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Eventos do Setembro Amarelo focam prevenção ao suicídio

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Os psicólogos orientam as pessoas que estão em sofrimento buscarem atendimento clinico

Psicólogo Ricardo Tomazini, durante atividade roda de conversa, com alunos em Penápolis

Psicólogo Ricardo Tomazini, durante atividade roda de conversa, com alunos em Penápolis. Foto: Divulgação

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A campanha Setembro Amarelo, que termina oficialmente amanhã, promoveu durante o período vários eventos alusivos à prevenção do suicídio. Foram ações e iniciativas, através de várias instituições, que alertavam e reforçavam o movimento, sempre focados na prevenção.

Em Penápolis o CVV (Centro de Valorização da Vida) realizou nas escolas, rodas de conversa com professores e gestores escolares durante as aulas de trabalho pedagógico coletivo. Outro exemplo foi o Rotaract XV de Março, que participou de uma atividade aberta, no pátio do Santuário, distribuindo panfletos, cartazes e orientando pedestres sobre o assunto.

No NAC (Núcleo Acadêmico Cultural) da Funepe aconteceram atividades relacionadas à campanha, incluindo roda de conversa com psicólogos e especialistas.

A mesma ação foi desenvolvida pelo CAPS II e o CAPS-AD (Centro de Atenção Psicossocial) do Consórcio Intermunicipal de Saúde no auditório do Céu das Artes, com atividades direcionadas aos profissionais que atuam na atenção básica da rede de saúde. Mesmo com término da campanha, as ações continuam, pois sempre existirão pessoas precisando de ajuda.

O CVV de Penápolis, por exemplo, que atua com 17 voluntários, oferece continuamente, de forma gratuita, apoio emocional e prevenção do suicídio. Todas as pessoas que querem e precisam conversar, basta entrar em contato pelo telefone 188, disponível 24 horas todos os dias. O atendimento também é feito também pelo site www.cvv.org.br.


PSICOLOGIA CLÍNICA

A Psicologia, através de seus profissionais, exerce papel fundamental na prevenção ao suicídio.

Muitos psicólogos atuam junto à rede escolar com trabalhos voltados a essa conscientização e prevenção, estando nas escolas e municípios, sempre enfatizando o cuidado que se deve ter, por meio da psicologia clínica.

O INTERIOR foi em busca de informações, de como a psicologia clínica pode contribuir para a prevenção ao suicídio, e ouviu os psicólogos Luciane Castro e Ricardo Tomasini.

Eles afirmam que as demandas crescem a cada dia, e embora existam dificuldades em se obter números próximos da realidade, é possível ter uma ideia de como são grandes as taxas de suicídio no mundo.

Ricardo Tomazini, por exemplo, destacou que “por meio da psicologia clínica é possível realizar a prevenção ao suicídio, através do acolhimento, cuidado, ética, o não julgamento e respeito com o sofrimento de cada ser humano, compreendendo como ele é produzido nas instâncias sociais, históricas e culturais”.


ÍNDICES

Ricardo Tomazini apresentou dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), de que no mundo, 75% dos suicídios ocorrem em países de baixa e média renda.

Isso demonstra que as motivações para a prática suicida estão relacionadas também às relações de violência e opressão que se manifestam nos espaços laborais, sociais e familiares, na exploração econômica, na falta de acesso à educação, cultura e saúde.

“Quando falamos a respeito do suicídio, é possível enfatizar que vivemos em uma sociedade fundamentada na exploração. Essa sociedade é marcada pela opressão, pela desigualdade, competitividade e pelo idealismo”, destacou.


FELICIDADE

Para Luciane Castro, vivemos em uma sociedade na qual se vende ao adolescente uma falsa promessa de sucesso garantido, desde que estude, empreenda e se esforce. No entanto, segundo ela, essa possibilidade de futuro perfeito, de felicidade, de ausência total de sofrimento não se concretiza, e acaba trazendo sensação de fracasso e desesperança.

“Sendo assim, é importante destacar que apesar de gerar enormes consequências, grande parte da população sabe pouco a respeito de como lidar com alguém apresentando uma ideação suicida, e até mesmo como reconhecer esse comportamento”, relatou.

Avalia que o resultado é uma enorme dificuldade em agir com pessoas em risco, inclusive por parte de muitos profissionais da área de saúde, que por não haverem recebido instruções de como manejar essa situação, acabam por acreditar em mitos, tais como, “os pacientes que falam em suicídio raramente o cometem”.

Os psicólogos afirmam que “quem tentou cometer uma vez, geralmente tentará novamente e o cuidado deve ser redobrado. Entender a história de vida de cada ser humano é importante”.

“Dessa forma, trabalhar com pacientes que tenham esse perfil pede um maior cuidado do profissional envolvido, para que tal situação seja melhor conduzida. Obter cuidado, refletirem em primeiro momento de como realmente é o ser humano é ter empatia”, declaram.

Outra característica, discorrida pelos psicólogos é a demanda em seus atendimentos de pessoas com ideações suicidas. O principal fator desencadeante é o sofrimento intenso, geralmente potencializado por pensamentos disfuncionais. Estes consistem em formas de pensar a respeito dos motivos e finalidades da dor sentida.

Avaliam que, por meio dos atendimentos clínicos, a pessoa terá a possibilidade de ressignificar - dar novos significados/sentidos - esses pensamentos que a levam a ter ideações suicidas por pensamentos funcionais, ou seja, formas de pensar que venham diminuir a angustia e sofrimento. Os psicólogos orientam as pessoas que estão em sofrimento buscarem atendimento clinico.



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