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Justiça de Penápolis inicia audiência de réus envolvidos na Operação Raio X

Justiça

53 testemunhas deverão ser ouvidas antes dos réus; trabalhos devem durar dois dias

53 testemunhas deverão ser ouvidas antes dos réus; trabalhos devem durar 2 dias

53 testemunhas deverão ser ouvidas antes dos réus; trabalhos devem durar 2 dias. Foto: Arquivo/JI

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A Justiça de Penápolis iniciou ontem (26), a audiência de instrução e julgamento de parte dos réus no processo relacionado à Operação Raio X, desencadeada em setembro do ano passado pela Polícia Civil e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, para investigar suposto esquema criminoso de desvio de dinheiro público por meio de OSSs (Organizações Sociais de Saúde).

Na época, diversas pessoas foram presas, entre elas, o médico anestesista Cleudson Garcia Montali, apontado como líder do suposto esquema criminoso. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar. O benefício foi concedido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes.

Como houve o desmembramento do processo, a audiência ouvirá, além de dele, o ex-presidente da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Birigui, Cláudio Castelão Lopes; Aline Barbosa de Oliveira; Márcio Takashi Alexandre; Márcio Toshiharu Tizura, que foi preso junto com o suposto líder; Nicolas André Tsontakis Morais, que também responde por Nicholas André Silva Freire; Olavo Silva de Freitas e Raphael Valle Coca Moralis. Os trabalhos devem se estender até amanhã (28), já que há 53 testemunhas para serem ouvidas antes dos réus serem interrogados.


GRUPOS

Segundo apurado, a audiência será virtual e, ao todo, 36 pessoas são rés no processo na Justiça de Penápolis. Os envolvidos foram divididos em três grupos. Entre eles, está o ex-secretário municipal de Saúde e coronel da reserva da Polícia Militar, Wilson Carlos Braz, que também foi preso na operação, mas foi solto após conseguir liberdade provisória no TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo).

Ele foi incluído no grupo com o também médico Abel José Costa, Daniela Araújo Garcia - esposa de Cleudson -, Daniela Bottizini, Gilberto Ademir Granja, Guilherme Aparecido de Jesus Paracatu, Ivone Valle Coca Moralis, Liege Tada Batagim dos Santos, Luciano Abreu Oliveira, Maurício Carlo Zanlorensi, Osvaldo Coca Moralis, Vagner Luís Miasso, Sônia Erci Munhoz Braz e Vilma Aparecida Ferreira.

A terceira turma de réus é André de Freitas, André Rebequi Bispo, Antônio Carlos de Oliveira, Camila Aparecida Freitas G. Escanhuela dos Santos, Chislani Cristina Batista da Cunha, Cleuer Jacob Moretto, Eunice Masson, Luciana Araújo Lima, Orlando Valentim Botasso Júnior, Osvaldo Ramiro Alexandre, Sérgio Kiyoshi Takahashi Harada, o vereador José Antônio Ferres Chacon, o Cabeça (MDB), Robélio Meneghetti Junior, Genilson José Duarte Amorin e Moisés Constantino Ferreira Neto.


BIRIGUI

Além do processo que tramita em Penápolis, há outro em andamento na Justiça de Birigui, relacionados a outros contratos investigados durante a operação. Nesse processo, foi decretada a prisão preventiva de 27 denunciados, incluindo o ex-vereador de Birigui, José Roberto Merino Garcia, o Paquinha (Avante), e do médico Lauro Henrique Fusco Marinho, que seria o braço direito do também médico Cleudson e que conseguiu prisão domiciliar.

Segundo o MP, o grupo é acusado de se utilizar de organizações sociais sem fins lucrativos para firmar contratos superfaturados de gestão na área de saúde em vários municípios e estados, entre 2018 e 2020, recebendo em torno de R$ 2 bilhões em repasses de verbas públicas.

Desse total, cerca de R$ 500 milhões teriam sido desviados pela organização criminosa segundo as investigações policiais que culminaram na operação. A investigação tem inquéritos policiais instaurados em Penápolis e Birigui e iniciou-se há dois anos, indicando a existência de um sofisticado esquema de corrupção envolvendo agentes públicos, empresários e profissionais liberais.

No transcorrer dos trabalhos, foram identificadas dezenas de envolvidos com o grupo criminoso divididos em diversos núcleos, cada um com sua colaboração na prática das infrações penais. Houve a aquisição de grande quantidade de bens móveis e imóveis, sendo que parte da evolução patrimonial do grupo se deu justamente no período da pandemia do coronavírus.



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