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Governo de SP abre data room para concessão dos aeroportos

Cidade

Iniciativa privada poderá acessar documentação; etapa é a última antes da publicação do edital

Aeroporto de Penápolis possui pista de 1,5 mil metros de comprimento e, em 2012, recebeu melhorias

Aeroporto de Penápolis possui pista de 1,5 mil metros de comprimento e, em 2012, recebeu melhorias. Foto: Ivan Ambrósio

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O governo estadual colocou à disposição da iniciativa privada todas as informações sobre os 22 aeroportos hoje administrados pelo Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo). Trata-se da última etapa antes da publicação do edital de licitação por meio da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo). A previsão é que ele seja publicado até janeiro de 2021 e o leilão realizado em abril, tendo a assinatura do contrato de julho a agosto do ano que vem.

A medida dá aos interessados acesso a toda documentação das unidades, como plantas, contratos vigentes, convênios, ações judiciais, entre outros. O projeto de concessões, já apresentado em audiência pública virtual em 12 de maio, também está disponível.

O Aeroporto Estadual Dr. Ramalho Franco, de Penápolis, está no pacote. Em julho do ano passado, a unidade passou por vistoria por técnicos e executivos da IOS Partners, consultoria internacional contratada pelo governo estadual para definir o modelo de desestatização. A equipe esteve analisando as áreas internas e externas do local. Com um carro, eles percorreram por toda a pista fazendo imagens. O saguão também foi fotografado. Foi feita ainda inspeções nos sistemas, procedimentos e espaço aéreo.


INVESTIMENTOS

O estudo prevê investimentos de R$ 6,5 milhões ao longo dos 30 anos de concessão. Dentre as obrigações ambientais que a empresa ou grupo terá quando adquirir o aeroporto será o licenciamento ambiental, por meio de elaboração de relatório de regularização e obtenção da licença de operação junto à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo); elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos e a implementação de rede coletora interna de esgoto com sistema de tratamento próprio.

Além disso, quando a unidade começar a servir voos comerciais regulares, a concessionária deverá realizar os investimentos necessários para adequação da infraestrutura e recomposição total do nível de serviço, a fim de disponibilizar os sistemas permanentes que possibilitem a prestação de serviço adequado aos usuários.

Dentre as medidas, estão a de prover, pelo menos, duas sinalizações verticais conforme exigências regulamentares da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para manutenção das operações noturnas; realizar um sistema visual indicador de rampa de aproximação na cabeceira da pista de pousos e decolagens principal, bem como a instalação do equipamento necessário e reconfigurar o espaço interior do edifício terminal existente, para permitir a otimização do processamento de passageiros em conformidade com os parâmetros de espaço e tempo de serviço.

A empresa terá de implantar áreas de segurança nas cabeceiras; realizar os investimentos em recapeamento, iluminação e repintura da pista de pouso e decolagem e de táxi, atendendo as demais regras previstas no contrato e anexos, sempre que necessário para manutenção da infraestrutura. Inaugurado em 22 de fevereiro de 1986, o aeroporto atende a um importante polo industrial. Sua demanda de voos vem de empresas de diversos ramos, como irrigação, turismo, açúcar, construção e manutenção de aeronaves. Ele possui uma pista de 1,5 mil metros de comprimento e, em 2012, o departamento investiu R$ 1,15 milhão com recursos do governo do Estado em reformas no espaço.


ACESSO

De acordo com o secretário de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, a concessão se faz ainda mais necessária com a crise econômica decorrente da pandemia. “Os investimentos que poderão ser feitos pela iniciativa privada aceleram o desenvolvimento dos municípios e geram emprego e renda à população nas regiões dos aeroportos", afirmou. A desestatização permitirá a aplicação de R$ 700 milhões nos aeroportos regionais em 30 anos de contrato.

Para acesso às informações disponíveis, os interessados deverão encaminhar um e-mail para o endereço dataroom.parcerias@sp.gov.br com o título “Pedido de Acesso ao Data Room|Concessão de Aeroportos”, contendo na mensagem nome do solicitante, empresa/entidade e endereço de e-mail. Uma resposta será dada por e-mail para registro e acesso. Nove dos 22 aeroportos têm serviços de aviação comercial regular e 13 são destinados à modalidade executiva, e movimentam juntos 2,4 milhões de passageiros por ano, considerando embarques e desembarques.


EDITAL

Composto por 13 unidades, este lote é encabeçado por São José do Rio Preto e tem ainda os aeroportos comerciais de Presidente Prudente, Araçatuba, e Barretos, além dos aeródromos com vocação executiva de Avaré-Arandu, Assis, Dracena, Votuporanga, Penápolis, Tupã, Andradina, Presidente Epitácio e São Manuel.  Somente em obras, estão previstos investimentos de R$ 177 milhões nesse lote, sendo que R$ 63 milhões terão de ser aplicados nos três primeiros anos de contrato.

Poderão participar da licitação empresas nacionais ou estrangeiras, consórcios, instituições financeiras e fundos de investimentos. Além de apresentar a melhor proposta de outorga fixa, o vencedor terá de comprovar qualificação técnica em gestão aeroportuária, seja da própria empresa ou consórcio, ou de pessoas de sua equipe ou mesmo por meio de subcontratação qualificada.



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