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Em protesto, manifestantes pedem justiça pela morte de menina de um ano e três meses

Polícia

Médica que atendeu no PS disse que vítima tinha lesões; há suspeita de violência sexual

Manifestantes se reuniram na frente do 1º DP e DDM pedindo justiça para o caso

Manifestantes se reuniram na frente do 1º DP e DDM pedindo justiça para o caso. Foto: Ivan Ambrósio

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Dezenas de manifestantes fizeram um protesto, na tarde desta terça-feira (15), na frente do 1º DP (Distrito Policial) de Penápolis e da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), pedindo justiça e uma elucidação rápida do caso que apura a morte de uma menina de um ano e três meses, ocorrido ontem (14), na cidade.

Uma médica que atendeu a criança no pronto-socorro teria constatado algumas lesões pelo corpo e a suspeita de violência sexual. Com bexigas brancas, simbolizando a paz, eles exigiram ainda a prisão da mãe da menina e do padrasto, que já foram ouvidos e alegaram que a vítima passava por um tratamento médico.

O ato ainda contou com a recitação de poemas e gritos com o nome da criança. Após a concentração na frente das unidades, que durou aproximadamente uma hora, os manifestantes seguiram em passeata, pelas ruas e avenidas da cidade, até a sede do MP (Ministério Público), na Dr. Ramalho Franco.

Na frente do prédio, pediram a presença de um dos promotores. Alguns integrantes foram recebidos para uma conversa, acompanhados da imprensa. A Polícia Civil aguarda os laudos do IC (Instituto de Criminalística) e do IML (Instituto Médico Legal) para prosseguir com os trabalhos. A médica que atendeu a criança no PS também será ouvida, bem como testemunhas e familiares que forem necessários para, assim, tomar as medidas cabíveis.


CASO

A vítima deu entrada no pronto-socorro já sem vida. Conforme o que foi apurado, na unidade, a médica que fez o atendimento relatou que a criança estava morta havia, pelo menos, seis horas quando foi levada, bem como apresentava marcas roxas pelo corpo. A profissional teria dito ainda que havia sinais de violência sexual no bebê.

A mãe da menina, de 21 anos, e o padrasto, de 26, estiveram no PS. A Polícia Militar foi acionada por volta das 13h30 e compareceu à unidade. A médica ainda informou que a menina, levada pelo Resgate do Corpo de Bombeiros, apresentava rigidez cadavérica e lesões por todo o corpo, sendo algumas mais recentes e outras antigas, bem como ferimentos no ânus, o que aparentava violência sexual.

Os PMs entraram em contato com o Conselho Tutelar, sendo passado que havia diversas denúncias de maus-tratos envolvendo a vítima. A equipe falou com a mãe e o padrasto. Eles alegaram que, por volta das 22h de domingo (13), colocaram a menina para dormir, após darem mamadeira.

Em torno das 11h30 de segunda, eles foram acordar a menina, observando que estava sem vida, acionando os bombeiros. Uma equipe da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), acompanhada do delegado Eugênio Pedro Bibiano Timóteo dos Santos, esteve no PS, conversando com a médica.

O casal foi levado para prestar esclarecimentos. O corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) de Araçatuba, onde passou por exame necroscópico e, em seguida, liberado aos familiares. O velório e sepultamento aconteceriam em Promissão (a 28 km). A expectativa é que a delegada Thaísa da Silva Borges, titular da unidade e que estava de férias, retorne ao cargo amanhã (16), dando prosseguimento às investigações.


LUTO

O prefeito de Penápolis, Caíque Rossi (PSD), decretou luto oficial de três dias na cidade pela morte da criança. Segundo ele, o ato é uma forma de manifestar solidariedade à família pelo sentimento de dor e saudade, bem como protestar contra qualquer forma de violência e maus-tratos, especialmente neste caso, contra crianças e adolescentes.

O decreto 7.091 foi publicado na edição do Diário Oficial do Município de ontem. Para expedir o documento, o município considerou a tragédia ocorrida neste início de semana, causando comoção e tristeza em toda a comunidade penapolense.

O Executivo considerou ainda que, desta forma, rende homenagens à criança e seus familiares. “Não compactuamos e rechaçamos com veemência ocorrências como essa que, infelizmente, vimos acontecer na nossa cidade. Isso nos entristece e nos cobre de luto. Lamentamos e expressamos nosso pesar”, afirmou Caíque.



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