salete é reconhecida pela sua notável seriedade, competência e grandes resultados. Perguntada se algum caso em que esteve à frente das investigações lhe impressionou, ela elencou alguns que jamais sairão de sua memória.

“Lembro-me de um homicídio que ocorreu em que conversei com a vítima numa quarta-feira, orientando-a a permanecer em casa, no entanto, no sábado, ela foi morta a facadas em um bar. Outros foram de um menino, cuja madrasta agrediu-o, causando seu óbito e de um homem que matou a companheira e fugiu com o filho, se entregando em Corumbá (MS), onde fomos buscá-lo”, contou.

Fazendo um panorama sobre estes 29 anos de trabalho, Salete avaliou que, hoje, a mulher tem conquistado o seu espaço na sociedade. “Ela está mais determinada, não tem tanto medo de denunciar, bem como o agressor sabe que pode ser preso e que medidas protetivas são aplicadas”, disse.


TÍTULO

Em julho de 2011, ela recebeu o título de Cidadã Penapolense, em solenidade promovida pela Câmara de Vereadores. A entrega da honraria ocorreu por meio do parlamentar da época, Joaquim Soares da Silva, o Joaquim da Delegacia (PSD), propositor da homenagem.

A delegada falou também do sentimento e satisfação da realização profissional. “É uma função que defende à sociedade, onde buscamos aplicar a lei devida para que, assim, haja a Justiça com credibilidade”, ressaltou.

Com o coração tomado pela emoção, Salete agradeceu a todos que contribuíram para o sucesso do seu trabalho à frente das delegacias que passou, dos grandes companheiros e parceiros de batalha.

“Deixo grandes e verdadeiros amigos. Gratidão é a palavra que resume meu sentimento. Quero retribuir a todos os delegados, investigadores, escrivãs, carcereiros, meus superiores, como o delegado seccional e o diretor do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo), conselheiros tutelares, advogados, representantes do Ministério Público, Judiciário, Polícia Militar e demais órgãos pelo companheirismo e parceria. Desejo que todos continuem na ativa com toda sorte, felicidade e que sigam trabalhando com desenvoltura”, concluiu Salete, que deixa o seu legado.



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