Homenagem a jovem que morreu após queda de marquise é marcada por emoção e saudades

Polícia

Acidente completou uma semana hoje; Késia Aquilino Cândido tinha 18 anos

Familiares e amigos depositam flores, faixas e cartazes no local do acidente. Foto: Ivan Ambrósio

Emoção, lágrimas e saudades. Estes foram os sentimentos durante ato em homenagem a jovem Késia Aquilino Cândido, de 18 anos, que morreu após a queda de uma marquise do Penápolis Shopping Center no último sábado (23). O acidente completa uma semana.

Familiares e amigos se reuniram na frente do pátio do Santuário São Francisco Assis. Com camisetas tendo a foto da vítima e os dizeres “luto eterno”, os participantes caminharam, em silêncio, pelas principais ruas e avenidas da região central. Faixas e cartazes com a foto de Késia também foram expostas.

A caminhada se iniciou pela avenida Luís Osório, seguindo pela rua Anchieta, avenida Rui Barbosa, rua São Francisco e, por fim, terminando na avenida Bento da Cruz, local do acidente que comoveu toda a cidade desde o sábado passado. A jovem completaria 19 anos no próximo dia 19 de dezembro.


EMOÇÃO

Durante o trajeto, familiares e amigos não conseguiam conter a emoção que comoveu toda a cidade. Policiais militares e socorristas voluntários apoiaram o ato, auxiliando o trânsito. Comerciantes e funcionários das lojas, em um ato de respeito e solidariedade, deixaram seus afazeres por alguns minutos para acompanhar o ato.

Foi impossível não segurar as lágrimas, também, a cada frase das músicas que foram entoadas e que, segundo os familiares, eram as que a vítima gostava. No local do acidente, o pai da vítima, Ezequias Cândido, que é pastor evangélico, agradeceu a solidariedade de todos.

“Neste momento tão difícil e dolorido para toda a minha família, o apoio de vocês tem sido muito importante a nós. Quero estender meus agradecimentos ao pessoal do shopping que, em nenhum momento, nos desamparou. Sozinhos não conseguiríamos superar isso mas, com a ajuda de Deus, Jesus e da comunidade, vamos aos poucos retomando a vida”, disse.

“Como pai, jamais imaginei que passaria por isso, mas deixo um conselho que, tudo de bom ou ruim que acontecer na vida de vocês, agradeça, sempre, a Deus, pois como Ele me disse em sonho na madrugada, minha filha nunca foi minha, mas sim Dele. Bendito seja o seu nome, pois um anjo chegou ao céu”, ressaltou.

Ele finalizou dizendo aos presentes que, neste momento de dor e tristeza, o que vale mais é a paz e união de todos. “Independente de tudo, apenas o amor vai prevalecer no céu. Agradeço a todos pelo apoio e por tudo que estão nos fazendo”, concluiu.

Um dia antes do acidente, Késia veio ao Centro fazer um cartão para receber o seguro-desemprego. Os familiares aproveitaram para pedir respeito, principalmente a direção do shopping, pois alguns estariam espalhando inverdades sobre o ocorrido.


AMPARO

Emocionados, lojistas do shopping amparam os familiares. Eles também estavam com as camisetas estampadas com a foto da vítima. Em seguida, ele foi até a faixa, onde a foto da vítima estava estampada e chorou veemente. Quem esteve por perto, não conteve as lágrimas.

As homenagens se estenderam com a colocação de cartazes, faixas, flores e rosas no local onde a marquise caiu. Logo após, foi feito um minuto de silêncio, seguido de uma salva de palmas e muita emoção. Balões brancos foram soltos. O marido de Késia acompanhou o ato.

Por uns instantes, ele ficou observando os cartazes com as fotos da vítima, que deixou um filho de sete meses e, após isso, foi abraçado por familiares e amigos. A outra vítima, uma fisioterapeuta de 38 anos, permanece internada em um hospital particular de Araçatuba. Ela passou por uma cirurgia na coluna e se recupera bem.

No dia do acidente, Késia foi ao Centro para adquirir uma peça de roupa. O marido, que estava com o filho, foi até um lava jato. Após fazer sua compra, a jovem foi até o shopping usar o celular da irmã – que trabalha em uma das lojas do local -, já que seu aparelho estava em casa carregando a bateria.

Após entrar em contato com o esposo, Késia se despediu da irmã e foi até o lado de fora, embaixo da marquise, esperá-lo, quando a estrutura cedeu.


INVESTIGAÇÃO

As investigações sobre as causas da queda da marquise prosseguem. A Polícia Civil já instaurou inquérito e ouvirá testemunhas, além de aguardar os laudos do IC (Instituto de Criminalística), que realizou uma perícia detalhada no local. O Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo) também acompanha o caso.

O shopping permanece interditado, após decisão da coordenadoria municipal da Defesa Civil. O órgão aguarda a atualização do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) e já recebeu, da direção do empreendimento, um laudo atestando a segurança do local.

Após receber o documento, os integrantes se reunirão para analisar os documentos e, assim, decidir sobre a reabertura do local. Cones e faixas isolam toda a estrutura.

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