Ex-deputado federal, José Silvestre Viana Egreja morre aos 92 anos
Cidade
Ele, que residia na Fazenda Campestre, em Penápolis, foi diretor da extinta Usina Campestre
Ivan Ambrósio 30/11/2020Morreu nesta segunda-feira (30), em Penápolis, aos 92 anos, José Silvestre Viana Egreja, o José Egreja, como era conhecido. Segundo o que foi apurado, ele sofria problemas pulmonares há mais de um ano, sendo necessário o uso de aparelhos respiratórios. Ele, que tinha dificuldades de locomoção, estava internado, desde o final de semana, na Santa Casa local, após sofrer um mal súbito.
O ex-parlamentar ficou na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e chegou a apresentar melhorias no domingo (29), chegando a ser levado para um dos quartos, entretanto, precisou retornou para a ala após o quadro de saúde se agravar. Ele não resistiu e veio a óbito no final da madrugada de hoje.
Agricultor e usineiro, foi diretor da extinta Usina Campestre que, por muitos anos, foi uma das principais empresas da cidade na geração de empregos e renda. Ele permaneceu à frente da empresa até 2013, quando ocorreu a intervenção judicial. Casado com Célia Penteado Egreja, teve quatro filhos: Maria Isabel, José Luís, Maria Teresa e José Carlos Egreja. Ele deixa ainda cinco netos e uma bisneta.
POLÍTICA
José Egreja nasceu em Timburi (a 283 km de Penápolis) em 26 de maio de 1928. Filho de Silvestre Ferraz Egreja, deputado federal por São Paulo entre 1951-1959, 1963, 1964-1971 e 1975-1979, e de Almei Viana Egreja, realizou os estudos universitários entre 1948 e 1952 na USP (Universidade de São Paulo), graduando-se em arquitetura, profissão que nunca chegou a exercer.
Sua irmã, Maria Luísa Viana Egreja Alves Lima, foi vereadora em Ipauçu (SP), entre 1989 e 1992, pelo PTB. Seu irmão, Carlos Alberto Viana Egreja, foi prefeito deste município, em duas oportunidades, durante a década de 70, pelo Arena (Aliança Renovadora Nacional).
Conforme o CPDC (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil) da FGV (Fundação Getúlio Vargas), José Egreja começou sua atividade política em novembro de 1986, quando elegeu-se deputado federal constituinte pelo PTB. Empossado em fevereiro do ano seguinte, quando tiveram início os trabalhos da ANC (Assembleia Nacional Constituinte), foi membro titular da Subcomissão da Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária, bem como da Comissão da Ordem Econômica.
Ele ainda foi suplente da Subcomissão dos Direitos Políticos, Coletivos e Garantias e da Comissão da Soberania e dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher.
Nas principais votações realizadas na ANC, pronunciou-se contra o rompimento de relações diplomáticas com países com política de discriminação racial, mandado de segurança coletivo, soberania popular, nacionalização do subsolo, proibição do comércio de sangue, limitação para os encargos da dívida externa, anistia aos micro e pequenos empresários, bem como a legalização do jogo do bicho.
Ainda expressou pela desapropriação da propriedade produtiva, limitação do direito de propriedade privada, instituição do voto aos 16 anos, criação de um fundo de apoio à reforma agrária e a estatização do sistema financeiro. Egreja foi favorável à manutenção da unicidade sindical, ao sistema presidencialista e ao mandato de cinco anos para o presidente da época, José Sarney.
Após a promulgação da nova Constituição, em 5 de outubro de 1988, voltou a participar dos trabalhos legislativos ordinários na Câmara dos Deputados, deixando-a, ao final da legislatura, em janeiro de 1991, não tendo se candidatado à reeleição em outubro do ano anterior. No mesmo mês, porém em 1994, candidatou-se mais uma vez à Câmara, novamente pelo PTB, obtendo apenas uma suplência.
VELÓRIO
O corpo está sendo velado no Bom Pastor Memorial e o sepultamento está marcado para esta terça-feira (1º), às 10h30, na Necrópole Santa Cruz.
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