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‘Itinerância B de Bananal’, da artista Marinilda Boulay, reabre exposição no Museu do Sol

Cidade

1ª exposição presencial, desde o início da pandemia, será aberta nesta quinta (7), às 20h

Artes da artista plástica de estética naif Marinilda Boulay serão expostas no Museu do Sol

Artes da artista plástica de estética naif Marinilda Boulay serão expostas no Museu do Sol. Foto: Divulgação

JOVEM PAN PENÁPOLIS

A viagem da banana pelo mundo e sua presença nas artes visuais no Brasil, com olhar atual que propõe uma reflexão sobre a preservação do meio ambiente e dos territórios indígenas - por meio de esculturas em cerâmica, aquarelas e pinturas sobre tela, madeira e ferramentas usadas no manejo dos bananais - compõem “Itinerância B de Bananal”, da artista plástica de estética naif Marinilda Boulay. A primeira exposição presencial, desde o início da pandemia, no Museu do Sol, em Penápolis, será aberta nesta quinta-feira (7), às 20h.

“Ela mostra a necessidade urgente de sermos agentes de mudanças ambientais, buscando a sustentabilidade, produzindo e consumindo a produção local, parando de queimar, e de derrubar florestas ancestrais, andando mais de bicicleta, plantando muitas árvores por nós mesmos ou, então, se não temos onde plantar, apoiando as associações que plantam. Assim poderemos ajudar o planeta a se recuperar do aquecimento global e evitar novas pandemias”, diz Marinilda Boulay, que reside em Socorro (SP).

Assim como a fruta protagonista do projeto, a artista exibe neste trabalho toda a sua versatilidade, com a alegria e simplicidade das cores e traços característicos da arte naif. “Esse conjunto busca sua inspiração na mitologia dos índios Javaés da Ilha do Bananal (Tocantins), onde, segundo eles, a banana originou para o mundo, passando pelas obras de Debret, no século 19, que retrata as vendedoras de folhas de bananeiras, até Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Antonio Henrique Amaral, o artista performático mineiro Paulo Nazareth, o italiano Maurizio Cattelan ou ainda a artista americana Deana Lawson”, acrescentou.

O evento é composto por esculturas em cerâmica, aquarelas, pinturas sobre tela, madeira e ferramentas de trabalho usadas nas plantações de banana, como pás, enxadas e ganchos, além de fotografias e vídeos, com animações e narração de contação de história, pela própria artista, especialmente para o público infantil.

Com delicadeza, Marinilda cria ainda uma instalação com obras impressas sobre cetim de 70 artistas convidados de vários cantos do país como Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Tocantins, São Paulo (de cidades das regiões de Araçatuba, São José do Rio Preto, Piracicaba, Campinas, Ribeirão Preto), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Paraíba, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, entre outros, e da Europa (Bélgica e França) e Egito.

A artista também homenageia três grandes nomes da arte naif brasileira: Tânia de Maya Pedrosa, artista alagoana; Ceres Franco, galerista e mecenas; e a visionária Iracema Arditi, que “encorajou em 1967, os laços entre os artistas brasileiros e o museu francês Musée d’Art Naïf et D’Arts Singuliers, desde a sua criação neste ano em Laval, cidade natal de Henri Rousseau, precursor do estilo naif”, explicou Marinilda.


HISTÓRIA

Em março de 1972, Iracema Arditi inaugurou em São Paulo o Museu do Sol, primeiro museu de arte naif da América Latina, que foi transferido para Penápolis em 1979, e tem hoje um grande acervo com mais de 400 peças entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, entalhes e objetos.

“Itinerância B de Bananal” realizou uma grande viagem até chegar ao Museu do Sol, que também é homenageado por Marinilda com uma obra especial para a abertura, onde ela também retrata Altamira Borges, importante artista naif de Penápolis. Através de uma itinerância ao ar livre, a exposição percorreu quatro bairros da zona rural de Socorro, além de ter participado de projetos culturais e educacionais junto aos alunos socorrenses.

“Chegar nesta primavera ao Museu do Sol representa um passo muito importante no meu percurso. Com o otimismo e as cores intensas, quase sonoras da arte naif, esperamos poder conscientizar as pessoas que, juntos, podemos fazer uma nova primavera ser possível para nossos biomas, fundamentais para a proliferação da vida!”, afirmou Marinilda.

Para o diretor do Museu do Sol, Joaquim Alberto Fernandes, conhecido como Beto, a exposição celebra o retorno da programação de eventos presenciais, com arte e cultura que trazem leveza para a alma, mas com todos os protocolos de segurança e uso obrigatório de máscara.

“Neste período caótico da pandemia, nós enquanto museus, de todo o mundo, fomos muito prejudicados, porque dependemos da visitação do público. Tivemos que parar com todas as ações. Abrimos em maio, mas esta é a primeira exposição do ano. Então, é com muita alegria que recebemos as obras da Marinilda, e esperamos que o público realmente retorne com muita vontade de ver arte”, ressaltou.

O produtor cultural do projeto e marido da artista, o francês Bruno Boulay, reforça que as pandemias estão diretamente ligadas com o aquecimento do planeta e que a exposição chama a atenção das pessoas para promover mudanças nas atitudes e na sua relação com a natureza.

“Há emissões de gás carbônico pelas queimadas das florestas, mudanças na nossa biodiversidade, com os animais perdendo seus habitats naturais e indo em direção às cidades, e pelas indústrias e nossos meios de transporte, nossos hábitos alimentares. Vivemos o mais crucial ponto de inflexão da história da humanidade”, explicou.

Ele também participa com fotos analógicas. O evento recebeu um prêmio do ProAC Expresso LAB - Programa de Ação Cultural Expresso Lab de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Governo do Estado de São Paulo; Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal e tem apoio de Socorro, do Museu do Sol e do ITC (Instituto Totem Cultural). (*) Com informações da A/I Fernanda Martins


-- Serviço

Exposição “Itinerância B de Bananal”

Data: 7 de outubro a 7 de novembro

Local: Museu do Sol (avenida Rui Barbosa, 798, Centro, Penápolis)

Horário: segunda à sexta-feira, das 13h às 15h30 (entrada gratuita)

Informações: (18) 3652-0590

Veja a exposição virtual: totemcultural.org.br/expo/



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