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Em Itajobi, MP acusa prefeito, primeira-dama e padre de desvio de merenda

Região

Promotor afirma em ação que houve desvio de recursos públicos para eventos organizados pela igreja católica

Sede da Prefeitura Municipal de Itajobi

Sede da Prefeitura Municipal de Itajobi. Foto: Reprodução/internet

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O Ministério Público ingressou com ação civil pública contra o prefeito de Itajobi, Lairto Luiz Piovesana Filho (MDB), a primeira-dama Cristiane Angelita Goberski Piovesana e o padre Wanderley Ramos dos Santos. O promotor André Luís de Souza afirma que recebeu denúncias de que produtos, como frangos e itens para temperos, da merenda escolar do município foram desviados, no ano de 2018, e destinados para a realização de eventos da paróquia entre os meses de julho a outubro.

De acordo com o promotor, eventos da igreja tinham ainda serviços de sonorização realizado por empresa contratada para prestar serviços para o município, e que nestes eventos, o serviço "foi realizado com recursos públicos do município, com valores abatidos no contrato administrativo que a empresa tinha com a Prefeitura Municipal de Itajobi (contrato anual)". "Em síntese, o padre Wanderley, à época dos fatos, era pároco da Igreja São José e responsável por toda a administração das receitas e despesas da referida paróquia. Padre Wanderley tinha amizade com o prefeito da cidade, Lairto, e também com a primeira-dama, Cristiane. Cristiane, primeira-dama, à época em que seu marido Lairto assumiu a prefeitura, sempre deixou bem claro que prestaria auxilio à igreja católica para a realização de eventos e demais necessidades e, para isso, contando com o apoio desta e de seu marido Lairto, determinaram desvios de recursos públicos da prefeitura para a igreja católica, a qual era administrada pelo padre Wanderley", consta em trecho da ação.

Outro alvo da ação é o munícipe Sebastião Muller, que, segundo o promotor, ajudou para que os desvios de recursos públicos fossem feitos. Segundo o Ministério Público, o grupo valia-se de pessoas jurídicas (fornecedoras) que tinham contrato com a Prefeitura Municipal para o fornecimento de alimentos e outros insumos e que seriam destinados originalmente à educação do município.

A investigação apontou que Muller ou o padre eram os responsáveis por buscar os produtos e contavam com a "anuência do prefeito e da primeira dama". O MP diz ainda que o grupo se utilizava de voluntários da própria igreja para ir até o espaço público da cozinha piloto e dos estabelecimentos comerciais que mantinham negócios jurídicos com o município de Itajobi e lá realizavam a retirada dos produtos em questão, "sem qualquer documento comprobatórios de suas retiradas, quando então tais condutas e pagamentos eram ajustados no âmbito da administração pública."

A primeira-dama afirmou ao Diário nesta segunda-feira, 25, que ainda não foi notificada sobre o processo. "Não tive ainda acesso ao processo", afirmou Cristiane. Ela não informou os contatos do prefeito para a reportagem, que entrou em contato em telefone celular que estava desligado.

O padre negou as acusações feitas pelo Ministério Público. Ele disse que testemunhas confirmaram que não houve desvio de alimentos para eventos da igreja. "É muito barulho em torno de nada. É questão política", afirmou padre Wanderley.
A juíza da Vara Única de Itajobi, Marina Miranda Belotti Hasmann, determinou a notificação dos envolvidos para se manifestar no processo em próximos 15 dias. O despacho dela é do dia 14. (*) Por: Rodrigo Lima – Diário da Região



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