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Igualdade e fim da violência ainda são desafios no Dia Internacional da Mulher

Justiça

Advogada diz que data tem por objetivo à defesa e fortalecimento dos direitos

Integrantes da comissão mulher advogada da OAB de Penápolis

Integrantes da comissão mulher advogada da OAB de Penápolis. Foto: Divulgação

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Neste domingo (8) é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data busca reafirmar a defesa e o fortalecimento dos direitos da classe feminina, com foco no respeito e na igualdade de gênero.

No entanto, conforme análise feita pela advogada criminal e presidente da comissão mulher advogada da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Penápolis e membro da comissão estadual da mulher advogada, Grasiéle Fernandes Castilho, isso ainda está, infelizmente, longe de ocorrer.

“É um dia de comemorar, mais também de fazer reflexões porque, na verdade, ainda existem muitos desafios. São dilemas que ainda persistem e, por isso, temos que estar unidas para viabilizar melhores condições de trabalho, representatividade e visibilidade na sociedade”, analisou.

A comissão local ainda é formada pelas advogadas Cíntia, Paula Ferres e Aline Carrareto. Além da desigualdade nas condições de trabalho e salariais, a advogada ainda cita outro grande problema que está longe de acabar: a violência contra a mulher que, em algumas situações, termina em feminicídio.

“A violência não se limita a agressões físicas e pode ocorrer sob outras formas, como sexual, psicológica e, inclusive, patrimonial. São situações que são expostas as mulheres e, infelizmente, isso é uma questão cultural, decorrente da sociedade patriarcal e machista em que vivemos”, destacou. Confira a entrevista na íntegra:


Qual sua análise do cenário atual de violência contra a mulher?

A violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado. Infelizmente, ainda existem muitas mulheres que, por medo, se submetem à estas violências e não denunciam o agressor.


O que precisa ser feito pelas mulheres, no seu ponto de vista, quando são vítimas de agressões?

A meu ver, é necessária uma publicidade maior quanto aos direitos das mulheres, além de um trabalho de empoderamento feminino. Muitas não entendem e não conhecem seus direitos e, principalmente, seus valores. Além disso, não denunciam o agressor por medo ou por acreditarem em falsas promessas de mudança ou juras de amor.


No âmbito jurídico, o que é preciso ser feito para que as leis sejam mais rígidas nestes casos?

Hoje há muitas campanhas publicitárias sobre violência feminina, mas a conscientização vai muito além de uma legislação ou de um direito. As mulheres precisam começar a denunciar e entender que, apenas com isso, se pode fazer a lei valer. O Brasil é o 5º país com maior número de vítimas de violência contra a mulher. Com isso, há necessidade de urgência na aplicação rígida da lei, porém a nossa cultura ainda é machista, patriarcal e isso acaba fazendo com que o objetivo da lei não seja alcançado, chegando a casos mais graves a termos mulheres vítimas de feminicídio.


Mesmo com o avanço da informação e tecnologia, há, ainda, a diferenciação salarial e profissional entre homens e mulheres. Quais medidas, ou políticas públicas, são necessárias para que essa desigualdade diminua?

Infelizmente, ainda há diferença salarial e profissional de gêneros no Brasil. Eu mesma já fui vítima em duas situação distintas. A primeira eu tinha poucos anos de formada e um senhor, para o qual fui nomeada como advogada, disse-me que não estava satisfeito com a OAB por terem nomeado uma advogada nova e ainda mulher. A segunda situação foi quando eu estava grávida e me disseram que eu teria de fechar o escritório, porque mulher ou é mãe ou é advogada. Eu entendo que ainda existe esse pensamento por ser cultural mesmo. No entanto, é importante lembrar que as mulheres estão dominando o mercado. Só aqui na 78ª subsecção temos 217 inscritas de 452 advogados no total, ou seja, estamos praticamente em igualdade ao número de homens inscritos.


Quais os trabalhos realizados pela comissão da mulher advogada?

São inúmeros, mas podemos elencar alguns, como valorizar uma mulher advogada, especialmente no exercício profissional, buscando ampliar o mercado de trabalho com remuneração condicional; incentivar a participação ativa nos órgãos de classe; combater a discriminação contra a mulher advogada e sugerir soluções; defender os direitos das mulheres; organizar encontros regionais, entre outros pontos.


Nesse Dia da Mulher, que dica você daria às mulheres que sonham seguir alguma carreira?

Que nunca deixem de sonhar e lutem sempre pelos seus objetivos. Quando os alcançarem, se dediquem com amor e não pensando apenas no lado financeiro, pois nem sempre ele é recompensador, mas o amor, sim.



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