Diretoria de Ensino, polícias e MP se reúnem para definir ações de segurança nas escolas
Educação
Algumas ações saíram do encontro para auxiliar as que já estão sendo desenvolvidas
Ivan Ambrósio 15/04/2023Membros da Diretoria de Ensino de Penápolis, professores, coordenadores, polícias Militar e Civil, além do Ministério Público, se reuniram na última quinta-feira (13), para definir algumas ações desenvolvidas nas escolas da cidade, com o objetivo de evitar a propagação de fake news sobre ataques violentos. O encontro ocorreu na EE Dr. Carlos Sampaio Filho.
Estiveram presentes o capitão da 2ª Cia local, Fernando da Cunha Bachiega, o delegado titular do 1º DP (Distrito Policial), Thales Eduardo Anhesini, e a promotora Flávia de Lima e Marques. Segundo o que foi apurado, além da discussão sobre o assunto, algumas ações saíram do encontro para auxiliar as que já estão sendo desenvolvidas no ambiente.
Dentre as que foram discutidas, estão a intensificação do diálogo com estudantes e famílias, visando focar na prevenção; conscientização sobre combater as fakes news, além de palestras com alunos. Ficou também definido que cada unidade realizará ações específicas para identificar alunos propensos a divulgar notícias falsas e dialogar com os estudantes sobre o ato infracional de portar qualquer tipo de arma, mesmo que seja de brinquedo.
Ainda no encontro, os representantes das polícias falaram aos presentes que o efetivo foi reforçado, com destaque para a PM, que está priorizando, neste momento, a ronda nas escolas. Além dos horários de entrada e saída, as viaturas ficam patrulhando próximo aos prédios, fazendo contato constante com a direção. Os professores, coordenadores e membros da Diretoria de Ensino ainda foram orientados a informar aos alunos para jamais repassarem qualquer informação inverídica.
CASOS
Somente esta semana, quatros alunos de duas escolas na cidade foram levados a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) para prestar esclarecimentos. Um deles foi surpreendido pela PM, na tarde de quarta (12), com uma arma de brinquedo em sua cintura. Ele foi abordado após descer de um ônibus no bairro São Francisco.
Os policiais patrulhavam pela cidade quando, ao se aproximarem da escola, foram informados por testemunhas que o aluno estaria armado e entrado num ônibus. Passada as características, os militares encontraram o veículo, seguindo-o até o bairro, onde o garoto desceu.
Ele foi abordado e, questionado se tinha algo, contou que estava com a arma de brinquedo em sua cintura, sendo-a encontrada durante revista pessoal. O jovem prestou esclarecimentos e foi liberado. Outros dois casos foram registrados entre terça (11) e quarta, sendo apreendidos dois celulares, um canivete e uma arma de brinquedo infantil que estavam em poder de alunos de uma escola estadual do município.
O recolhimento dos aparelhos com dois dos jovens ocorreu em virtude do contexto das mensagens contidas. Os aparelhos passarão por perícia. Policiais militares conduziram os estudantes à delegacia especializada, após a escola ter tomado ciência. Depois de serem ouvidos, os adolescentes foram liberados aos seus responsáveis. Os casos seguem em apuração.
NOTA
Em nota, a Seduc (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) informou que, assim que tomou conhecimento dos casos ocorridos, as equipes gestoras das duas unidades acionaram os responsáveis para uma conversa de mediação. Os casos foram registrados na Placon.
“Dirigentes de ensino e autoridades policiais atuam em todas as regiões do Estado para conscientizar comunidades escolares e identificar qualquer tipo de ameaça”, destacou. A pasta ainda ressalta que as unidades estão atentas aos comportamentos dos alunos, atuando com a escuta ativa e mediação, buscando solucionar os conflitos identificados.
“Periodicamente, a equipe Conviva SP (Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar) promove encontros formativos junto ao COE (Coordenador de Organização Escolar), cujas pautas são voltadas à promoção da cultura da paz, valorização da vida e à mediação de conflitos”, ressaltou.
A secretaria frisa que é importante salientar que o consenso entre especialistas é que a divulgação de imagens ou informações de um atentado serve para fomentar novos casos, no que é conhecido como “efeito contágio”.
“Da mesma forma, percebe-se que a divulgação de ameaças - muitas das quais não passam de boatos -, tem seguido o mesmo comportamento. Quanto mais se noticia, mais casos surgem. Além do efeito contágio, a divulgação cria uma sensação de pânico generalizado em pais e professores, motivo pelo qual a pasta acredita que deve ser reavaliada”, finalizou.
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