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Interesse dos jovens penapolenses em possuir CNH cai 13,9% em seis anos

Cidade

Número reduziu de 9.328 pessoas em junho de 2015 para 8.074 no mesmo período este ano

Interesse vem caindo nos últimos seis anos, segundo levantamento do Detran

Interesse vem caindo nos últimos seis anos, segundo levantamento do Detran. Foto: Arquivo/JI

JOVEM PAN PENÁPOLIS

O sonho dos jovens em tirar sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação), quando completam 18 anos, vem sendo adiado ou mesmo deixado de lado nos últimos anos por uma parcela significativa de pessoas com idades entre 18 e 30.

Levantamento feito pelo Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) mostra que houve uma redução de 9.382 pessoas habilitadas nessa faixa etária em junho de 2015, para 8.074 no mesmo período deste ano em Penápolis, ou seja, uma queda de 13,9%.

Ainda conforme os dados, em Araçatuba, cidade-sede da região, a baixa foi de 8,5%, alterando de 27.330 para 25.021. No Estado de São Paulo a queda é de 4.872 milhões de pessoas habilitadas nessa faixa etária para 4.356 milhões no mesmo período (10,5%).

“Fatores culturais e econômicos influenciam o perfil dos motoristas com o passar dos anos. Hoje temos uma geração que se preocupa mais com a questão ambiental e a facilidade oferecida pelos aplicativos de transporte. Os jovens hoje têm outras expectativas. Essa discussão sobre mudanças dos modais é mundial”, ressaltou o diretor presidente do órgão, Neto Mascellani.

André Correia, coordenador nacional de fiscalização de trânsito da Iniciativa Bloomberg, acredita que nos municípios grandes e médios do interior paulista os fatores que influenciam o menor interesse dos jovens em dirigir são semelhantes aos das capitais. “Mas cada uma dessas cidades possui características econômicas e sociais próprias, que em alguns casos pode aumentar esses percentuais”, afirmou.


MOTIVOS

De acordo com especialistas, fatores culturais, econômicos e sociais explicariam esse declínio do interesse dos jovens por possuírem sua habilitação e a optarem muitas vezes pelo uso de aplicativos, do transporte coletivo, ou mesmo de outros veículos, como a bicicleta.

José Montal, diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Trabalho), frisou que alterações culturais e comportamentais tiraram do automóvel o apelo que o tornou objeto do desejo de várias gerações de jovens que chegavam na idade em que podiam se habilitar como motorista.

Segundo ele, o conceito que os jovens tem hoje do transporte leva mais em conta a questão da mobilidade, muitas vezes privilegiando outros modais mais saudáveis, como a bicicleta e mesmo o pedestrianismo.

Para Márcia Menezes, diretora executiva da Fenactran (Federação Nacional das Cooperativas de Trabalho dos Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito), vários fatores explicam o interesse decrescente dos jovens em se habilitar, entre eles se destaca o preço do carro e os custos para sua manutenção.

“Muitos optam por aplicativos de uso temporário. Mudou também a representação social sobre veículos, vistos como essenciais pelos mais velhos, acostumados a enxergar no carro um símbolo de independência, conquistas e poder”, explicou.



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