Escolas de Penápolis retornarão com as aulas seguindo protocolos sanitários
Educação
Existe um impasse entre as escolas particulares, onde o sindicato das mesmas diverge em seguir o mesmo calendário da rede pública
Gilson Ramos 26/06/2020As aulas presenciais em São Paulo voltam a partir de 8 de setembro, conforme anunciado nesta quarta-feira (24) pelo Governo do Estado. As regras serão publicadas em decreto no dia 2 de julho. As redes pública e particular de Penápolis afirmam que seguirão todas as exigências protocolares ditadas pelo Governo.
Porém, existe um impasse entre as escolas particulares, onde o sindicato das mesmas diverge em seguir o mesmo calendário da rede pública. O Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo) divulgou carta aberta em que defende que as escolas particulares já estão prontas para adotar todos os procedimentos de segurança, higiene e saúde, embora com percentual de 20% de alunos em sala de aula —o governo prevê a retomada com 35% de presença física dos estudantes.
A reportagem do INTERIOR consultou a Secretaria Municipal de Educação, e em nota o jornal foi informado a pasta seguirá o plano determinado pelo Governo do Estado de São Paulo. “A equipe se reunirá nos próximos dias para discutir os detalhes sobre o assunto”.
O Colégio Anglo também está se adequando para a volta às aulas, mas sempre discutindo com os pais esse retorno, para que seja o mais responsável possível. A Orientadora Educacional do Ensino Fundamental I e II, Ana Paula Fraga, afirmou que a direção tem compromisso em cumprir todas as exigências legais. O Anglo Penápolis vem planejando esta volta, ouvindo os pais.
Paula informou que em pesquisa de amostragem realizada semana passada, pais dos alunos do Ensino Médio, em sua maioria, disseram que gostaria dessa volta segura às aulas; já os pais dos alunos do Fundamental I e II não querem essa volta tão cedo. “A direção do colégio defende ampla conversação, e tem tempo para isso. Existem ainda muitas incertezas dentro do Plano São Paulo de retomada do ensino presencial, com protocolos a serem seguidos, inclusive de classificação por regiões administrativas do Estado”.
Já o diretor do Colégio Oceu Positivo, Marcelo Sampaio Garcia, disse que aguarda as orientações protocolares, e que a escola estará pronta para o retorno. Ele salientou que é preciso se atentar também para a posição do sindicato das escolas particulares. “Mas iremos aguardar as determinações do Sieeesp, para juntos voltarmos com todos os protocolos exigidos”.
Em documento assinado pelo presidente da entidade sindical, Benjamim Ribeiro da Silva, é afirmado que "a escola particular já vem se preparando desde o início da pandemia e tem o seu protocolo devidamente discutido e elaborado por especialistas e médicos, com certificação de equipamentos, o qual segue estritamente todas as normas e regras oriundas da OMS [Organização Mundial da Saúde] e autoridades da saúde e da educação”.
O sindicato diz que recebeu com "estranheza" a data marcada pelo governo estadual, com mais de 70 dias de antecedência, e afirma que as escolas privadas devem ter calendário diferente do das escolas públicas.
RETORNO
As aulas presenciais na rede estadual de São Paulo estão suspensas desde o dia 23 de março como medida de controle da propagação do novo coronavírus. Atualmente, as aulas das escolas estaduais e particulares ocorrem de forma remota e online.
O retorno às aulas foi planejado com base no Plano São Paulo de retomada econômica do estado. O Plano São Paulo é dividido em cinco fases que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul).
O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, afirmou que a volta às aulas será de forma conjunta para todas as cidades do estado, considerando que, nessa data estimada de retorno, todo o estado paulista já esteja na fase amarela de flexibilização da economia há pelo menos 28 dias. “O retorno será junto e somente após 28 dias dentro do amarelo [da fase amarela de flexibilização prevista no Plano São Paulo]”, disse Soares.
O retorno completo das aulas, com a totalidade dos alunos e professores, só acontecerá quando a quase totalidade (80%) das regiões do estado estiverem na fase verde de reabertura.
ETAPAS
Os alunos voltarão às aulas de forma gradual. Na primeira etapa, prevista para ser iniciada no dia 8 de setembro, até 35% dos alunos poderão voltar às aulas presenciais, respeitando o distanciamento de 1,5 metro. Isso deverá ser feito em forma de rodízio e, com o restante dos alunos seguindo em aulas remotas e online.
Ou seja, em uma unidade escolar com mil estudantes, somente 350 poderão ter aulas presenciais a cada dia, enquanto que os demais continuarão a cumprir atividades remotas. Cada escola deverá definir o revezamento de alunos, e cada estudante deverá ter ao menos um dia de aula presencial por semana, desde que não esteja no grupo de risco para a doença.
Já na segunda etapa de retorno, poderão voltar às aulas 70% dos alunos. Para a segunda etapa, 60% dos departamentos regionais de saúde do estado já deverão estar, dentro de um ciclo de 14 dias, no verde [fase verde do Plano São Paulo. Se uma região regredir para as fases mais restritivas do Plano São Paulo – vermelha ou laranja, a reabertura das escolas será suspensa em todas as cidades daquela área. A terceira etapa já considera a totalidade dos alunos de forma presencial.
PROTOCOLOS
Os profissionais da área de educação e os alunos que compõem o grupo de risco para a covid-19 [doença provocada pelo novo coronavírus], seja por idade ou por apresentar comorbidades, deverão permanecer em casa.
Já os alunos, funcionários e professores que estiverem na escola terão que fazer uso obrigatório de máscara nas aulas presenciais.
Serão organizadas as entradas e saídas dos alunos para evitar aglomeração e horários de pico no transporte público. Realização de feiras, palestras, seminários, assembleias ou campeonatos esportivos escolares estarão proibidos. Os horários de intervalo ou recreio serão feitos com revezamento de turmas e em horários alternados. E as atividades físicas deverão ser feitas principalmente ao ar livre. A sala de aula terá que ser ventilada, de preferência com as portas abertas.
Deverão ser disponibilizados equipamentos de proteção individual (EPIs) para funcionários das escolas estaduais, segundo cada tipo de atividade. Também serão distribuídas máscaras. Os banheiros das escolas terão que ser higienizados a cada três horas, no mínimo. E o lixo também terá que ser retirado ao menos três vezes por dia.
Protocolos específicos sobre a volta às aulas, como o de quem serão os alunos que vão compor os 35% de retorno para a escola, estão sendo elaborados pela Secretaria de Educação e serão divulgados em breve.
Já as instituições de ensino ou rede terão autonomia para escolher as melhores estratégias junto com a comunidade escolar ou acadêmica. As prefeituras são autônomas para regulamentar o plano de retomada a partir do dia 2 de julho.
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