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Idosa que contraiu coronavírus recebe alta após passar mais de um mês na UTI

Região

Recuperação da paciente de 83 anos, de Araçatuba, surpreendeu por ela ter comorbidades

Paciente de 83 anos recebeu alta após ficar mais de um mês internada na UTI da Santa Casa de Araçatuba, com coronavírus

Paciente de 83 anos recebeu alta após ficar mais de um mês internada na UTI da Santa Casa de Araçatuba, com coronavírus. Foto: Lázaro Jr./Hojemais Araçatuba

JOVEM PAN PENÁPOLIS

Teve alta hospitalar na tarde deste domingo (17), uma paciente de 83 anos, de Araçatuba (SP), que passou mais de um mês internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa, após contrair covid-19, doença provocada pelo coronavírus.

Ao deixar a unidade intensiva, ela foi aplaudida pela equipe de enfermagem e foi recepcionada na porta do hospital por familiares.

“A gente quer agradecer à equipe médica do hospital por ter cuidado da minha mãe todos esses dias. Tinha dia que a gente pensou que não ia conseguir, mas com a misericórdia de Deus na nossa vida, a gente está levando ela embora para casa”, comentou uma filha da paciente ao recebê-la na saída da Santa Casa. Segundo o hospital, a mulher tem 11 filhos.

Ela contou que os primeiros sintomas desenvolvidos pela idosa foi a falta de ar, que a fazia ficar rolando na cama. Entretanto, ninguém sabe dizer como a paciente contraiu a doença. “O médico disse que não tem uma causa específica, ela pegou no ar”, comentou.


TRATAMENTO          
De acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa, a idosa começou sentir os sintomas 47 dias atrás. Com o agravamento do desconforto respiratório, os familiares decidiram levá-la ao hospital.

Nos primeiros cinco dias de internação a idosa ficou no isolamento e, como aguardava resultado de exame, o caso era considerado suspeito para covid-19. Depois ela foi transferida para a UTI, onde permaneceu por 34 dias, vários deles intubada, até ter alta neste domingo.

Ainda de acordo com o hospital, até agora esse é o maior período de internação de um paciente infectado pelo coronavírus na Santa Casa de Araçatuba.

No caso dessa idosa, a recuperação surpreendeu à equipe médica devido ao histórico de comorbidades. Ela é portadora de Mal de Alzheimer, parkinson, hipertensão, cardiopatia e doença da tireoide.


PREOCUPAÇÃO

O médico intensivista e infectologista Fábio Bombarda, que cuidou da paciente, conta que após a internação, o quadro clínico dela evoluiu com muita falta de ar, que piorou no segundo dia, ela entrou em coma e apresentou insuficiência respiratória.

“Ela foi levada imediatamente para UTI, recebeu cuidados críticos, teve que ser submetida à intubação e ficou dependente de ventilação mecânica por aproximadamente 18 dias”, detalha.

Apesar de todas as adversidades, o quadro clínico da paciente evoluiu positivamente ao tratamento ministrado pelas equipes médicas e, a partir do 19.º dia de UTI, foi retirada a ventilação mecânica, até chegar ao ponto de dar a alta.


CUIDADOS

Apesar de ter recebido autorização para voltar para casa, a idosa deverá receber cuidados especiais da família, seguindo as orientações repassadas equipe médica. “Ela venceu a covid-19, mas é uma idosa com muitas doenças e diversos problemas relacionados ao envelhecimento”, explica Bombarda.

O médico intensivista e infectologista Fábio Bombarda enaltece o tratamento oferecido aos pacientes diagnosticados com coronavírus na Santa Casa de Araçatuba.

Ele comenta que os que apresentam quadros mais graves de covid-19 são justamente os mais idosos, como a mulher que recebeu alta neste domingo, após passar mais de um mês na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital.

“Ela é uma das primeiras pacientes que deu entrada na UTI em estado muito crítico. Uma senhora de idade avançada, com várias outras doenças e que teve vários problemas, várias intercorrências, desde de insuficiência renal, ficou em coma por um período prolongado, dependendo de ventilação mecânica, mas teve uma evolução satisfatória e surpreendeu”, comentou.

Ele disse que autorizar a paciente a voltar para casa traz muita alegria para toda equipe responsável pelo atendimento durante o período de tratamento, devido à gravidade do quadro clínico. “É uma alegria para gente, numa situação tão grave, ter uma notícia boa dessa”, argumentou.

Para o médico, esse resultado mostra que o protocolo de tratamento do hospital é eficiente, havendo baixo índice de mortalidade por coronavírus. “Os óbitos que ocorreram nesse período foram de pacientes extremamente graves, todos idosos que não morreram de, mas com o coronavírus positivo. E foram poucos perto dos muitos pacientes que nós acabamos internando”, disse.

O médico justificou ainda, que o número de pacientes que precisou ser levado para a UTI até agora é pequeno, se comparado com o número de internações. “Então, nós entendemos que nossos protocolos acabam tendo um resultado muito bom”, comentou.


CLOROQUINA

A cloroquina é um dos medicamentos utilizados pela Santa Casa de Araçatuba nos pacientes com covid-19, segundo Bombarda. Porém, ela é ministrada nos pacientes que não apresentam contraindicação.

Essa seleção é feita por meio de exames. “Eles começam a tomar no início do tratamento. Se fica internado, a gente faz alguns exames para ver se é possível fazer o uso e, se paciente aceita fazer o uso, nós iniciamos” , contou.

Entretanto, ele deixou claro que o medicamento é um adendo ao tratamento e não uma medida de cura. “ A gente tem impressão de que há uma diminuição da evolução para formas mais graves e não tiveram nenhuma complicação”, comenta.


PREPARADA

Ele explica que a Santa Casa se prepara desde o início da pandemia. De acordo com ele, o hospital tem 19 leitos de enfermaria em uma ala de isolamento, que se conecta por meio de uma passarela à área da UTI, que fica no piso superior do Hospital do Rim.

“ A gente tem todo um trabalho interno, desde o número de leitos disponíveis, fluxo de trabalho, treinamento da equipe, foi muito bem sincronizado. Houve alguma dificuldade no início, por ser tudo muito novo, mas a Santa Casa se adaptou bem e teve bons resultados, tanto no tratamento e na condução dos casos, como no gerenciamento do manejo desses pacientes” , afirma.

Bombarda explica que os leitos disponibilizados até agora foram suficientes e o hospital nunca ultrapassou mais de 35% de ocupação.

Com a alta dessa paciente de 83 anos, há apenas um paciente com coronavírus na UTI do hospital, de acordo com ele, e outros dois em leitos de isolamento. (*) Por Lázaro Jr. - Hojemais Araçatuba



JOVEM PAN PENÁPOLIS

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