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Justiça aceita denúncia contra acusados de duplo homicídio e decreta sigilo em processo

Justiça

Medida foi solicitada pelo Ministério Público, porque acusado de ter sido contratado para matar casal a mando do filho é interditado pela Justiça

Três réus estão presos por causa da morte de Magali Cantarani Luz e Lourival Aparecido Poletti

Três réus estão presos por causa da morte de Magali Cantarani Luz e Lourival Aparecido Poletti. Foto: Reprodução

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A Justiça de Araçatuba (SP) aceitou a denúncia contra os três acusados de participação no assassinato do casal Magali Cantarani Luz, 61 anos, e Lourival Aparecido Poletti, 56, crime ocorrido na noite do dia 13 de janeiro na residência da família, no bairro Primavera.

A pedido do Ministério Público, foi decretado sigilo no processo, que tem como um dos réus o filho do casal, um homem de 36 anos, acusado de ter pago R$ 700 pelas mortes. O outro réu tem 37 e teria recebido o pagamento para executar os crimes.

Também responde judicialmente por participação, uma mulher com 40 anos, que trabalhava junto com o executor em um supermercado em Araçatuba. A investigação apontou que ela teria atuado como mentora intelectual dos crimes e fornecido medicamentos que vinham sendo utilizados para dopar as vítimas.


SIGILO

O pedido de sigilo, de acordo com a Promotoria de Justiça, deve-se ao fato de ter sido anexado ao processo, uma ação que decidiu pela interdição do homem que foi denunciado por ter executado os assassinatos.

Essa informação havia sido divulgada pelo Hojemais Araçatuba no dia seguinte aos crimes, quando ocorreram as prisões em flagrante. O tutor do réu inclusive esteve no plantão policial enquanto a reportagem aguardava a entrevista coletiva do delegado José Abonízio, que conduziu o inquérito.

Diante dessa ação, o promotor Adelmo Pinho, autor da denúncia, pedirá que seja determinada a instauração de incidente de insanidade desse réu, para comprovar essa condição de interditado e definir se ele é ou não inimputável.

Pela lei, o agente inimputável não responde pelos atos da mesma maneira que o agente imputável, porém, não se exime integralmente dos efeitos da atribuição da autoria do fato. O MP também representou pela manutenção das prisões dos três réus e foi atendido.

Como foi decretado sigilo, o Hojemais Araçatuba deixará de divulgar os nomes deles como medida preventiva a possíveis questionamentos futuros.


CRIMES

Pela morte da mãe, o filho do casal responderá por homicídio qualificado por motivo torpe mediante pagamento; meio cruel; recurso que dificultou a defesa da vítima; e violência doméstica devido à vítima ser a própria mãe. Pelo assassinato do padrasto, a denúncia é por motivo torpe mediante pagamento; motivo fútil; meio cruel; recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele ainda responderá duas vezes por ocultação de cadáver.

Já o executor do crime foi denunciado duas vezes por homicídio qualificado por motivo torpe mediante pagamento; meio cruel; e recurso que dificultou a defesa das vítimas; além de duas vezes por ocultação de cadáver.

No caso da mulher presa, ela foi denunciado duas vezes por homicídio qualificado pelo motivo torpe; meio cruel; e com recurso que dificultou a defesa das vítimas; e duas vezes por ocultação de cadáver.


CASO

Magali e Lourival foram mortos com golpes de cabo de machado. O corpo dela foi encontrado na garagem da residência e o dele, no porta-malas do carro. O próprio filho de Magali telefonou para polícia e tentou simular um roubo, mas acabou confessando que havia contratado o outro réu, com quem manteve um relacionamento amoroso, para matar a mãe e o padrasto, mediante o pagamento de R$ 700.

O motivo, de acordo com ele, seria o fato de o casal brigar muito. Ele ainda teria dito ao contratado que o casal não concordava com o fato de ele ser homossexual. Entretanto, durante o inquérito, a Polícia Civil apurou que o filho do casal vinha tentando causar a morte da mãe e do padrasto desde fevereiro do ano passado, motivado por dinheiro.

Para isso, ele teria feito trabalhos espirituais, que não deram resultado, por isso, chegou a combinar o pagamento de R$ 40 mil a dois homens pelo serviço. Apesar de ter pago R$ 15 mil, a dupla teria desistido do trabalho e ficado com o dinheiro.


PLANO B

Ao mesmo tempo em que insistia para a dupla cumprir com o combinado, ele passou a convencer os outros dois réus a ajudar na morte do casal. Segundo a polícia, o filho das vítimas mantinha a promessa de pagar a eles de R$ 200 mil a R$ 400 mil à dupla.

Conforme publicado pelo Hojemais Araçatuba , após matar o casal, a dupla pretendia carregar os corpos no carro até o ribeirão Baguaçu, onde atearia fogo. Um galão com gasolina comprado pelo executor do crime foi apreendido, pois a dupla desistiu por não ter conseguido colocar o corpo de Magali no veículo.

A polícia também apurou que o filho do casal teria encomendado até a morte de um cão da raça Pug, pertencente à família, mas o executor não teria concordado. (*) Com informações do Hojemais Araçatuba



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