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INTERIOR mantém tradição do impresso, mas passa a ser trissemanário

Cidade

Circulação passa a ser às terças, quintas e sábados para manter ainda o impresso

Gilson Ramos fala do processo natural de tendência mundial do jornalismo impresso para o digital

Gilson Ramos fala do processo natural de tendência mundial do jornalismo impresso para o digital. Foto: Arquivo/JI

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O INTERIOR Penápolis fecha um ciclo de 40 anos no jornalismo impresso, e abre novas oportunidades para ampliar e atender a novos segmentos. Hoje (31), será a sua última edição no formato diário. A partir de agora sua periodicidade passa a ser trissemanal, com edições às terças, quintas e sábados.

Seguindo uma tendência mundial, o jornalismo online ganha maior atenção e investimentos nas mídias digitais do INTERIOR. Mantendo uma tradição de ética, responsabilidade e credibilidade, a marca que foi sempre forte no impresso local, já se solidificou também no web site, que é um dos melhores em conteúdo, visual e acessos, aumentando gradativamente a presença na nova etapa com informações no Facebook, Instagram e chegando ainda ao Youtube.

Em comunicado relevante emitido pela direção da empresa e publicado com destaque na capa do jornal nas últimas três edições para conhecimento dos assinantes, clientes publicitários e leitores em geral, foram explicadas as razões da mudança da periodicidade.

Segundo o jornalista responsável, Gilson Ramos, que é editor e gerente administrativo do INTERIOR, o jornal que existe desde 1982 está pronto à sua migração total para somente na internet, em conteúdo de acesso irrestrito. Contudo, pesou na decisão de segurar mais um tempo o formato impresso, o respeito à tradição e aos clientes mais antigos que não abrem mão da forma tradicional de receber, ler e folhear o jornal.

“Essa mudança do físico para o digital será inevitável um dia. O jornal, da forma como todos nós conhecemos, tem perdido público e receitas para a edição digital, via internet. Aqui no INTERIOR já vínhamos nos programando para essa transição de forma segura e lenta. Porém, a pandemia da Covid-19 forçou a antecipação. O mundo não estava preparado para o novo coronavírus e nossos hábitos tiveram de ser modificados da noite para o dia. Nessa mudança, também a forma de consumo de informação, porque com a necessidade de seguimento de protocolos sanitários as pessoas foram  distanciadas, e tendo que ficar em casa acabaram se conectando mais às redes sociais”, explicou.


CUSTEIO

Outro fator para mudança a trissemanário, segundo Ramos, é econômica, reflexos da pandemia e o efeito inflação, com aumentos significativos na matéria-prima e produção do jornal levando à queda de receitas com assinantes e anunciantes. “Devido a essa perda do poder aquisitivo, todos nós passamos priorizar o que consumir. Se você tem conteúdo com acesso gratuito de informações de jornais e revistas na internet, no momento de crise financeira o jornal deixa de ser prioridade de consumo”.

De acordo ainda com editor e gerente, o INTERIOR deveria ter reduzido a circulação ainda no início da pandemia, em 2020, quando as atividades econômicas, notadamente as de comércio varejista e outras de consumo tiveram de ser interrompidas. “No início da quarentena e primeiro lockdown no Estado de São, quando a economia deixou de girar, anunciantes que perderam suas receitas também pararam de fazer suas publicidades. Assinantes ficaram com medo de se contaminar manuseando o jornal”, cita. “E no ano seguinte o cenário pandêmico se repetiu, agravando ainda mais a saúde financeira de indústrias e comércios, e dos meios de comunicação, principalmente impressos. Muitos faliram”, complementa.

Ramos argumenta que apesar das perdas de faturamentos, a direção do INTERIOR bancou durante dois anos a circulação diária do jornal, sem conseguir repassar para os clientes, entendendo o momento que eles também passavam. “Mas o jornal não recuperou os clientes que haviam deixado de assinar e anunciar, e nem vem conquistando novos. E tem todo o aumento no custo de produção, por exemplo, com chapa e papel que segue cotação do dólar, e outras despesas operacionais que a praça de Penápolis não consegue absorver”.

Em 2021, Penápolis que tinha até então três jornais diários, em 16 de Março ocorreu o fechamento do “O Regional”, que existiu durante 23 anos.


TRADIÇÃO

Hoje, segundo o responsável pela gestão da empresa, o INTERIOR só não deixa de ser impresso por uma tradição. Mas que para poder continuar circulando, somente com essa redução na sua periodicidade. É trissemanal, ou migração imediata para a internet.

“Grandes e históricos jornais do Brasil e do Mundo já migraram para o digital há tempos. E a cada ano outros mais adotam a mesma transição. Para poder atender ao público saudosista de jornal, que gosta de receber o impresso, sendo muitos clientes desde a fundação, é que vamos prosseguir mais um tempo. Se houver interesse e apoio, se gostam e querem o INTERIOR em papel, os clientes e demais parceiros precisam compreender e continuar fiel ao jornal. Em menos dias da semana, mas mantendo o mesmo padrão de jornalismo ágil, responsável, ético e de credibilidade que sempre foi a marca deste querido matutino”, finalizou.

Com a redução para jornal trissemanal, os preços das assinaturas nas modalidades semestral e trimestral (novidade) serão proporcionais aos custos atuais para sustentação econômico-financeira da empresa jornalística.



JOVEM PAN PENÁPOLIS

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