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Laudo confirma ​morte de mulher por doença da vaca louca em Penápolis

Cidade

Secretaria de Estado da Saúde informa que caso não foi confirmado para a doença de DCJ Adquirida

Maria Célia morreu por uma das doenças que fazem parte de um grupo conhecido popularmente como “mal da vaca louca”.

Maria Célia morreu por uma das doenças que fazem parte de um grupo conhecido popularmente como “mal da vaca louca”.. Foto: Reprodução/Facebook

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(*) Matéria atualizada às 17h para acréscimo de informações

Reportagem veiculada este final de semana pelo SBT Interior informou que laudo divulgado na última terça-feira (25) teria apontado à causa da morte da dona de casa Maria Célia Tognon, de 56 anos, em razão de “encefalopatia espongiforme por príon, ou DCJ (Doença de Creutzfeldt-Jakob)”.

O nome se refere a uma das doenças que fazem parte de um grupo conhecido popularmente como “mal da vaca louca”. A informação foi confirmada para a emissora de Araçatuba pelo neurocirurgião Marcus Vinícius Semedo, um dos médicos que atendeu a mulher.

Pelo menos outros dois profissionais que examinaram a paciente também chegaram ao mesmo diagnóstico. No entanto, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo não confirma. Em nota, a pasta explica que “o caso não foi comprovado para o DCJ Adquirido, que é transmitido pelo consumo de carne contaminada e conhecida como vaca louca”.

“A paciente foi diagnosticada com a DCJ Esporádica, que é a forma mais comum da doença, mas sem qualquer relação com o consumo de carne bovina”, destacou. Maria Célia estava internada na Santa Casa de Penápolis quando morreu em 23 de março deste ano. Na época, o corpo foi encaminhado para São José do Rio Preto, onde foram retiradas amostras do tecido cerebral que foram encaminhadas para o Instituto Estadual do Cérebro, com sede no Rio de Janeiro (RJ).

Ela faleceu sete meses após os primeiros sintomas. Segundo familiares, uma dor de cabeça insistente, tonturas e mal-estar foram percebidos pela dona de casa em agosto do ano passado. Em menos de um mês, passou a sentir dificuldades para falar, engolir e respirar e, em seguida, vieram às convulsões violentas, necessitando ser internada no hospital.


CAUSA

A doença é causada pela proteína priônica, um agente infeccioso menor do que um vírus, formado apenas por proteínas altamente estáveis e resistentes. No caso de Maria Célia, o exame indicou se tratar da forma esporádica da doença, que tem incidência mundial entre um e dois casos para cada um milhão de habitantes, não tendo a fonte de contaminação conhecida.

O exame não descartou completamente a possibilidade de se tratar de um caso de variante, que é ligado diretamente ao consumo de carne bovina. Segundo o laudo, “não há critérios diagnósticos definitivos histológicos nem imuno-histoquímicos para a nova variante”.

Apesar do resultado, a família pretende acionar na Justiça o Ministério da Agricultura e órgãos responsáveis pelo rastreamento de doenças transmitidas pelo consumo de animais. Em entrevista ao SBT Interior, o filho da dona de casa, Danilo Marques, de 29 anos, disse que a morte da mãe não pode ter sido em vão.

“Os responsáveis precisam rastrear esses casos e evitar que outras pessoas se contaminem. Eu não desejo para ninguém passar pelo que passamos. É um sofrimento muito grande”, afirmou. Maria Célia deixou ainda uma filha de 34 anos.


VIGILÂNCIA

Em nota, a Prefeitura informou que o caso estava sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde. A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde para comentar o assunto, mas não houve retorno. Desde 2005, a DCJ integra a lista das doenças de notificação compulsória, ou seja, as autoridades de Saúde são obrigadas a informar o Ministério da Saúde sobre novos casos.

A vigilância tem como objetivo conhecer o perfil epidemiológico da doença, com foco na identificação de possíveis casos variantes (ligados à carne contaminada), definir medidas de prevenção e biossegurança e orientar condutas clínicas e laboratoriais. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, entre 2005 e 2014, 55 casos foram registrados no Brasil, porém, nenhuma variante foi confirmada. (*) Com informações do SBT Interior



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