Duplo homicídio: filho pagou R$ 700 pela morte da mãe e padrasto em Araçatuba
Polícia
Vítimas foram assassinadas a pauladas na casa onde ambos moravam
Da Redação 14/01/2023A Polícia Civil esclareceu, na tarde deste sábado (14), a autoria do duplo homicídio ocorrido durante a madrugada no bairro TV, em Araçatuba (SP). Duas pessoas foram presas em flagrante. Um deles é o filho de uma das vítimas, que admitiu ter planejado a morte do casal.
Para cometer o crime, ele contratou um amigo e pagou R$ 700 pela execução do duplo assassinato. Os dois envolvidos estão à disposição da Justiça. O crime, cometido com requinte de crueldade, chocou a cidade pela violência empregada. As vítimas foram assassinadas a pauladas na casa onde ambos moravam na rua José Xavier Couto.
O corpo de Magali Cantarani Poletti, 62 anos, foi encontrado pela polícia na garagem da casa. O corpo do marido, Lourival Aparecido Poletti, estava dentro do porta-malas do carro estacionado na garagem. Os assassinos pretendiam levar os corpos da casa, mas não conseguiram.
A polícia apurou que o filho de Magali e enteado de Lourival, um homem de 36 anos, estava planejando a morte do casal havia várias semanas. Para concretizar o plano, ele contou com a ajuda de um ex-companheiro que recebeu dinheiro pelo serviço.
A motivação principal, segundo o que o filho da vítima disse à polícia, seria em razão da mãe e o padrasto não aceitarem a sua homossexualidade.
O CRIME
O crime ocorreu entre a noite de sexta-feira e a madrugada do sábado. Nesse meio tempo, os dois envolvidos chegaram na casa e passaram a agredir as duas vítimas violentamente com pedaços de madeira. Eles, surpreendidos cada um em um cômodo, não tiveram tempo de reação.
Após matar o casal, os assassinos passaram a remover os corpos para o carro de Lourival, que estava na garagem. Ele foi colocado no porta-malas e a mulher foi deixada ao lado do veículo. Segundo a polícia, os autores pretendiam colocar o corpo da mulher no automóvel e seguir, possivelmente, para a zona rural em local bem afastado.
A polícia encontrou um galão com gasolina na garagem. A suspeita é que eles usariam o combustível para atear fogo no veículo com os corpos dentro. No entando, antes do desfecho planejado, os autores desistiram de colocar o corpo da mulher no veículo, possivelmente, devido ao sobrepeso.
A polícia acredita que, já esgotados, os autores tenham partido para o plano B, que era o de simular uma situação de latrocínio (roubo seguido de morte). Para tanto, os autores reviraram a casa para parecer que a mesma havia sido invadida por ladrões. Em seguida, deixaram o local e se separaram para tentar conseguir um álibi
Ainda na madrugada a Polícia Militar foi acionada para averiguar o que havia ocorrido na residência. Os policiais chegaram ao local e foram direto para dentro do imóvel. Havia muito sangue no interior da casa. Em busca no imóvel, os policiais acharam o corpo da mulher na garagem. A Polícia Civil foi acionada e os investigadores da DH (Delegacia de Homicídios) passaram a apurar o caso.
Até então, suspeitava-se que a mulher pudesse ter sido assassinada pelo companheiro que ainda não havia sido encontrado. No decorrer da apuração, ainda na madrugada, a polícia achou o corpo de Lourival ao revistar o carro. Quando o corpo dele foi encontrado, a tese de crime passional foi descartada pela polícia.
A partir de então, a Deic (Divisão Especializada de Investigação Criminal) passou a desconfiar do envolvimento do filho da vítima no crime. Ele foi detido após cair em contradição sobre vários aspéctos da investigação. Levado para a delegacia, ele acabou confessando o crime e apontou a ligação do comparsa, que foi preso em seguida. Os dois envolvidos já tinham tido um relacionamento anterior.
Conforme o que a polícia apurou, os R$ 700 pagos pelo filho das vítimas ao ex-companheiro foi usado para adquirir o combustível encontrado no local e também para comprar cocaína e bebidas. Ainda segundo a polícia, o filho de Magali já vinha planejando o crime há algum tempo.
Ele chegou a colocar medicação na alimentação do casal com o objetivo de provocar a morte de ambos, o que não chegou a ser possível. O nome dos dois presos não foi divulgado pela polícia em razão da lei de abuso de autoridade. (*) Com informações do RP10
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