Ivan Sammarco acredita que mais pessoas podem ter o Covid-19
Cidade
Observação foi durante entrevista ao ‘Direto da Redação”, no INTERIOR na manhã desta quarta-feira (1)
Carlos Netto 02/04/2020A pandemia de covid-19, que gerou uma fila de 16 mil exames de coronavírus que o estado de São Paulo ainda não conseguiu processar, incluindo 201 pessoas que já morreram, dá a dimensão da gravidade da situação.
São Paulo tem enfrentado dificuldades em dar conta dos testes que chegam ao sistema de saúde, e para se ter uma ideia, no sábado eram 12 mil exames na fila, e na quarta-feira 16 mil. Diante disso, a recomendação das autoridades de saúde é para que as pessoas fiquem em casa, não saiam de casa e obedeçam a quarentena.
Esse também é o pensamento do bioquímico e vereador Ivan Sammarco, presidente do Legislativo penapolense, que confirmou essa medida como importante para conter a propagação do coronavírus.
Ele participou na manhã de ontem (1) do programa ‘Direto da Redação’, no INTERIOR, com transmissão através do Facebook, que debateu as ações de prevenção ao Covid-19 no município.
Ao jornalista Gilson Ramos, Sammarco disse que o vírus é bem mais difícil de combater, principalmente por ser novo e ainda não ter vacinas para combate-lo. “É muito, mas muito pior mesmo que as bactérias, que podem ser destruídas pelos antibióticos”, afirmou.
Disse que o momento é preocupante, e deve ser colocado como uma situação muito grave diante do coronavírus, principalmente por ser contagioso e bem diferente de outras viroses, com a H1 N1, e as demais que os brasileiros já estão acostumados e existem vacinas. “Nesse caso, a propagação é demais, e a única maneira de evitar que ela se alastre é a quarentena”, reafirmou.
FAIXA ETÁRIA
Ao ouvir sobre os dados apresentados de pessoas com suspeitas do Covid-19, em suas respectivas faixas etárias, Sammarco observou que essa avaliação é contraditória, por tem visto pessoas com até 50 anos, internadas e intubadas em UTIs por causa do coronovíorus. “São médicos, profissionais da saúde que, pela idade, não correriam riscos”, lamentou.
Voltou a reafirmar sobre a necessidade do isolamento, pois o coronovírus é um propagar muito rápido, e tem a esperança de que ele não goste do calor, pois seria bem mais fácil o controle.
“Na verdade, nenhum vírus gosta do calor, e vocês podem perceber que durante o inverno aparecem as viroses, Influenza, gripes, e assim vai. Então, acredito que o calor vai ajudar muito nesse momento”, observou.
Durante a entrevista, Sammarco demonstrou preocupação com os números de pessoas anunciadas como suspeitas de terem o Covi-19 em Penápolis, pois muitos infectados, segundo ele, podem estar circulando sem que as autoridades tenham conhecimento.
Ele avalia que mais pessoas podem ter o Covid-19, inclusive tem restrição sobre isso. “Acho que esses dados não são reais, pelo número de exames que são feitos. São poucos para se ter uma estimativa, e se tivéssemos exames mais fáceis, teríamos como confirmar quem realmente é positivo ou negativo”, relatou.
Elogiou e parabenizou a prefeitura e a secretaria municipal de saúde por tudo o que está sendo feito nesse momento em que a cidade vive o coronavírus.
EXAMES
Indagado sobre a realização de exames, em especial na rede particular, Sammarco disse que o kit para diagnóstico de coronavírus está em falta nos laboratórios particulares de Penápolis, bem como em toda as cidades da região. “Quem fez exame para o Covid-19, não foi na rede particular. Mesmo em São Paulo, no Dasa, com quem tenho parceria, e trabalha com 23 mil funcionários também não tem”, garantiu.
Ele informou que em conversas com o representante do Dasa, que atende metade dos laboratórios da capital, recebeu a informação que as poucas unidades de kits eram para realizar exames em pessoas internadas nas UTIs de hospitais que eles cuidam. “Não tem kits, e reafirmo que quem fez foi através do serviço público de saúde. O Adolfo Lutz tem 14 mil exames na fila de espera, então essa é prioridade”, explicou.
Também lamentou que será muito difícil controlar uma epidemia não tendo exames rápidos, pois a pessoa não se isola e acaba propagando o vírus.
Ao comentar que nem mesmo os parceiros instalados em grandes centros do Estado, têm disponibilizado o material para atender a demanda local, Sammarco disse que poderá receber, ainda nesta semana, alguns kits para exames rápidos.
Segundo ele, os convênios médicos não cobrem esse tipo de exame, por não constar na lista de patologias. “Como é uma doença nova, não está na lista. Mas acredito que em cidades consideradas pequenas, esses convênios deverão promover parcerias para baixar o custo”, explicou.
Como os laboratórios da capital que fornecem os kits estão priorizando os hospitais que têm pacientes mais graves e hospitalizados, o preço vai ser elevado, em relação a outros já realizados pelos laboratórios. “Eu tenho a promessa que nesta semana deve chegar, e deve custar em torno de R$ 300 reais. O exame deve ficar pronto em cerca de 20 minutos”, informou.
Apesar de a ANS (Agência Nacional de Saúde) aprovar a inclusão dos testes de coronavírus na cobertura dos planos de saúde, alguns laboratórios só realizam o atendimento com realização de pagamento na hora.
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